Netflix - O Informante (The Informer)

Um bom filme de traição de informações, aonde se envolve presídios, máfias e diversos tipos de policias sempre resulta em uma trama interessante de ser conferida, pois geralmente vemos grampos bem colocados, situações que causam tensão de pensar em como o protagonista não será pego, e claro tudo o que pode dar errado em caso o plano não esteja na medida certa, porém o principal que exigimos nesse estilo é muita ação e envolvimento, ou tensão máxima do começo ao fim, e mesmo com um elenco cheio de grandes nomes, o longa da Netflix "O Informante" acaba sendo interessante de ver por tudo o que passa, porém não explode como poderia, entregando um filme daqueles que até torcemos pelos personagens, mas não vemos o retorno deles, e assim sendo a trama parece não deslanchar. Claro que passa bem longe de ser um filme ruim, pois ele até entretém bastante e mostra situações intensas do protagonista e de sua família, mas os policiais federais parecem amadores demais, e o policial civil acaba sendo quase daqueles heróis que saem resolvendo tudo da forma que acham que devem, ao ponto que soa até falso demais algumas situações, ou seja, aonde o longa precisaria ir bem além que é na cadeia e com o protagonista mesmo acaba se desenrolando apenas na cena final, e isso acaba pesando bastante para que a trama não acontecesse realmente como deveria.

O mundo do soldado de Operações Especiais, honrosamente dispensado, Pete Koslow, vira de cabeça para baixo quando ele é preso após uma luta para proteger sua esposa. Ele teve a chance de ser solto antecipadamente ao se tornar um informante do FBI e usar suas habilidades secretas em uma operação para derrubar o General, o chefe do crime mais poderoso de Nova York. Mas quando a armação do FBI iria finalmente dar para Koslow sua liberdade, a ação resulta na morte de um policial disfarçado da NYPD, e Koslow se vê pego no fogo cruzado entre a máfia e o FBI. O General insiste que Koslow leva a melhor e o manda de volta à prisão para liderar uma operação antidrogas de dentro, e o FBI afirma que voltar à prisão para cumprir as ordens do General é a única maneira de Koslow manter seu negócio com eles vivos. Preso em um mundo de escolhas impossíveis, Koslow deve retornar à prisão, onde formula um plano para escapar das garras de três das organizações mais poderosas de Nova York - a máfia, o NYPD e o FBI - a fim de salvar a si mesmo e sua família.

Conhecia o ator Andrea Di Stefano de alguns filmes, mas seu primeiro longa acabei não conferindo em 2014, então só posso opinar pelo que foi entregue aqui e posso dizer que ele pareceu levemente inseguro de suas ações, não deixando que o filme fluísse realmente de forma que vemos tudo acontecendo quase que sem um ritmo de ação ou investigação, ficando quase que próximo de algo mais puxado para o suspense, que não é o gênero da trama. Ou seja, até vemos toda uma boa amarração do roteiro, uma boa técnica de segurar os devidos momentos, mas o filme não atinge nenhum grande ápice, parecendo toda hora estar esperando algum algo a mais, e mesmo nas cenas mais intensas no final, o resultado ainda é misterioso e puxado para algo que talvez até indique algum tipo de continuação. Sendo assim até temos um filme que é bacana de ver, mas certamente poderia ter sido bem maior e melhor com pouquíssimas mudanças mais coerentes.

Sobre as atuações posso dizer que já vi Joel Kinnaman em papeis bem mais empolgantes do que aqui com seu Pete Koslow, pois o ator até tem um bom fechamento interessante e dinâmico, mas para chegar até ali só fez caras e bocas sem quase nenhum rumo específico, e em alguns atos até parecendo não estar concordando com o estilo escolhido para o momento, ou seja, faltou ele se jogar um pouco mais, e claro, ter permissão para isso, pois muitas vezes não é o planejado, e o resultado acaba não indo além. Já sabemos bem que Rosamund Pike faz sempre boas personagens, e tem aparecido bastante na Netflix, e aqui sua Wilcox até é bem trabalhada e tem estilo, mas acaba sendo daquelas policiais que parecem não ir muito além da investigação, e mesmo com os devidos esforços expressivos da atriz, os seus momentos acabam falhando e não indo muito além também, ou seja, vemos uma personagem amarrada também. De uma forma ainda pior, Ana de Armas acaba sendo uma mera figurante de luxo com sua Sofia, tendo duas cenas com um impacto maior, mas que nem a reconhecemos visualmente, muito menos pelo seu estilo de atuar, o que é muito ruim de ver. Clive Owen até teve uma participação que poderia ter ido mais além com seu Montgomery, mas vemos o ator dar suas boas nuances também só nas cenas finais, parecendo quase que nem participou do filme. Agora o único que trabalhou realmente caras e bocas foi Common com seu Grens, pois o ator deu suas tradicionais nuances para o policial, se infiltrando em tudo quanto é canto para tentar descobrir mais da morte de seu parceiro, e o resultado é funcional até mesmo nos seus momentos mais calmos, ou seja, talvez uma participação maior dele até melhorasse o filme. Ou seja, temos um elenco de grandes nomes conhecidos, mas que não vemos suas atitudes conhecidas acontecendo na trama, e isso se deve a falta de uma direção mais efetiva que fizesse o roteiro explodir realmente.

Visualmente o longa até entrega bons momentos com um ambiente polonês dentro da venda de drogas, uma cadeia bem ampla de estilos com todas as desenvolturas comuns do estilo, objetos e alegorias características e vários encontros nas espreitas entre o protagonista e a policial para montagem de grampo e tudo mais, com algumas situações funcionando e outras não tão bem, além de esconderijos e tudo que sempre vemos no estilo, ou seja, a equipe de arte estudou bem outros longas do gênero e entregou o básico bem feito.

Enfim, volto a frisar que não é um longa ruim, e embora tenha falado que todos os atores não foram muito além do que poderiam e sabem fazer, o resultado acaba sendo funcional e até agrada como um entretenimento/passatempo bem montado, mas que a todo momento parecia querer ir para frente e não ia, ficando amarrado tanto no ritmo quanto no contexto completo, e assim não empolgando como deveria acontecer, e assim não digo que recomendo ele com toda a força. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.