O estilo do diretor Robert Schwentke é daqueles que nos entrega filmes que mesmo tendo um ar sério e com desventuras próprias acaba fluindo para o lado mais absurdo possível, e que ao criar uma história embasada em um personagem real acabou fazendo um filme ímpar de técnicas que acaba mostrando que quando um mero homem ganha poderes (ou rouba no caso da trama aqui passada), ele acaba se julgando maior ainda do que parece e fazendo as atrocidades piores possíveis que qualquer um não faria em sentidos normais. Ou seja, o diretor quis mostrar que cargos de liderança geralmente caem para aqueles que sabem se controlar, pois um pequeno apenas vestido com a capa de líder sai dando as ordens mais estapafúrdias possíveis, e numa loucura como já estava o final da guerra, os que ouvem acabam cumprindo e piorando tudo. E tudo é tão imponente que vemos o filme e ao invés de nos chocarmos com a ideia, acabamos nos divertindo, pois não fica aparentemente real, e essa é a grande sacada do diretor, pois ele alivia a tensão e conduz a trama de uma forma bem primorosa cheia de detalhes, olhares, e principalmente ordens bem dadas.
Sobre as atuações, o fato é que Max Hubacher se entregou de tal forma para o seu Herold que praticamente o soldado desesperado do começo desaparece sob a manta de capitão, que só vemos sentir um pouco de medo quando encontra com seu perseguidor do começo, mas trabalhando uma lábia de nível máximo o jovem conseguiria enganar até o próprio Hitler se aparecesse na sua frente, ou seja, o ator mandou muito bem, e o personagem foi incrível. Milan Peschel foi bem mais contido com seu Freytag, mas ainda assim mesmo falando pouco, sua expressividade passa toda a noção que o seu parceiro está exagerando demais nas ordens, e assim o ator foi bem simples e direto nos atos que lhe foi solicitado. Waldemar Kobus nos entregou um Hansen completamente disposto a explodir tudo e todos, apenas esperando a hora que chegasse alguém disposto a isso, e além disso deu o tom divertido da insanidade toda, agradando bem no estilo que foi proposto, e chamando muita atenção. Já Alexander Fehling trabalhou seu Junker com toda a serenidade marcante dos generais imponentes, que sem pensar duas vezes caçou muitos desertores, e aqui estava disposto a criar novas frentes mesmo com a queda de Hitler, e suas cenas junto com o protagonista foram repletas de tensão com ele sempre dizendo de onde eles se conheciam, além de um final bem marcado entre os dois. Quanto aos demais, cada um teve algum momento mais chamativo, mas sem grandes explosões, tendo um leve destaque para Samuel Finzi como o ladrão/ator Roger do campo de desertores e Frederick Lau como o maluco Kipinski.
Visualmente o longa que foi apresentado inteiro (ou quase, tendo apenas uma única cena que parece até algo perdido!) em preto e branco, mas com um campo de concentração bem montado, trabalhando as festas de morte e pós-morte dos nazistas, mostrando as cidades pós-guerra tomadas por alguns rebeldes ainda, e tudo com muitos símbolos bem feitos mostrando a loucura completa dos soldados, e principalmente a imponência de uma farda de alta patente, aonde fazem tudo sem contrariar. E quanto da fotografia ser em preto e branco diria mais uma vez que foi algo completamente desnecessário, pois até dá um tom bonito para a trama, mas não tem nenhum motivo dentro da linguagem cinematográfica do filme para ter sido feito dessa forma.
Enfim, é um filme bem bacana por toda a proposta, que volto a frisar que mesmo sendo um tema duro que não deveríamos rir, acabamos rindo pela forma tão absurda que tudo acaba acontecendo, e sendo assim a trama mesmo mais tensa e fechada acaba passando rapidamente e sendo interessante de ver. Ou seja, indico ele sim para todos, tanto pelo fator histórico, quanto pela boa trama contada de uma maneira leve e irreverente. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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