A sinopse nos conta que o desaparecimento de um garoto de 12 anos faz com que o investigador principal Greg Harper lute para equilibrar a pressão da investigação e seus problemas conjugais com sua esposa Jackie. A família enfrenta momentos de grande tensão, além de ter que lidar com a chegada de uma presença maliciosa em sua casa, colocando o filho do casal em perigo mortal.
Diria que a estreia do diretor Adam Randall foi bem feita, o que é bem raro, ainda mais em filmes de suspense que necessitam de uma base mais amarrada para saber criar a tensão, porém aqui ele ousou pouco e soube controlar os momentos fazendo os dois lados como falei no início do texto, ao ponto que não precisou criar exatamente uma tensão, e ainda soube surpreender no miolo com toda a reviravolta para cima do público. Claro que um diretor mais imponente chocaria e criaria atos ainda mais fortes, mas o jovem aqui não falhou e ainda foi certeiro na montagem para que tudo fosse bem trabalhado e envolvesse bastante, criando símbolos, trabalhando dois temas que causam temor, e ainda desenvolvendo a base sem precisar fazer sustos gratuitos, ou seja, acertou com uma boa intensidade, e certamente será procurado por outros roteiristas para mais filmes do estilo, pois mostrou ter uma boa mão para causar e surpreender sem precisar explodir tudo.
O mais engraçado é que nenhum dos atores se sobrepôs na trama, ao ponto que vemos todos fazendo algo básico em cena para que o filme fluísse, e mesmo nos atos mais impactantes eles se colocaram com simplicidade e boas dinâmicas apenas para fazer acontecer, ou seja, é daqueles filmes com uma trama/história tão boa que poderiam colocar qualquer ator desconhecido que funcionaria bem. Dito isso, acredito que faltou um pouco mais para Helen Hunt mostrar que já foi uma ganhadora do Oscar e se jogar para a trama com sua Jackie, de modo que não transparece seus problemas e angustias, fazendo algo básico demais nas suas cenas, que até acaba chamando atenção nos atos com o personagem Todd de Sam Trammell no porão, e na sequência na floresta, mas nada que fosse tão imponente para a atriz. Já Jon Tenney trabalhou bem o seu Greg, mostrando um estilo bem investigativo e boas nuances cênicas em cada momento para conseguir se abrir bem para os atos, e principalmente funcionar bem nos atos finais, e com um detalhe, sem precisar de diálogos fortes, usando apenas a cena em si para chamar atenção. Judah Lewis deve ter um bom contrato com a Netflix, afinal tem pelo menos um ou dois longas seus na plataforma, e aqui seu Connor nem é tão usado, apenas mostrando um garoto meio que rebelde com a traição da mãe, e que tem cenas meio que exageradas, mas no final acaba sendo um pouco usado e se sai bem pelo menos. Agora olhando pelo lado dos invasores da casa, Libe Barer fez de sua Mindy apenas uma apresentadora do que é fazer o phrogging, mas nos momentos que viu muitas coisas estando escondida as expressões da garota foram bem colocadas e acabam agradando bastante, enquanto o jovem Owen Teague fez de seu Alec um personagem bem expressivo e explosivo, que tem diversos atos bem chamativos, e principalmente nas cenas finais acaba sendo importantíssimo, ou seja, fiquem de olho nele, pois o ator é bom, e o personagem aqui também foi bem bom. Dentre os demais praticamente todos foram usados apenas nas conexões, não surpreendendo em nada, e quase nem merecendo destaques, mas valerá a pena o eixo de conexão que o detetive Spitzky usará na cena final, então assim o ator Gregory Alan Williams acaba fechando a trama com um bom momento ao menos.
Visualmente o longa teve uma boa escolha de casa, tendo diversos elementos cênicos para serem usados, muitos elementos para os protagonistas irem sumindo, tendo um porão e um sótão bem amplos e detalhados, diversos cômodos interligados, ao ponto que o filme se quisesse nem precisaria sair dali para mais ambientes, mas ainda tivemos uma floresta bem densa aonde ocorreram os sumiços, uma casa de um jovem desfigurado e claro uma delegacia que praticamente foi enfeite de cena, mas tudo com bons detalhes, boas reviravoltas, e que certamente a equipe de arte precisou analisar muito bem o roteiro para não cometer falhas já que o filme é visto de dois lados, e dessa forma sempre sobram pontas soltas para o público pegar, mas que foram bem espertos para nos enganarem bastante.
Enfim, é um filme simples, porém muito bem feito e que chama bastante atenção na forma que foi conduzido, e principalmente surpreende com alguns atos inesperados, ou seja, como um bom suspense deve ser, valendo muito a indicação para quem gosta de longas do gênero, e até mesmo para aqueles que gostam de ser surpreendidos mas ficam com medo de filmes do gênero por geralmente ter sustos gratuitos e muito sangue, o que não ocorre aqui, então fica a dica que vai valer a pena. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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