Amazon Prime Video - O Mistério de Silver Lake (Under The Silver Lake)

2/25/2021 12:56:00 AM |

É engraçado como alguns filmes conseguem nos enganar com a sinopse e com o pôster, de forma que lemos rapidamente o que mostra na seleção do streaming e fica parecendo uma trama tão interessante que resolvemos dar o play, mas conforme vamos conferindo a trama vai tudo ficando tão estranho que não conseguimos entender mais nada, e quando chegamos ao final ficamos realmente pensando se gostamos daquilo que foi entregue. Disse isso para começar meu texto de "O Mistério de Silver Lake", que entrou em cartaz na Amazon Prime Video já tem algum tempo, pois foi realmente a sensação que tive com ele, sendo um filme que trabalha todo um mistério de códigos, de coisas ocultas e símbolos, mas que parece nem ter sido passado direito para o protagonista o que queriam com a trama, ficando algo que não acreditamos nem na história que está sendo mostrada, muito menos na interpretação que ele dá para cada momento, ao ponto que vemos quase um jogo de RPG estranho, daqueles que passamos do lado da mesa aonde estão jogando e sem saber o que rola ficamos acompanhando sem entender nada. Ou seja, é um filme bem bizarro, com acontecimentos malucos, uma busca por um tesouro/pessoa com mensagens cifradas, e uma descoberta ainda mais estranha no final, daquelas que confesso que não sei se gostei, e que de tão absurda conseguiu ao menos me entreter.

O longa acompanha um jovem meio perdido na vida chamado Sam (Andrew Garfield) que um dia encontra a garota perfeita: sua vizinha, com quem passa uma noite. No dia seguinte, ela desaparece. Não existem mais sinais da garota, e todas as suas coisas desapareceram do apartamento onde habitava. Sam começa a investigar o caso, buscando todos os indícios possíveis: os pequenos rabiscos na parede, as mensagens escondidas em músicas. Seria tudo isso parte de uma grande conspiração, ou Sam está ficando louco?

Estava quase certo que o diretor/roteirista David Robert Mitchell tinha tomado algo para escrever a trama, pois é algo bem maluco, mas depois que vi o seu longa anterior que foi algo bem bizarro também comecei a acreditar que esse é o estilo dele: de escrever coisas que só ele entende e gosta, e que o restante se vire para tentar interpretar ou imaginar algo, e é bem isso o que acaba ocorrendo com o filme, pois até já tive essa época de imaginar simbolismo em tudo, que existiam corporações misteriosas tramando algo para dominar o mundo, e tudo mais, e essa é mais ou menos a essência da trama, de alguém que imagina coisas demais, e que investigando tudo acaba descobrindo algumas coisas a mais. Porém faltou determinar para o filme algo mais crível e menos bizarro, pois aqui a loucura chega a passar dos limites, e com pouca fluidez de ideias, o resultado soa mais estranho do que envolvente, fazendo com que somente o diretor se apaixone pela essência, ou seja, não digo que seja um filme ruim, mas é tão estranho que não tem como entrar completamente no clima que desejavam passar.

Sobre as atuações, diria que Andrew Garfield até tentou se entregar bastante a toda loucura da produção com seu Sam, fazendo várias cenas com olhares vagos, muitos momentos com uma loucura impressa nos trejeitos, e cheio de dinâmicas bem abertas para que seu personagem divagasse sobre o tema, ficasse empolgado com as descobertas, e se envolvesse bastante com a trama, mas da mesma forma que tudo fica interessante de ver ele se entregando, também vemos ele extremamente perdido em alguns atos, parecendo não estar entendendo também o que precisa passar, e assim sendo o filme não flui tanto quanto poderia. O mais interessante é que o filme praticamente todo foca somente na desenvoltura do protagonista, e todos os demais personagens acabam aparecendo e sumindo a todo momento, de forma que vale destacar bem rapidamente as cenas de Riley Keough com sua Sarah, claro pela beleza que chama a atenção do protagonista, David Yow como rei dos sem-tetos pela forma direta de montar o estilo, e Jeremy Bobb pela loucura toda como o compositor.

Visualmente o longa é ainda mais maluco, com animais caindo de árvores e soltando urina no protagonista, festas estranhas com pessoas esquisitas fazendo músicas malucas, ambientes coloridos e outros simples demais, tumbas, festas/sessões de cinemas em cemitérios, toda uma desenvoltura de quadrinhos bizarra, porém falando nesse último item, fizeram animações em preto e branco para contar os quadrinhos que ficaram bem interessantes embora as histórias fossem doidas, e assim sendo diria que a equipe de arte precisou fumar do mesmo cachimbinho do diretor para conseguir representar tudo, pois tudo é estranho demais.

Enfim, é um filme esquisito, que diria ser até interessante pela proposta, mas que não foi tão a fundo no desenvolvimento ficando mediano demais para empolgar em algo, mas claro que vai ter aqueles que vão se apaixonar por algo, entrar completamente na viagem passada e o resultado será bem melhor, então fica como sendo uma dica para ver sem esperar nada dele. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...