O diretor e roteirista Park Hoon-jung soube dominar a trama do começo ao fim com uma história densa e bem trabalhada, que não chega a ser tão ampla como poderia, afinal longas de máfias podem ter uma abertura maior, contar um pouco mais de história, elucidar os chefões, dimensionar os capangas e ter vários tipos de brigas inferiores até chegar ao final com algo bem imponente e violento, claro na maioria das vezes por algum tipo de vingança ou dominação de território, porém ele se segurou nos atos mais simples e criou algo coeso e determinado, que bem sabemos como tudo termina quando alguém foge para se esconder, e os demais acabam decidindo o que vai rolar com ele. Ou seja, o diretor até criou bem sua trama, e mesmo com 132 minutos não quis ir muito além, e por incrível que pareça, mesmo não indo além, a trama não ficou enroscada, tendo uma dinâmica bem trabalhada por ambos os protagonistas, e sem precisar fazer romances ou grandes loucuras, o resultado acaba funcionando, e até mesmo as lutas ficaram interessantes, apesar de que com uns revólveres ou armas mais imponentes resolveriam tudo muito mais rápido do que na base da facada.
Sobre as atuações, já disse isso outras vezes em longas orientais e não é nenhum tipo de preconceito, mas os atores forçam demais as expressões faciais, parecendo estar exagerando do começo ao fim em tudo, ou seja, não parecem estar gostando do que estão entregando, e isso não é algo legal de ver. Porém aqui Tae-goo Eom trouxe um ar bem sério para seu Tae-Gu, mantendo a proposta cênica de alguém que perdeu a família, vingou, fugiu e precisa se adaptar, mas certamente um pouco mais de ódio em outros momentos e não apenas na sua luta final agradaria bem mais, não que tenha feito algo ruim, mas chamaria mais atenção. Da mesma forma, Yeo-bin Jeon trabalhou sua Jae-Yeon com olhares desanimados, tristes e demonstrando estar desesperada para dar fim a sua vida, mas disposta a lutar até o final por alguma vingança, e assim seus últimos atos são imponentes e interessantes de ver, mas seu miolo ficou meio jogado demais. Quanto aos líderes das gangues vividos por Seung-Won Cha com seu Ma e Park Ho-San com seu Yang, vemos dois negociantes, com olhares dispostos a matar e fazer tudo pelo clã, mas de uma maneira crua sem que precise sujar as mãos, ou não, mas poderiam ter trabalhado um pouco mais o ambiente das gangues para entendermos mais, pois eles apenas surgiram, e criaram as rixas, sem muito desenvolvimento, ou seja, foram bem, mas nada que impressionasse realmente.
Visualmente o longa brincou bastante com o estilo noir, com uma iluminação puxada para o azul escuro, muitos ambientes clássicos de máfias orientais como saunas, galpões abandonados e escritórios do crime, reuniões regadas a saque e macarrão, e claro todos com ternos e muitas facas (ainda vou descobrir o motivo de preferirem lutas de facas à tiros), além claro de muito sangue para todos os lados, ou seja, a equipe de arte trabalhou bem para que o filme tivesse uma boa densidade e uma intensidade forte sem que ficasse apelativo, e o acerto ao menos nesse quesito foi bem feito.
Enfim, é um filme interessante, que tem uma boa pegada e resulta em uma trama bacana de ver, que claro até poderia ter ido mais além nas brigas de máfias/gangues, mas que optou por algo mais simples, porém efetivo nas lutas, e como já disse o resultado até vale como um passatempo meio que alongado, e assim dá para recomendar ele. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até lá.
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