A sinopse nos conta que Zu é uma jovem de espírito livre afastado de sua família que, de repente, se torna a única guardiã de sua meia-irmã, Music, uma adolescente com autismo cuja ordem mundial foi belamente trabalhada por sua falecida avó. Logo, a vida desafia se é Zu ou Music quem tem uma visão melhor do mundo, e ensina que amar, confiar e poder estar um com o outro é tudo o que uma família precisa para se manter viva.
Em sua estreia como diretora e roteirista de filmes, afinal já fez isso diversas vezes com seus clipes, Sia conseguiu trabalhar bem, não sendo algo que vamos aplaudir de pé, sair gritando que é a melhor diretora do mundo, e tudo mais, mas foi consistente no que desejava, contou com uma edição precisa para mixar bem a história rolando e as entradas de pensamentos com as canções interpretadas com muito colorido, e o melhor soube passar para os dois grandes atores/cantores o que desejava deles, pois sendo um filme musical, ambos precisaram cantar muito e passar a mensagem através de suas vozes, e dentro do ambiente complexo do autismo, de como lidar, de como interpretar a imaginação dos jovens, e tudo mais. Ou seja, Sia fez como diretora um projeto audacioso, que foi extremamente criticado, mas que funciona dentro do que ela propôs e que mesmo servindo de exposição para suas músicas, o resultado agrada bastante.
Sobre as atuações, foi de muita coragem que Kate Hudson raspou seu cabelo para viver a personagem Zu, e ao se entregar nos diversos momentos conseguiu dramatizar bem o papel, e principalmente cantar muito, pois botou a voz para jogo em diversos momentos e conseguiu interpretar o que a trama pedia que fosse visto na tela, ou seja, não se prendeu a detalhes e agradou bastante. Leslie Odom Jr. se doou bastante também para seu Ebo, criando situações bem expressivas com seus atos, chamando a responsabilidade cênica para s em muitos momentos, e conseguindo ir além quando o filme necessitou, agradando bem em tudo, e também botando a voz para jogo em diversos momentos. Muitos reclamaram da forma pejorativa que Maddie Ziegler deu para sua Music, mas muitos autistas ficam dessa forma, vivem em seu mundo pessoal, sofrem e tudo mais, sim existem os que conseguem trabalhar muito, existem aqueles que vão além, muito por parte da criação e da capacidade mental que varia demais, mas muitos vivem da forma que a atriz passou no papel, e principalmente na desenvoltura abstrata de dança que conseguiram dar para sua mente através das músicas e das danças, ou seja, a atriz foi muito bem, e merece aplausos pelas nuances que entregou. Quanto aos demais, cada um deu seu tom nos devidos momentos, desde a avó amorosa com a garotinha no começo vivida por Mary Kay Place, passando pelo vizinho George muito bem colocado por Hector Elizondo, ou até mesmo pelo traficante maluco vivido por Ben Schwartz, mas sem dúvidas o destaque ficou pelo jovem estreante Beto Calvillo pela expressividade e interação emotiva que deu para seu Felix, ou seja, o garotinho mandou muito bem em tudo o que fez na tela.
Visualmente o longa é repleto de cores nas cenas musicais, com tons em rosa, verde, amarelo bem fortes, com muita espuma e abstração, no melhor estilo dos clipes musicais da cantora, fazendo algo que pode ser visto até como um mundo a parte, ou o mundo da mente da garotinha, e já no lado real como temos situações tensas vemos drogas, doenças, crimes, e tudo em tons mais escuros e fortes, somente puxando para o arco-íris e o sol brilhando nos momentos de passeio da garota, ou seja, a equipe de arte brincou bem em contraposições efetivas, mostrou aparatos costumeiros de crianças autistas como computadores com respostas programadas, fones para abafar o barulho ambiente e claro muita ambientação interessante dos apartamentos para criar algo simples, mas efetivo de ideias.
Claro que o filme funciona também como o lançamento do álbum musical da cantora, afinal são várias novas canções dela, que algumas cantadas pela protagonista, outras apenas dublando, mas sendo determinante tanto para a história que funcionam pelo espectro em si e não apenas são jogadas na trama, e que quem quiser conferir depois o álbum completo, deixo aqui o link.
Enfim, como disse fui esperando algo muito pior, mas posso dizer que o pessoal exagerou demais, e que provavelmente a maioria das críticas extremamente negativas foram dadas pelo pessoal que não gosta de longas musicais, e sendo assim recomendo a trama para todos, pois é envolvente, tem um final bem bonito, e funciona tanto como um aprendizado sobre pessoas autistas, como também para curtir as canções e danças criadas para a trama, e mesmo não sendo algo perfeito passa bem longe dos prêmios framboesa de ouro que acabaram levando. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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