Diria que os diretores David e Nathan Zellner desejavam criar uma paródia em cima do estilo western, mas no meio do caminho se perderam e acabaram nem fazendo um filme no estilo clássico, nem uma comédia divertida em contraponto, pois até ocorre as inversões dos papeis clássicos, como vilão, mocinha indefesa, herói e padre, mas em momento algum vemos essa mudança influenciar bem no estilo, nem acontecer coisas que remetesse a algo icônico, de forma que vemos tudo acontecendo e tendo uma ou outra situação bem encaixada que faça rir, e assim sendo temos mais falhas do que acertos. Claro que o estilo western não é um gênero fácil nem de se fazer, nem de parodiar, mas quando bem feito ambos agradam e divertem bastante, aliás já vimos vários de ambos as formas, porém não é o que não aconteceu aqui, pois os diretores não seguiram nem a linha clássica, nem a linha de paródia, ficando bem em cima do muro, entregando um longa de momento, com atores pouco usados (aliás ambos os diretores apareceram mais do que os atores se formos botar na ponta do lápis), e que falha de certa forma com tudo.
Sobre as atuações, vemos um Robert Pattinson tentando se mostrar como um caipira rico do começo ao fim com seu Samuel, de forma que o ator não se entrega de uma forma coerente, parecendo estar forçando um estereótipo estranho, mas ao menos nos momentos que precisou botar o discurso para jogo fez algo que chamou atenção, porém com pouco tempo de exposição acabou sendo apenas um chamariz para a trama toda. Mia Wasikowka trabalhou bem sua Penélope, criando uma personalidade forte para o papel, encontrando vértices duros para seu estilo, e mostrando que de indefesa não tem nada, mas sendo sutil em trejeitos, pois poderia ficar estranha demais e não agradar tanto, mas ainda assim diria que faltou para sua personagem um gênio mais revoltado com as ações, pois ficou conformada demais com tudo, algo meio que incomum de ver para alguém que seria o oposto que o filme pedia. O diretor David Zellner praticamente pode ser colocado como protagonista da trama com seu Parson Henry, de forma que o vemos sendo usado o filme todo, fazendo trejeitos de bêbado, fazendo trejeitos desesperados quando tudo vira para o seu lado, e fazendo até coisas bobas demais carregando algumas dinamites no pescoço, e como não é um ator expressivo demais, seus atos acabaram ficando meio que mornos frente ao que o filme pedia, e isso não foi muito interessante de ver, mas não chega a ser algo 100% ruim. O outro diretor Nathan Zellner apareceu com seu Rufus em dois atos, um correndo muito e voando desfiladeiro abaixo, e o outro se fazendo-se de valentão frente a protagonista, mas sem grandes anseios expressivos apenas foi direto e fez o que tinha de fazer para aparecer. Quanto aos demais, todos da cidade apenas fizeram caras e bocas características do gênero, com testas franzidas de rancor, com poucos amigos, e nada muito além disso, e Gabe Casdorph apenas apareceu para levar um tiro com seu Anton, sem nem expressar uma palavra sequer, ou seja, enfeite total.
Visualmente o longa ao menos não decepciona, usando todos os artifícios característicos do gênero, tendo a aridez clássica dos westerns, as cidades sendo construídas em meio ao nada, com hotel, saloon e as tradicionais forcas, vemos alguns cavalos, e até para usar o sarcasmo temos um pequenino pônei acompanhando os protagonistas do começo ao fim, além de explosivos, e muitas armas, ou seja, pelo menos aqui a equipe de arte não foi podada, e o resultado agrada.
Enfim, é um filme que tinha um potencial interessante, e que certamente melhor desenvolvido por atores melhor colocados, e claro sem os diretores querendo aparecer mais que tudo resultaria em um longa com uma pegada clássica, mas ainda sacaneando o estilo, mas como não ocorreu assim, o que vemos é um filme morno demais, que tem um ritmo fraco, e que não deve agradar muitos, então nem digo que fica a dica, pois não recomendaria muito ele. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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