Netflix - Awake

6/14/2021 12:50:00 AM |

Antes de mais nada, já deixo você preparado para nem ler o restante do meu texto avisando que 99% das pessoas irão odiar esse filme e nem é por ele ser ruim, mas sim pelo final ser ruim, mas friso que a ideia completa do lançamento da Netflix, "Awake", é até que bem interessante, tendo uma pegada meio que maluca de uma explosão solar que muda o fluxo de tempo em nossa cabeça, o magnetismo da Terra e por aí vai, fazendo com que a maioria das pessoas não consiga mais dormir, entrando em colapso de ideias, surtando e fazendo as maiores loucuras possíveis. E o mais legal da trama, é que viram tudo de ponta cabeça, começam brigas, guerras entre todos, e claro que um grupo de cientistas vai tentar achar a cura rápida antes que pirem, e tendo sua filha como uma das pessoas que conseguem dormir, uma ex-fuzileira tenta salvar ela de virar uma cobaia. A ideia em si é básica, mostra o que as pessoas fazem em momentos de loucura, e também coloca em pauta toda a insanidade que fazem com cobaias para tentar um "bem maior" ou no caso "a cura" para todos, mas falham miseravelmente quando a descoberta parte a partir de algo tão idiota no final que não dá para justificar os amigos que estão odiando tudo. Ou seja, se você é daqueles que gostam de um bom final, esse não é o filme para você, agora se curte o conteúdo todo, mesmo que o final seja broxante, pode dar a chance que a trama é bem louca.

A sinopse nos conta que tendo um passado conturbado, Jill, uma ex-soldada, é a única pessoa na Terra que tem uma chave capaz de consertar um terrível desequilíbrio que ocorreu no planeta: após um súbito aquecimento global, ninguém mais é capaz de dormir. No entanto, a chave está sob a forma de algo muito mais valioso para a ex-soldada - sua filha. Será que ela conseguirá entregar sua própria filha em troca de salvar toda a humanidade?

Diria que o diretor Mark Raso desejava um filme digamos polêmico logo de cara, pois ir direto para uma cena de rebelião dentro de uma igreja, e talvez numa jogada ainda mais insana de um fechamento no estilo de um batismo num rio é algo que pode causar grandes afrontas, porém se esse fosse o problema do filme até poderíamos ficar quietos e não reclamar, mas faltou para o roteiro um dinamismo maior no miolo, e quem sabe a ideia final acontecer antes, pois mesmo sendo algo maluco e completamente sem base científica (ao menos já que estávamos falando disso no filme todo), o ocorrer através da descoberta de uma garotinha, e de uma maneira tão jogada acabou desandando algo que até poderia ser plausível, mas não teve muita solução, e assim sendo o roteiro de Mark e Joseph Raso com base numa história de Gregory Poirier ficou abstrata demais, e acaba nem sendo efetiva como poderia, muito mais polêmica, acabando em algo que até tem toda uma boa desenvoltura de ação, afinal filmes apocalípticos sempre trazem bons momentos de desespero, mas que não soube escolher um bom fechamento para agradar mais.

Sobre as atuações, já disse isso algumas semanas atrás e volto a repetir que estão exagerando colocando Gina Rodriguez para fazer todo tipo de personagem, pois ela tem uma personalidade e trejeitos jovens demais para alguns papeis, e aqui como uma mãe de um adolescente que parece quase seu namorado e uma garotinha foi um pouco forçado demais, ao ponto que sua Jill até tem bons trejeitos, passa um realismo desesperador, mas a todo momento que está falando com o filho vem essa ideia na mente de não parecer mãe, e isso é um pouco pesado, mas a atriz não desaponta em trejeitos, e até agrada bem. Os jovens Ariana Greenblatt e Lucius Hoyos trabalharam bem dentro do que podiam fazem com seus Matilda e Noah, com a primeira sempre trabalhando um semblante bem calmo, cheio de desenvolturas, enquanto o jovem se mostrou exageradamente tímido para o papel, não mostrando muito a que veio, o que pode ser um problema de seu texto não ser muito explosivo ou ele mesmo não chamar muita atenção, mas cumpriram com seus atos, e isso é o que vale. Já Jennifer Jason Leigh tem sido a atriz coringa de quase todos os filmes da Netflix, não explodindo em momento algum com seus personagens, e aqui sua Dra. Murphy inicialmente parecia ser mais imponente, e nos atos mais fortes do final até parecia que iria ter nuances de alguém mais maluca, mas não foi muito além e isso é algo ruim para uma atriz do porte dela. Quanto os demais, todos apareceram bem pouco, não fazendo grandes expressividades, mas também não sendo tão jogados, ao ponto que vale os destaques de Shamier Anderson com seu Dodge inicialmente perigoso, depois amistoso, para depois ficar perigoso novamente, e que não foi muito bem usado também, e no começo a avó das crianças vivida por Frances Fisher que até tenta fazer algumas caras e bocas junto com o pastor vivido por Barry Pepper, mas ambos soaram falsos demais nas atitudes, e assim seus personagens acabaram sendo bem pouco usados também.

Visualmente o longa foi bem interessante, pois toda trama de caos apocalíptico resulta em destruições, com muitos carros parados no meio do caminho, lojas e casas sendo saqueadas, pessoas mortas pelas ruas, e aqui o filme contempla tudo isso e mais algumas outras situações como pessoas completamente peladas fazendo saudação para o sol, vemos um centro de inteligência simples demais de elementos, mas completamente dominado pelo exército ao redor, e claro toda a confusão acontecendo na igreja no começo da trama, com muitos objetos cênicos sendo usados para cada momento desde armas, desfibriladores, pedaços de canos, e claro carros antigos já que a tecnologia parou, ou seja, se você tem um carro antigão cuide dele, pois pode ser útil algum dia. 

Enfim, é um filme que até tem uma desenvoltura razoável bem explosiva de ação no começo, mostrando toda a loucura em cima de algo desconhecido, mas que acabou faltando tanto um melhor desenvolvimento dos personagens secundários para empolgar e chamar mais atenção, não deixando somente nas mãos da protagonista toda a responsabilidade, quanto uma resolução de fechamento bem melhor, pois até poderia ter sido usado o mesmo ato de ressuscitação, porém no meio da história para que tudo fosse mais desenvolvido, e não no fechamento através da garotinha apenas, pois ficou muito bobo e jogado, meio como se não tivessem com a ideia de como acabar e pronto tacaram isso. Ou seja, como disse no começo recomendo o filme com tantas ressalvas que sei bem que a maioria não irá gostar, então o resultado final é bem mediano e assim recomendo melhor fugirem do longa. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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