O longa conta a história de Alice, uma jovem com deficiência auditiva que, após uma suposta visita da Virgem Maria, é inexplicavelmente capaz de ouvir, falar e curar os enfermos. À medida que a notícia se espalha e pessoas de perto e de longe se reúnem para testemunhar seus milagres, um jornalista decadente, que espera reviver sua carreira, visita a pequena cidade da Nova Inglaterra para investigar o fenômeno. Quando eventos terríveis começam a acontecer por toda parte, ele começa a questionar se esses fenômenos são obras da Virgem Maria ou algo muito mais sinistro.
Esse é o primeiro filme que Evan Spiliotopoulos dirige, porém já vimos diversos outros que ele roteirizou, e assim sabíamos bem o tipo de história que ele iria nos entregar, e foi bem isso que vimos com a adaptação do livro "Shrine" de James Herbert que ele fez, transformando uma trama simples numa boa história, que tem densidade e até alguma base interessante sobre o tema divindade satânica que conversa se passando por alguém do bem, essa é a trama resumida se alguém me perguntar, mas que por ser sua primeira direção, acabou usando um pouco demais os famosos jumpscares (sustos gratuitos) e não ousou tanto na intensidade para causar, mas com uma história bem envolvente e interessante, o resultado acaba funcionando e agradando bastante quem gosta desse estilo de filme, valendo pela técnica e pela produção bem feita, que claro tem Sam Raimi por trás de tudo, e que funciona pelo menos.
Algo que costuma ser sempre falhar em longas de terror é a atuação dos protagonistas, pois raramente conseguem nos convencer do que está acontecendo na trama, e aqui não foi muito diferente, principalmente por termos uma direção estreante que não conseguiu pedir as expressões mais corretas para cada momento. Embora Jeffrey Dean Morgan tenha trabalhado seu Fenn de uma maneira direta, como todo bom jornalista com muita malandragem para criar notícias, e sabendo ousar nas situações acabou chamando a atenção, nas cenas com o espírito faltou um pouco mais de convencimento do que estava acontecendo ali, e ele não trabalhou os trejeitos da melhor forma, ficando evidente que não foi orientado sobre a intensidade da cena, o que acaba sendo ruim de ver, mas não atrapalhou tanto, afinal suas cenas foram bem dimensionadas. Cricket Brown trabalhou bem sua Alice, nos convencendo de todo o envolvimento de estar vendo e ouvindo a Virgem, e sabendo ser serena ao ponto de nos envolver e convencer os demais personagens a jovem atriz até que foi bem nos seus atos, mas claro que poderia ter ido além principalmente nas cenas finais. William Sadler trouxe para seu Padre Hagan o benefício da dúvida e um envolvimento mais despretensioso para seu personagem, ao ponto que algumas cenas pareciam fazer trejeitos mais colocados, e em outras se soltava mais, e assim não deu amplitude para os momentos principais do filme, não atrapalhando, mas também não indo além. Katie Aselton até trabalhou bem sua Natalie, e por vários momentos até pensamos que haveria logo um caso com o protagonista na tela, mas sua personagem como médica foi usada de uma forma subjetiva demais em cena, não servindo para muita coisa, e talvez na cena do porão se fosse mais impactante agradaria mais e cairia melhor. Quanto aos demais, temos de destacar apenas Cary Elwes pelas cenas finais com seu Bispo, mas nada muito surpreendente, e Diogo Morgado pelo Monsenhor da mesma forma, afinal foram impactantes nos últimos atos, mas no miolo apenas fazem algumas caras e bocas sem chamar muita atenção.
Agora se tem algo que todo bom filme de terror tem de ter, e aqui tem é uma boa produção visual, com uma vila, aliás uma igreja e um motel, já que não vemos mais nada ao redor, mas que ali acontecem coisas bem intensas e toda a simbologia de uma igreja inteira de pedras, uma árvore só de caule já bem marcada pelo tempo, e claro muitas imagens de santos, alguns chorando sangue, um ambiente bem sinistro e escuro e toda uma montagem densa de elementos cênicos usados em rituais, que deram um tom bem forte para o filme, e o espírito do mal também chamou muita atenção visualmente principalmente por no começo não entendermos o que aconteceu com a mulher, mas depois explicado ficou ainda mais forte, ou seja, montaram bem o clima com bons elementos de santificação, com vendas de adornos religiosos e tudo mais, além de uma cena de fechamento bem trabalhada, que acaba agradando.
Enfim, poderia ser um filme bem melhor nas mãos de um diretor mais imponente, mas dá alguns sustos gratuitos e cria um clima interessante de assistir com uma boa história de fundo, mas quem for esperando algo a mais, ou então sair tremendo de medo, certamente vai se decepcionar, pois ficou levemente acima do mediano do gênero, e sendo assim recomendo com ressalvas. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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