Costumo dizer sempre que o primeiro filme de um diretor geralmente vem recheado de clichês ou de erros fortíssimos de aceitar, mas a atriz Emerald Fennell começou com um brilhantismo tão grandioso que se seguir essa linha investigativa, que falou sonhar escrever mais em uma entrevista, facilmente deve explodir demais com seus próximos filmes, pois aqui já levou como melhor roteiro original em diversas premiações, e é inegável ser um dos melhores roteiros do ano, e digo mais como filme também colocaria muito melhor que muitos que ficaram à sua frente, e que se talvez o final fosse outro impactaria ainda mais com um acerto de nível altíssimo. Ou seja, é daqueles filmes que vemos a história sendo quase folheada na nossa frente com uma imposição certeira de estímulos que impacta e funciona demais, e principalmente, que não vem recheada de coisas que já vimos inúmeras vezes.
Sobre as atuações novamente uma injustiça tremenda rolou no maioria das premiações, pois Carey Mulligan está incrível com sua Cassie, trazendo uma personalidade direta, escondida, e principalmente reveladora, mudando trejeitos com uma facilidade impressionante e pontuando cada momento seu com sinceridade no papel, não sendo nem explosiva nem leve demais, e envolvendo a trama toda para si, ou seja, dando show em cada um dos atos. Bo Burnham caiu bem no estilo de seu Ryan, trabalhando muito bem o carisma, se jogando na aventura junto da protagonista, e seus atos até são bem verdadeiros e interessantes de ver, mas como mesmo é dito, todo mundo já errou alguma vez na vida, e suas cenas mais intensas foram bem colocadas e mostrou que o jovem ator sabe dimensionar bem os olhares, agradando com estilo também. Chris Lowell teve seus atos finais bem intensos junto da protagonista com seu Al Monroe, e trabalhou bem o desespero e o envolvimento, chamando muita atenção nos seus atos, agradando no que fez. Quanto as demais mulheres do longa, diria que dá uma certa raiva forte, pois sabemos que muitas mulheres ao invés de defender suas iguais acabam indo para rumos bem diferentes e pelos motivos mais bizarros possíveis, então é muito divertido ver as expressões de medo que Alison Brie e Molly Shannon fazem com suas Madison e Mrs. Fisher, mostrando que ambas foram bem encaixadas no momento mais certeiro e impactam com tudo o que está sendo mostrado.
Visualmente o longa foi bacana por não ousar demais nem com uma época marcada, deixando aberto para ser um filme mais amplo, e principalmente por não precisar mostrar as cenas mais violentas tanto sexuais como de impacto caso houvesse necessidade, fazendo com que a subjetividade funcionasse bem e transformasse algo que poderia ser sujo e quase jogado para o lado trash como acabam sendo a maioria de filmes de vingança e de abusos, ou seja, a equipe de arte soube ser consistente no roteiro e não apelar, o que deu para a trama um conceito artístico bonito de ver e que desperta o interesse sem causar excessivamente, mas claro sem falhar por omissões.
A trilha sonora escolhida para dar clima ao filme é intensa, com barulhos estrondosos e fortes pontuando os momentos marcantes tremendo a sala do cinema no melhor dos estilos que veríamos só em filmes de ação, parecendo querer marcar o território e fazer com que o público abra os olhos para ver mais intensamente, e além disso para ditar o ritmo foram escolhidas excelentes canções que envolvem e agradam demais valendo a conferida pós sessão, e claro que deixo aqui o link para curtirem.
Enfim é um filme maravilhoso, forte, e que só não é melhor por ter um final digamos broxante, pois com toda certeza se a diretora tivesse escolhido algo mais imponente para a protagonista após os atos e não apenas algo poético e inteligente da parte dela (apesar que sabemos que na realidade seria muito difícil não acontecer algo igual rolou), o filme teria sido premiado como melhor longa do ano disparado em todas as premiações, agora no caso de melhor atriz não dá para entender como perdeu mesmo. Sendo assim recomendo demais a conferida, e fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.
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