A trama nos conta que Scott e Annie Russell são um jovem casal que acaba de comprar sua casa dos sonhos em Napa Valley, na Califórnia. Porém, quando Charlie (Dennis Quaid), o solitário viúvo que os vendeu o imóvel, começa a interferir em suas vidas, o casal se vê vítima do comportamento obsessivo e violento de um homem capaz de destruir tudo que eles amam.
Diria que o diretor Deon Taylor queria algo a mais da trama, porém não tinha tantas saídas, e com isso acabou sufocando o roteiro em um círculo vicioso, pois todas as cenas finais bem intensas, todos os momentos de aparição do antagonista, e até mesmo alguns envolvimentos da trama são bem trabalhados, mas as nuances de intermédio entre elas são tão jogadas e desnecessárias que se talvez se as removesse teríamos um média-metragem bem tenso e forte, ou talvez trabalhar mais todas as boas cenas para que o filme crescesse em volume e densidade cênica, pois tudo parece sempre precisar de algo a mais, o que é ruim. Ou seja, é daqueles filmes que nós como espectadores já notamos tudo na primeira cena, e ficamos xingando os protagonistas de burros por não enxergarem rapidamente tudo, pois está mais do que óbvio tudo, e assim o resultado parece não fluir como poderia.
Sobre as atuações, é bem interessante ver o estilo escolhido por Michael Ealy para entregar seu Scott, pois nos é falado a base dele ser um defensor de não ter armas, e principalmente vemos seu ar mais pacato diante de vários momentos só mudando um pouco com a bebida, porém o jovem se fechou demais na personalidade que fez, pois logo na segunda entrada do antagonista qualquer homem mandaria porrada ou chamaria a polícia de cara para resolver, e ele só na fala, ou seja, pode até ser que isso estivesse no roteiro, mas na construção do personagem ele se imporia mais e entregaria algo bem maior. Agora Meagan Good ganhou todas as premiações possíveis de mulher ingênua com sua Annie, pois o tanto de brecha que dá para o antagonista nem em sonho alguém faria isso, e a atriz fez caras de sonsa, jogou olhares para todos os lados, e do nada surta, ou seja, faltou um pouco de imposição também e o roteirista ter visto que ninguém é dessa forma na vida real. Dennis Quaid anda com um problema do mesmo porte que Nicolas Cage sofreu há alguns anos, fazer vários filmes seguidos e entregar praticamente os mesmos trejeitos e nuances, de forma que do mesmo jeito que entregou um marinheiro bêbado no longa da Netflix que vi semana passada, aqui ele entrega uma pessoa obsessiva e maluca, o que certamente não é de sua praxe, então precisa começar a escolher melhor ou fazer trejeitos diferenciados para não acabar estragando a carreira sólida que sempre teve. Quanto aos demais a maioria foi mero enfeite cênico, alguns tão jogados que nem vale o tempo de pesquisar o nome, mas Joseph Sikora acabou levando o que pediu com seu Mike, e diria que foi até pouco por seus exageros, mas é o papel, e assim fica valendo.
Visualmente a trama encontrou uma mansão bem cheia de objetos cênicos precisos, com uma floresta bem grudada na casa para dar um ambiente calmo, mas ao mesmo tempo sombrio com a possibilidade de pessoas estarem rodeando a casa sem serem convidadas, mas principalmente faltou trabalhar um pouco mais com o porão da casa, que é mostrado tão rapidamente e valeria ver os furos e tudo mais que ali se encontrasse para vermos tudo o que o antagonista conseguia enxergar, e de certa forma faltou um pouco mais de pegada do diretor para valorizar todos os ambientes da casa, ficando quase que somente na cozinha e no quarto, o que mostra talvez ser um filme que nem foi filmado no ambiente real, mas não acredito nessa hipótese.
Enfim, é um filme mediano que até tem bons momentos, mas que como disse poderia ter sido mais enxuto de cenas desnecessárias, ou então ter valorizado mais o ambiente escondido, ter trabalhado mais momentos tensos, e assim talvez conseguiriam sair dos clichês tradicionais que foram jogados na tela, mas ainda assim não é algo totalmente ruim de ser ignorado, pois ao menos o envolvimento das cenas é passado. Bem é isso pessoal, recomendo ele com muitas ressalvas, mas fico por aqui hoje, e volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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