Diria facilmente que o diretor David Victori conseguiu colocar em seu longa exatamente a essência de um bom suspense de crescimento, daqueles que vemos algo simples acontecer, um ato inesperado desandar o molho, e a partir daí tudo virar uma confusão completa daquelas que sabemos que não tem mais como sair dela, e se tentar qualquer coisa só vai piorar. E o melhor, o diretor não colocou apenas toda a situação em pauta, mas indo na contramão de muitos diretores que preferem abrir a história, aqui ele foi fechando toda a dramaticidade para o ponto certo criando mais e mais tensão ao ponto de não ficarmos um minuto respirando aliviados com toda a situação, em parte por conta da história, mas muito mais pela insanidade e desespero do protagonista que poderia ter ficado quieto em casa, mas ao tentar resolver de sua maneira acaba estragando cada vez mais com tudo, até termos um final incrível, e que certamente todos pensarão ao mesmo tempo que o telefone toca e a notícia é dada.
Agora sobre as atuações sabemos o quão bom ator é Mario Casas por estar em quase todos os filmes espanhóis da atualidade, porém com nenhum filme ele conseguiu o feito aqui levando um Gaudi e um Goya (que seria em comparação com Hollywood a levar um Oscar e um Globo de Ouro) por seu Dani, ou seja, ele está incrível no papel trabalhando o desespero e o surto num nível tão grande que sinceramente ninguém conseguiria se imaginar com tudo rolando da forma que é mostrado, e facilmente é de se pensar se não chegaríamos no mesmo nível que o ator chegou, sendo perfeito do começo ao fim, mudando trejeitos e expressões de uma maneira tão forte que chega a chocar. Milena Smit entregou uma Mila completamente maluca, e ao mesmo tempo com um ar sedutor interessante, ao ponto que o protagonista até poderia se esquivar, mas a atriz lhe joga um feitiço feminino tão forte que não tem escapatória, e isso a jovem mandou muito bem. Elisabeth Larena apareceu pouco com sua Laura, pra ser exato em 3 cenas, e fez o básico do papel, trabalhando algumas boas nuances, e fazendo o que a maioria dos advogados faz, que é aliviar a consciência do culpado, o que aqui era algo bem difícil. E para finalizar Fernando Valdivielso apareceu completamente surtado em cena com seu Ray, no melhor estilo crise de ciúmes de nível mil e foi bem no que fez.
Sobre o visual da trama, tivemos de tudo um pouco, desde a casa do protagonista com seu pai doente no começo, a agência chique de viagens que o protagonista trabalha que foi usada de modo simbólico e algumas cenas iniciais ali até desnecessárias, uma lanchonete bem simples, porém necessária para o desenrolar da trama, um estúdio de tatuagens com elementos cênicos incrivelmente precisos (prestem atenção nas cenas aqui!), o apartamento da protagonista completamente cheio de detalhes e com situações malucas junto de tudo que acontece ali, e depois uma loucura completa no meio da rua com muita coisa rolando, além do escritório de advocacia da irmã do protagonista que foi simples mais efetivo, até voltarmos para a casa do protagonista e um hospital, ou seja, de tudo um pouco que fez com que a equipe de arte praticamente surtasse para fazer tudo, além de ótimas maquiagens para tudo o que o protagonista sofre.
Outro ponto muito bom da trama ficou a cargo da trilha musical que foi muito usada tanto para dar ritmo, quanto como parte integrante dos momentos do protagonista, e vale muito a conferida, tanto que deixo aqui o link para ouvirem depois do filme.
Enfim, é daqueles filmaços completamente insanos que nos deixa tremendo com tudo o que ocorre, e que acaba empolgando bastante do começo ao fim ao ponto de recomendarmos demais quando alguém perguntar um bom filme para ver, então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, mas volto em breve, então abraços e até logo mais.
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