Talvez os fãs do mangá de Hideo Yamamoto possam até gostar mais da ideia completa, pois tirando toda a loucura da trama, o filme tem seus méritos por parte do diretor Takashi Shimizu, afinal o filme conseguiu misturar bem animações e live-action de uma forma criativa e interessante por parte das interações que inicialmente o protagonista passa a ver, e de certa forma essa amplitude até tem um sentido reflexivo de estar vendo o lado interior das pessoas, e conseguir tentar recuperar o lado bom tirando esse trauma deles, até aí o filme ia muito bem, porém quando ele começou a fazer a junção do passado do protagonista com uma jovem o filme acabou desandando e virando uma sequência de abusos tão abstratos e malucos que não vemos muito futuro por parte de toda ideologia, ou seja, até podemos crer que o médico maluco tentou juntar tudo para acabar com um certo trauma, mas a essência geral se perde e não conseguem voltar ao eixo, ficando cada vez pior até o fechamento. Ou seja, é daqueles filmes que vemos um potencial, e que depois acabam bagunçando tanto que não sabem como fechar e desandam o conteúdo inteiro para tentar passar uma verdade que nem caberia direito no contexto geral da trama, e assim o resultado final acaba desanimando mais do que agradando.
Sobre as atuações, Gô Ayano até se entregou bem para seu Nokoshi, fez bons olhares e soube dosar toda a ação no decorrer do filme, ao ponto que vemos uma tentativa do ator de entender o que lhe rodeia, vemos alguns atos de desespero por sua parte, mas tem uma oscilação de expressões muito fraca, que não empolga como poderia, e assim sendo ele também se perde no miolo, talvez pela falta de uma direção mais precisa, mas não foi ruim de um todo. Da mesma forma vemos Ryô Narita completamente empolgado com as ações de seu Ito, vemos o jovem promissor com sua pesquisa, e também vemos o monstro que surta ao final, mas com olhares intensos e uma desenvoltura bem aberta o jovem ator se entrega bem e agrada. Quanto dos demais, temos alguns atos interessantes de Yukino Kishii com sua garota misteriosa que no final acabamos descobrindo sua história, e Seiyô Uchino com sua personalidade forte como um membro da Yakusa, mas também tendo uma participação apenas sem ir muito além na trama realmente.
Visualmente o longa tem alguns atos bem interessantes, algumas cirurgias bem imponentes, fortes e estranhas, mas valeu mesmo pela junção de animação com humanos nas montagens visualizadas pelo protagonista após a cirurgia, e assim o resultado até entrega algo expressivo com locações bem interessantes, com o carro do protagonista servindo como casa, e toda uma proposta interessante dentro do conceito vazio que o jovem usa ao final para refletir, mas nada que mostrasse um trabalho memorável por parte da equipe artística.
Enfim, é um filme mediano e estranho demais, que de certa forma inicialmente até parecia que ia mais além, mas que acaba ruim demais e talvez até reflexivo demais, ao ponto que talvez quem já leu o mangá entenda um pouco mais e vá além na ideia, mas de um modo geral não consigo recomendar o filme para ninguém. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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