Em seu segundo longa, o diretor Wayne Roberts conseguiu trabalhar bem todo o sentimentalismo de vermos alguém em seus momentos finais tentar aproveitar sua vida fazendo tudo o que nunca fez na vida, colocando todo tipo de vício em pauta, diversas insinuações ao máximo, e que brincando bem com a essência enigmática de uma doença da qual sabemos bem pouco, vemos a cura completa passar tão longe, e ainda os tratamentos fazerem as pessoas sofrerem tanto, que muitos acabam optando por não se tratar e apenas viver os últimos dias com alguma dignidade tentando não ter tanta dor. Ou seja, o diretor conseguiu construir uma boa história em cima de tudo, e envolver bem com os momentos escolhidos para dar as notícias, ou apenas para mostrar o protagonista "vivendo" e "curtindo" seus momentos, e para isso claro contou com a determinação e desenvoltura do protagonista, que soube segurar toda uma expressividade forte e ir encaixando nuances em cada ato seu para que o filme fluísse bem.
Sobre as atuações, já falei e volto a repetir que precisamos separa a pessoa Johnny Depp do ator, pois sabemos de tudo de errado que fez na vida pessoal e assim temos como defendê-lo, porém é um dos melhores atores da atualidade, e aqui seu jeito despojado com classe acaba incorporando tanto o que Richard precisava para seu personagem que acabamos nos envolvendo demais com tudo, e chega a ser brilhante alguns momentos ao ponto de que mesmo sendo situações dramáticas acabamos rindo de seu jeito descontraído que entrega, ou seja, ele dá show e certamente o personagem com outro ator não teria o mesmo impacto. Outro que teve cenas muito boas, e além de uma ótima interpretação acabou entregando aquele personagem amigo que todos desejamos ter ao nosso lado foi Danny Huston com seu Peter incrível, cheio de nuances, e com atitudes tão bem colocadas que certamente nas gravações ambos os atores riram demais de cada momento, pois foi perfeito em tudo. Diria que faltou um pouco mais de envolvimento para que a personagem Veronica de Rosemarie DeWitt chamasse atenção, pois seus atos soaram artificiais demais, não convencendo nem como um casamento em fim de carreira, nem numa possibilidade de paixão confusa, ficando algo bem no meio do caminho. Já na primeira cena de Zoey Deutch atendendo o telefone com sua Claire já sabíamos que ela daria nuances de protagonismo no filme, e seus atos vão sendo bem encaixados até chegarmos no momento ícone do bar, aonde a atriz se solta completamente, e agrada bastante, de modo que valeria ter investido até mais nas suas cenas do que nas da esposa. Quanto aos demais, cada um teve sua participação das maneiras mais diferentes possíveis, desde a filha lésbica vivida por Odessa Young, passando pela aluna feminista exagerada vivida por Matreya Scarrwerner, até chegarmos no reitor estranho que Ron Livinston acabou entregando, ou seja, cada um teve seus minutos para se mostrar, e fizeram bem.
Visualmente o longa não tem grandes nuances, mas foi bem representado pelas festas clássicas da alta sociedade estudantil, pela boa sala do professor, pelas aulas em lugares diversos, por um bar bem desenvolvido, e claro por uma universidade com muitos ambientes abertos interessantes, além da casa do protagonista aonde vemos seu quarto e sua sala de jantar sempre com refeições que ninguém come, sendo bem cenográfica realmente, mas falando em cenografia o longa tem um erro de continuidade grotesco daqueles que o continuísta merece demissão sumária, pois na penúltima cena aonde Richard está fazendo seu discurso eloquente numa festa grandiosa ele está segurando uma taça de vinho tinto gigante e bem cheia, a câmera muda e focaliza sua esposa, e ao voltar até terminar o discurso ele está com uma taça fina de champanhe branca, e não tem como não notar a diferença, ou seja, talvez até tenha ocorrido mais algo no discurso e foi cortado na edição, ou erraram realmente nas gravações.
Enfim, é um filme inteligente e interessante, que já até vimos outros exemplares envolvendo a doença e seus últimos momentos aonde a pessoa tenta viver o máximo que suporta, mas aqui pela boa desenvoltura do protagonista acabamos indo até um pouco além, valendo bem a recomendação, e sendo assim tire o ódio pelo ator e confira para uma boa sessão de diversão e envolvimento, que mesmo não sendo perfeito, e claro, sendo mais um do estilo, acaba agradando bastante. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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