O diretor Tate Taylor tem um estilo que vai de terrores clássicos a dramas históricos, e o mais engraçado é que ele sempre brinca com cada um de uma forma tão fora do casual que vamos assistir um filme seu já esperando algo que sabemos que não iremos ver, e aqui ele vai trabalhando a reviravolta completa sem furar qualquer tipo de barreira, montando uma comédia simples que envolvendo um crime e diversas mentiras acabamos entrando na essência completa de um ninho de conflitos tão grandioso que o resultado não apenas chama atenção para a história como para as boas atuações de um elenco forte e preciso. Ou seja, não é nenhum filme impressionante, que vai ficar marcado pela técnica ou pela expressividade do diretor, mas sim pela loucura total impregnada, e pelas atuações tão convincentes e insanas que vemos tudo sendo perfeitamente dito e expressado como se fosse algo comum de acontecer, mostrando que a protagonista caiu como uma luva para o papel.
E já que comecei a falar da atuação tenho de ir direto ao ponto para falar de Allison Janney que entrou completamente de cabeça na personalidade da protagonista Sue, ao ponto que dificilmente alguém não entre na ideia que ela põe na sua cabeça e começa a contar a história do desaparecimento do marido, trabalhando olhares, expressões e tudo mais que fosse possível e imaginário para convencer, e ela consegue, pois tanto a personagem quanto a atriz são ótimas na criação do papel. Regina Hall também foi muito bem com sua detetive Harris, e conforme vai investigando e fazendo mais imponentes atos, mais ela descobre e tem a certeza de estar certa dentro da loucura toda, ou seja, a atriz se joga com trejeitos simples e marcados, mas chama a atenção nos seus momentos agradando no que faz. Juliette Lewis entra como a âncora de um jornal famoso e de histórias apelativas com sua Gloria Michaels, e com uma boa serenidade e estilo a atriz passa sua mensagem e se mostra como ícone dentro da cidade para que todas queiram seu sucesso. E almejando esse sucesso temos Mila Kunis com um papel levemente fraco, ao ponto que não chegamos a nos impressionar com sua Nancy, mas como sempre a atriz faz bons atos e até chama a atenção neles. Ainda tivemos uma Awkwafina tentando ser malvada, um Clifton Collins Jr. cheio de marra e bem violento, um Jimmi Simpson tentando se recuperar como um ex-presidiário, mas totalmente necessitado de se envolver em crimes malucos com Wanda Sikes com uma Rita completamente maluca, ou seja, um grupo de doidos que ainda se complementa com Keong Sim como líder do grupo violento de lavagem de dinheiro, mas todos apareceram em cenas de conexão se colocando sempre a frente para aparecer, mas não indo muito além também.
Visualmente o longa também tem momentos interessantes desde a bagunça inicial na casa da protagonista cheia de detalhes e objetos quebrados, passando por um motel aberto simples e meio estranho, até chegarmos numa delegacia completamente bagunçada e alguns estúdios de TV montados de forma a serem simples e efetivos, além de uma loja de móveis e um boliche que oculta uma máfia chinesa que lava dinheiro do jogo, ao ponto que a equipe de arte não foi muito além no que desejavam passar, não fazendo nada ruim, mas também não ousando em nada, de forma que vemos tudo certinho demais, e talvez um pouco mais de cores fortes ou algumas pegadas menos excêntricas chamariam mais atenção.
Enfim, não é um longa ruim, mas também não é nada que vá surpreender quem conferir, ao ponto que dá para se divertir e ficar tenso com algumas situações, valendo como um passatempo não tão leve, que conta com boas desenvolturas dos protagonistas, e assim sendo até dá para recomendar o filme. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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