O longa nos conta que Connor é um menino de 12 anos que presencia o assassinato do pai, e então, precisa escapar dos assassinos que começam a caça-lo incessantemente. Ele encontra proteção com Hannah Faber, uma bombeira traumatizada pelo fracasso de sua última missão. Os dois vão precisar lutar muito para sobreviver.
O diretor Taylor Sheridan é daqueles que tem uma essência mais rústica em seus filmes, que gosta de trabalhar nuances do campo, envolver amplitudes de cenários abertos imensos com proporções do ambiente várias vezes maior do que os personagens, e que geralmente dá abertura para mais que um tema em suas produções, o que já falei ser bem difícil de acertar, mas ele gosta, então quando vamos ver um filme seu temos de ir preparados para algo bem aberto e com situações bem amplas sem muito direcionamento, o que não é ruim, desde que escolhido os temas para dar momentos fortes e certeiros, o que não ocorre aqui, pois até temos toda a dramaticidade do garotinho tendo de fugir dos capangas que estão a sua caça, temos toda a agonia/desespero da protagonista com sua mente ainda forçada em cima de um insucesso, e temos o fogo tomando conta de tudo, o que não liga nenhum dos três vértices do triângulo, apenas tendo o mote de que não dá para fugir de todos os problemas, e o jeito é encarar cara a cara e ver no que dá, e assim vemos tudo ocorrer. Ou seja, volto a frisar que não é um filme ruim, pois se fosse um filme sobre os bombeiros florestais e os incêndios impactantes e as pessoas que usam de saídas de sobrevivência, até seria bacana, se fosse um filme de caça de um garotinho e como ele fugiu deles ajudado por outras pessoas, também bacana, sobre traumas do passado e suas superações, muito legal, mas as três coisas juntas não deram química, e o resultado geral ficou frouxo.
Sobre as atuações, Angelina Jolie sempre entrega personagens densos, mas que fluem de uma maneira tão fácil que parece que a atriz nem está se esforçando para o papel, quase como se estivesse em casa fazendo de boa e saiu sua Hannah, e se pararmos para analisar sua personagem tem muitos problemas na cabeça, está traumatizada, toma um raio quase na testa, e vai muito bem na desenvoltura toda, mas facilmente se conecta com o garotinho e acaba indo muito a fundo nessa conexão, o que é legal de ver. O jovem Finn Little trabalhou bem seu Connor, não sendo daqueles garotos chatos que ficam incomodando com tudo, mas se entregando bem nos momentos chaves, e fluindo seguro do que está fazendo, mostrando atitudes e bons olhares. Jon Bernthal e Medina Senghore entregaram também bons papeis como o Xerife Ethan e sua esposa grávida Alisson, ele por sua calma nas cenas mais intensas, e ela pelo inverso de ir para cima dos vilões e não deixar que uma barriga lhe atrapalhasse em nada, sendo bem imponente em tudo. Já Nicholas Hoult e Aidan Gillen trabalharam os vilões da trama com um ar de maldade forte, mas sempre com nuances meio que jogadas e atrapalhadas, o que acaba ficando sem grandes explosões nos atos, porém ainda assim torcemos para que virassem churrasquinhos no incêndio.
Visualmente a trama teve poucos ambientes, tendo basicamente a floresta toda pegando fogo, o posto de vigilância aonde os personagens ficaram escondidos por um tempo, a casa do Xerife e a casa do garotinho, e alguns elementos cênicos como várias armas, um machadinho de mão e praticamente nada mais, porém temos um adendo meio que grande quanto do papelzinho que o garoto leva a mensagem, que ao cair na água já era, então como ele dará a entrevista no final do filme já que ele não lê a mensagem em nenhum momento (fica aí um furo no roteiro).
Enfim, é um longa que até dá para curtir pela essência de aventura, mas como disse tem três vértices que não se ligaram bem, e assim a trama não vai muito além em momento algum. Ou seja, se você gosta de longas com a caça de um personagem em meio à um incêndio junto de uma personagem traumatizada pelo passado até pode ser que valha a pena a conferida, mas como nenhum dos momentos chama atenção realmente sem ser o grandioso incêndio (que pareceu bem real, e não tão cenográfico!), fica a dica, mas diria que tem longas melhores do estilo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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