sexta-feira, 21 de maio de 2021

Mortal Kombat em Imax

Antes de mais nada vou falar como alguém que jogou os jogos de "Mortal Kombat" bem antes desse estilo novo cheio de histórias, mitologias e tudo mais, pois na minha época de SuperNintendo era algo que apenas tinha as lutas e as barrinhas subindo aonde você apertava duzentas e cinquenta mil combinações possíveis do controle para dar um poder sequer no seu adversário, e depois só vi algumas vezes alguns jogos mais imponentes nas casas de meus primos mas sem parar no modo história, vendo apenas alguns fatalities melhores e algumas conversinhas de começo de jogo, ou seja, não sei absolutamente nada sobre as origens dos personagens dos jogos, então não venham me crucificar pelo que vou falar agora: eu adorei o filme, e pronto. Dito isso, logo que foi falado que o produtor do longa era James Wan já tinha quase certeza de que viria algo com muita qualidade técnica, e claro muita violência, afinal ele não põe seu dinheiro para jogo se não for algo que acredite, então costumo falar que em Wan eu acredito, e ele não decepciona. Porém uma coisa que não sabia até semanas atrás era que seria entregue uma trilogia, e quando vi a declaração do roteirista fiquei levemente desapontado esperando que veria apenas um longa de introdução chato e sem muita desenvoltura, e com isso baixei bastante minhas expectativas para o que iria ver nessa semana, e isso foi muito bom, pois cheguei na sala e conferi algo bem intenso, com uma boa dose de violência, e principalmente que funciona bem tanto como uma apresentação de personagens, de mundos, de tudo, mas também entrega boas lutas bem coreografadas, fatalities interessantíssimos que vimos nos jogos, e principalmente uma boa dose cômica/irônica por parte de alguns personagens, que funcionam bastante. Ou seja, é daqueles filmes que tem o público muito bem determinado que é quem jogou e não liga para as novas origens ou estilos colocados, mas que torce por uma boa pancadaria, e que a história flua sozinha, o que acaba acontecendo aqui, e assim sendo é um tremendo filme bem divertido e interessante de conferir.

A sinopse nos conta que o lutador de MMA Cole Young, acostumado a apanhar por dinheiro, não faz ideia da herança que carrega – ou por que o Imperador da Exoterra, Shang Tsung, enviou seu melhor guerreiro, Sub-Zero, um criomancer de outro mundo, para exterminar Cole. Temendo pela segurança de sua família, Cole sai em busca de Sonya Blade por recomendação de Jax, um major das Forças Especiais que tem a mesma estranha marca de nascença na forma de dragão que Cole. Logo, ele se encontra no templo do Lorde Raiden, um Deus Ancião e protetor do reino da Terra, que acolhe aqueles que ostentam a marca. Lá, Cole treina com os experientes guerreiros Liu Kang, Kung Lao e o mercenário vigarista Kano, à medida que se prepara para enfrentar, ao lado dos maiores campeões da Terra, inimigos oriundos da Exoterra em uma arriscada batalha pelo universo. Contudo, será que ele treinará o bastante para desbloquear sua arcana — o imenso poder que existe dentro de sua alma – a tempo não só de salvar sua família, mas também de vencer a Exoterra de uma vez por todas?

O mais interessante é vermos um diretor estreante encarar logo de cara uma franquia de sucesso dos videogames, pois já vimos uma tentativa no passado de adaptar o jogo e não foi algo satisfatório, muito pelo contrário, e o que posso dizer de cara de Simon McQuoid é que ele não se sentiu acuado com o projeto, e certamente os produtores lhe investiram a responsabilidade por acreditar nele, e felizmente não decepcionou com o que fez, pois entregou o principal do estilo que são boas lutas, muita violência, e soube pegar o roteiro que lhe foi preparado e criar em cima dele, fazendo com que mesmo sendo algo pensado para uma trilogia, tivesse um bom começo/meio/fim, que até certamente poderia ter ido mais além, mas com uma intensidade bem colocada resultou em algo com estilo, e que quem não estiver esperando muito irá curtir. Claro que talvez nas mãos de um diretor mais experiente, ou quem sabe num sonho grandioso nas mãos do próprio produtor James Wan, veríamos algo mais intenso de conteúdo histórico, uma dramaticidade mais presente nos personagens, mas aí talvez não cairia tanto para o lado "jogável" da trama, pois volto a frisar que quem nunca jogou nem tente ver o filme, mas que certamente quem for fã dos jogos irá curtir bons momentos se não tiver esperando ver todas as origens já mostradas no game.

Sobre as atuações, diria que está bem longe de ser algo que possamos nos impressionar dramaticamente, pois mesmo nos atos mais dialogados todos os atores foram simples de estilos e acabaram não indo muito além. O jovem Lewis Tan foi quem mais necessitariam ter trabalhado, afinal sendo um personagem fora dos jogos, o seu Cole tinha todo o lance familiar para defender, e principalmente fica de cara que ele teria algo a ver com o personagem inicial Hanzo, que pelo estilo de luta no começo já víamos que seria o Scorpion tradicional mais para frente, ou seja, faltou para ele algo mais expressivo e dinâmico que fizesse seu personagem chamar atenção e ir além, mas nada que não possa melhorar numa continuação, pois o ator teve bons atos pelo menos, não atrapalhando tanto. Quem teve um ótimo ar expressivo foi Josh Lawson com seu Kano completamente irreverente, cheio de ótimas piadas e trejeitos, e até imagino as bobagens que colocaram na versão dublada, pois em inglês ficou extremamente divertindo, e o personagem embora tenha alguns defeitos exagerados chamou muita atenção e agrada até pelas quebras de momentos, o que é algo muito bom para a trama, e funcionou até para o desenrolar/fechamento de seu eixo. Jessica McNamee e Mehcad Brooks entregaram bem seus militares Sonya e Jax, com boas personalidades e exageros comuns, e o resultado geral até agrada, não sendo nada explosivo, mas nas lutas corporais fizeram bons momentos. Joe Taslin acabou forçando um pouco os trejeitos de seu Sub-Zero, ao ponto que não entendemos bem a rivalidade dos clãs no começo do filme (algo que poderia ter sido melhor desenvolvido), e o ator não foi muito além também, mas funciona nas lutas, tem bons momentos, e certamente vai aparecer mais, afinal é o protagonista do jogo sempre, e seu contraponto vivido por Hiroyuki Sanada, acabou colocando um Hanzo/Sorpion muito imponente e cheio de estilo, que chama a responsabilidade em seus atos, mas tem o mesmo problema do outro personagem, tendo um início rápido demais que não vai muito além. Ludi Lin e Max Huang deram bons tons para seus Liu Kang e Kung Lao, aliás seus personagens foram bem interessantes e mereciam um pouco mais de história de origem para que os atores chamassem ainda mais atenção, pois envolvem bem, e agradariam certamente com algo bem imponente para a trama. E fechando tudo ainda tivemos Chin Han com um Shang Tsung marcante, mas exagerado de trejeitos, e Tadanobu Asano sem ir muito além com seu Raiden, ao ponto que até vemos algo neles que podem ir além nas continuações, mas só serviram para mostrar sua sugação de almas e raios respectivamente. Agora quanto aos demais vilões, apenas apareceram e lutaram com Mileena, Nitaro, Reiko, Goru e Kabal, todos muito bem semelhantes aos jogos, então agradaram bastante nesse quesito, mas sem histórias ou personalidades para desenvolver.

Visualmente o longa teve uma ótima técnica, com ambientes perfeitos para as lutas, lembrando muito o que vimos nos jogos, com bons poderes, sangue pra todo lado, partes de corpos destroçados nos fatalities, e mostrando que a equipe de computação gráfica pesquisou bastante e não decepcionou em nada, aliás aqui voltamos para James Wan gastando muito dinheiro para que todas as representações agradassem e envolvessem em cada um dos ambientes, e o resultado tanto em cores, como em figurinos e caracterizações foram marcantes e bem simbólicos para tudo do começo ao fim.

Enfim, é um filme que agrada pelo bom conteúdo visual, pelas lutas interessantes, e principalmente por entregar os personagens conhecidos que os fãs do jogo tanto gostariam de ver bem representados, porém como falei muito nas atuações, faltou ter muito mais história de origem de cada um, meio que sendo jogados na trama e seja feliz do jeito que foi, e nem foi questão de correria, pois daria para inserir rápidos flashbacks ou dinâmicas para que tudo ficasse bem encaixado, e com mais 20 minutos resultaria em algo ainda melhor, pois volto a frisar que gostei muito do que vi, me fazendo voltar para meus 10-15 anos que jogava mais o jogo, e assim sendo quem curtir a ideia sem esperar muito irá gostar do resultado final, e recomendo ele dessa forma. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

PS: Achava que iria dar até uma nota maior pelo tanto que gostei do filme, mas ao ir escrevendo o texto vi que realmente precisaria de um pouco mais de história e de tudo mais para funcionar como cinema, e assim abaixei a nota dele, mas ainda assim vale a conferida.


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