sábado, 22 de maio de 2021

Netflix - Army of the Dead: Invasão em Las Vegas (Army of the Dead)

Pois bem, eis que um dos longas mais esperados do ano da Netflix foi lançado, e claro que quem conhece bem o estilo Zack Snyder de entregar maluquices sabia bem "Army of the Dead: Invasão em Los Angeles" seria daqueles longas que teria de tudo, desde muitas explosões, tiros, personagens bizarros, trapaças, tentativas de relações conturbadas, e claro muita câmera lenta para dar as nuances de personagens e de ambientes, ao ponto que o filme acabou sendo uma grande diversão para quem gosta do estilo de filmes de zumbis, tem uma dramaticidade secundária que não envolve tanto, mas principalmente tem cenas bem corridas e interessantes, com bons personagens, e que quem gosta de uma aventura bizarra e bem maluca certamente irá curtir, e que claro quem odeia tudo isso vai reclamar do começo ao fim, vai achar defeitos em tudo quanto é canto, e principalmente vai tentar queimar o filme, pois é isso que esse pessoal faz. Dito isso a trama tem uma pegada bem gostosa, serve de passatempo perfeitamente, e que no meio de tanta bizarrice cheia de grandes defeitos de roteiro, a diversão acontece e agrada bastante.

A sinopse nos conta que ambientado em um mundo pós-apocalíptico, o longa acompanha a história de Scott Ward, um desabrigado e ex-herói de guerra que agora vende hambúrgueres nos arredores de Las Vegas. Tudo muda na vida de Scott quando Bly Tanaka, um magnata dos cassinos, oferece uma proposta tentadora: invadir Vegas, que está cheia de zumbis, para roubar 200 milhões de dólares de um cofre antes que a cidade seja bombardeada em 32 horas pelo governo. Motivado pela esperança de que a recompensa possa ajudar na reconciliação com sua filha, Kate, ele assume o desafio e monta uma equipe de especialistas para o grande roubo.

Sabemos que o diretor e roteirista Zack Snyder é daqueles que não conseguem pensar pequeno, e assim sendo a produção de sua trama é gigantesca, claro que com muitos efeitos em câmera lenta, muita computação gráfica de duplicação para ter hordas imensas de zumbis, mas principalmente temos de pontuar que seu forte não é colocar a dramaticidade em pauta nos seus longas, ao ponto que aqui vemos as diversas tentativas de interação entre pai e filha, casais que já se envolveram, amizades entre desconhecidos, e tudo mais que não funciona, de forma que até mesmo a relação entre os líderes zumbis (realmente achei que mortos-vivos não tinham afetividade!) é melhor do que a vista com os humanos da trama. Ou seja, se você desejar ver um filme que tenha algum grandioso carisma dramático dentro da história, certamente não será com um filme de Snyder, mas se você não liga para isso, e deseja ver algo gigantesco explodindo, tiros para todos os lados, absurdos imensos como tigres e cavalos zumbis, muita maquiagem digital, e ambientes extremamente preparados para uma grandiosa desenvoltura, certamente vai se empolgar com o que verá na tela, pois o diretor pensou em tudo, desde ambientes bem fechados para brigas mais próximas, todo o ar de destruição e abandono dos prédios e cassinos da cidade, muita interação cênica nos figurinos, e claro muita coisa falsa, afinal o estilo pede, e claro que com isso vem muitos erros, então é se entreter com o que é mostrado, brincar com o que verá de falhas, e pronto, pois isso é o que o filme vai entregar.

Sobre as atuações tenho de falar que com toda certeza a expressividade de Athena Perample como a rainha zumbi foi maior que qualquer outro ator principal da trama, e olha que ela nem precisou falar nada nas suas cenas, ou seja, os protagonistas realmente precisavam ter melhorado e muito com todas as suas dinâmicas para aparecerem melhor. Dito isso, Dave Bautista é daqueles atores que possuem um estilo brucutu, mas que ainda não tem toda aquela desenvoltura clássica que estamos acostumados a ver com outros grandões carismáticos, e aqui seu Scott até tem uma boa pegada, trabalhou bem nas dinâmicas principais, porém não chamou o filme para si, ao ponto que temos momentos abertos demais ao seu redor. Ana de la Reguera trabalhou sua Maria de uma forma subjetiva demais, ao ponto que vemos seus bons atos no começo, vemos algumas interações com o protagonista, mas não ousa em momento nenhum para chamar atenção realmente, e isso é algo ruim de ver em alguém que certamente tinha uma conexão maior no roteiro. Matthias Schweighöfer trouxe para o medroso personagem Dieter um ar meio bobo que poderia ser retirado, mas seus atos foram tão engraçados de ver que valem a interatividade dele com Omari Hardwick, que aliás fez de seu Vanderohe um personagem marcante com sua serra no começo, e que usando boas lutas e estilos acaba funcionando até mais do que o protagonista nas cenas para chamar atenção, e assim agrada bem tanto a química entre os dois quanto o que pode rolar após as cenas finais. Ella Purnell é estilosa e chama a atenção com sua Kate, porém já desde o começo das cenas dentro do ambiente zumbi já sabíamos o que iria rolar com sua personagem, ou seja, poderiam ter melhorado a forma que a garota trabalhou sua impulsividade no começo, mas não é nada que a desabone, apenas poderiam ter sido menos diretos na ideia. Raúl Castillo também trouxe uma personalidade interessante para seu Guzman, ao ponto que lembrou bem aqueles jogadores de videogames meio pirados que quando são jogados no meio de algo real saem atirando inconsequentemente, mas o ator teve estilo e foi bem ao menos. Quem já viu algum filme que colocaram Tig Notaro sabe que a atriz tem seus trejeitos e falas clássicas demais, e aqui sua Peters é exatamente ela, sem tirar nem pôr, e isso não é ruim, mas como a personagem também não vai muito além, usaram o que podiam. Quanto aos demais vale destacar Nora Arnezeder com sua Lilly/Coiote pelos bons momentos colocados com boa personalidade e Theo Rossi pelo exagero policial com seu Burt, mas sem muito para ir além.

Visualmente o longa é riquíssimo, com muitas cenas grandiosas, vários elementos cenográficos para representar bem a destruição da cidade dominada por zumbis, muito sangue e pedaços de corpos sendo cortados, ambientes repletos de figurantes (tirando claro as hordas que sabemos que foram computadorizadas) quase imóveis prontos para atacar, e claro um cassino gigantesco, muitas paisagens bem colocadas que mesmo devastadas deram um tom interessante, ou seja, a equipe de arte pesquisou muito para representar cada elemento sonhado pelo diretor, e o resultado é daqueles que você olha e pensa como isso veio parar na mente de alguém.

Enfim, é um filmaço digno daqueles blockbusters que lotaria salas dos cinemas, e que claro na plataforma de streaming vai fazer um grandioso sucesso, só sendo uma pena não ter uma história mais grandiosa e menos erros absurdos clássicos do estilo, mas não é nada que atrapalhe a diversão e o entretenimento, valendo como um bom passatempo para todos que gostam do estilo, e com a deixa no final iremos esperar talvez uma boa continuação. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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