Amazon Prime Video - Até o Limite (MBF: Man's Best Friend)

3/04/2021 01:15:00 AM |

Se tem algo que me desanima bastante é conferir um filme com um tremendo potencial e ver ele sendo desperdiçado por uma direção/edição desastrosa, pois a ideia do longa "Até o Limite" de mostrar que muitos animais nos EUA que não conseguem adoção são sacrificados, que os animais quando são adotados acabam transformando a vida das pessoas, que eles sim são parte da família pois são tão amados quanto, e que claro o ato do protagonista foi duríssimo, mas sendo um animal parte de sua família, se alguém o machuca ou pior mata, você certamente faria o mesmo ou pior com quem fez isso. E usando essa base a trama poderia ter ido muito além, mas ok em cair para um julgamento estranho sobre estar certo ou não o protagonista em fazer o que fez, seria um longa incrível, com um julgamento forte de ambas as partes, mas não ficou tentando focar no desespero de guerra, ficou trazendo flashbacks a todo momento, e praticamente esqueceram dos animais na trama, além de várias narrações estranhas. Ou seja, o filme desandou completamente, resultando em algo que não empolga, nem emociona como poderia, tendo um ou outro momento impactante que funcione, o que é uma pena.

A sinopse nos conta que dez anos depois de servir no Afeganistão de onde voltou ferido, um fuzileiro lida com suas limitações. O abrigo de cães que mantém é a força fundamental em sua recuperação. Quando um incêndio criminoso destrói o canil, ele perde o controle.

Não digo que seja um filme ruim, pois até temos alguns atos interessantes, e como já disse a proposta da trama é de extrema valia, porém ficou parecendo que o diretor Anthony Hornus tinha algo na sua mente e se perdeu com a forma que iria fazer tudo, pois o foco exagerado no trauma de guerra do protagonista foi desnecessário, ficar a todo momento com flashbacks da sua estada no Afeganistão e do jovem Charlie em jogos foi desnecessário, e se tirarmos tudo o que foi enfeite de roteiro é capaz da trama cair fácil para uns bons 90 minutos, ou seja, faltou encontrar algo melhor para que o filme fluísse sem precisar depender de tudo, e assim sendo o resultado final ficou estranho, e a culpa dessa vez é do diretor, e também um pouco dos atores, pois pareceram sem muito ânimo para o estilo do filme.

Sobre as atuações temos dois problemas, o primeiro já falei acima que ficou parecendo que os atores estavam sem vontade de ir além nos seus atos, ficando algo sem muita expressão, e o segundo é que faltou personalidade e imponência para todos os personagens, pois temos advogados bem mornos no tribunal, temos atitudes juvenis em todos os momentos, e fora a apatia de alguns, ou seja, ficou parecendo aqueles primeiros longas cristãos aonde você passava vergonha de ter visto o que cada um estava fazendo. Dito isso, DJ Perry até tentou passar um pouco de tudo para seu Paul, ao ponto que nem precisaria ficar mostrando tanto seu passado para saber todo o trauma de guerra que o jovem teve, todas as situações sequenciais, e tudo mais, fazendo com que seu personagem tivesse trejeitos meio que bobos com características até de algum estilo de problema mental, e só isso já bastava, mas tirando o bom momento de fúria no bar, os demais atos seus foram apáticos demais, o que acaba cansando um pouco. Do outro lado, o jovem David Michael Readon fez caras e bocas para se mostrar aqueles atletas riquinhos que se acham totalmente com seu Charlie, e claro também tentou chamar atenção com alguns trejeitos mais emotivos exagerados no hospital, mas não marcou muito. Já quanto ao grupo de advogados, do lado do protagonista Don Most e Curran Jacobs também não se entregaram muito e fizeram defesas simples demais sem chamar muita atenção, já pelo lado da acusação Garry Nation e Melissa Anschutz foram bem fortes, com a moça tendo alguns textos que chega a dar vontade de socar, ou seja, foram bem no que foi proposto. Já o restante do elenco ficou muito mascarado, com personagens fracos, e até mesmo o garotinho que faz a virada de mesa forçou a barra com um choro que nem saiu lágrima, e assim sendo é melhor nem falar deles.

Visualmente o longa tem três vértices bem separados e simples, um da casa e do abrigo que o protagonista trabalha, com muitos cachorros e poucos detalhes, sendo algo bem casual, o segundo dos atos de guerra, mostrando as situações que o protagonista viveu, mas sem mostrar nenhum dos protagonistas e provavelmente aproveitando de algum material de outros filmes ou até mesmo de algo jornalístico, e o terceiro com o tribunal de julgamento e a cela que o protagonista fica durante o julgamento, com algo bem básico, sem muitos detalhes para representar, tendo um algo a mais na cena violenta do bar aonde o protagonista vai, que lá temos alguns detalhes a mais tradicionais de bares, além da casa do prefeito/pai do garoto que é mais abastada, mas também sem nenhum grande trabalho da equipe de arte.

Enfim, é um longa que fui conferir esperando um algo mais, afinal um amigo tinha me indicado já faz um tempo, que tinha visto pela pirataria, e agora que entrou em cartaz na Amazon Prime acabei dando o play, mas diria que não recomendo por ter um resultado abaixo do mediano pela execução, mas que pela ideia toda até vale um pouco. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...