A proposta do diretor e roteirista Esteban Crespo até foi bem colocada em prática, trabalhando algo com uma certa imponência para com a ideia de conflitos entre países e petrolíferas que é algo que sempre gera muita discussão diplomática, porém ele quis entrar numa base meio fora de eixo com seu filme, e até o envolvimento com seu passado o resultado iria funcionar, mas ao colocar discussões étnicas o longa acabou se tornando uma guerra completamente insana que não tinha como funcionar direito. Ou seja, vemos atos heroicos e coerentes de serem seguidos, porém não foram tão bem trabalhados ao ponto de acreditarmos em toda a loucura desenvolvida, e o resultado final acaba sendo ainda mais surpreendente da forma que o protagonista acaba fluindo, pois mesmo a pessoa mais centrada e honesta do mundo, acabaria desistindo de tudo ao primeiro risco para seus amigos e familiares, e aqui o cara bota todo mundo na mira e insiste ainda, ou seja, ficou levemente falso nesse quesito, mas nada que seja um grande problema para a trama.
Sobre as atuações, basicamente a trama deixa tudo nas mãos e interpretações de Raúl Arévalo, e o ator tem uma personalidade e trejeitos fortes demais, não sendo um galã ou alguém que chama o filme para si com um carisma marcado, ao ponto que seu Carlos acaba sendo direto demais em tudo, e até parece um imã de azar para as pessoas ao seu redor, mas ao menos fez boas cenas imponentes e acabou agradando de certa forma dentro da proposta total. Além dele o filme usou bastante Candela Peña com sua Ale, que já mais solta do que o protagonista fez muitos trejeitos de todos os tipos possíveis e quase como uma guia intrometida acabou chamando bastante atenção com suas conversas com o protagonista, além claro de ser uma amiga para todas as horas. Dentre os demais, cada um apareceu um pouco e fez suas devidas conexões com os protagonistas, mas nada que fosse extremamente chamativo, tendo um pouco de destaque nas cenas finais de Paulina García com sua Elena, mas sem funcionar muito para o ato geral da trama.
Visualmente o longa foi bem imponente, com muitas cenas em bairros/cidades africanas extremamente populosas, mostrou festas de políticos regadas as bebidas, música, drogas e dinheiro, carrões, grandes perseguições em telhados, muito tiroteio, e ambientes de todos os tipos (com destaque para a prisão lotada e com situações bem desumanas que vemos muito por aqui também), ao ponto que certamente a equipe de arte teve muito trabalho, e entregou um filme dinâmico de estilos, com boas representações, e que foram bem usadas, apesar de a pasta com documentos ser algo quase que foi colado no corpo do protagonista, pois voava pelos telhados, e a pasta intacta até em meio a tiros.
Enfim, é um filme que até tem bons momentos, mas que não empolga como poderia, nem funciona dentro da proposta, parecendo ser daqueles que foram pensados de uma forma, e depois resolveram expandir a ideia e não reformularam ela completamente para que funcionasse dentro do ideal, e assim o resultado não agrada muito. Não digo que não recomendo a trama, mas também acredito que será bem poucos os que irão se empolgar com tudo do filme. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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