O longa nos mostra que na véspera de ano novo da virada do milênio, um homem armado chamado Sebastian invade um estúdio de televisão durante uma transmissão ao vivo, fazendo dezenas de reféns. Ele tem apenas uma exigência: enviar uma mensagem à audiência.
Em hipótese alguma não posso dizer que o filme do diretor Jakub Piatek não prende o público, muito pelo contrário, ficamos os 93 minutos bem presos esperando que algo aconteça, que a polícia invada logo, que descubramos algum podre ou ideia revolucionária do garoto para o novo milênio, ou seja, é daqueles filmes que ficamos tentando torcer por ele, ficamos esperando alguma coisa, mas infelizmente o diretor não tinha nenhuma proposta para seu primeiro longa, ou melhor, tinha a mesma proposta que o garoto: conseguir aparecer, e conseguiu, pois foi exibido em Sundance e diversos outros festivais, só não garanto que tenha tido uma boa recepção, pois não tem como, já que o filme não vai além dessa ideia, de aparecer na TV, e isso não é algo que alguém pague para ver.
Sobre as atuações, diria que o jovem Bartosz Bielenia até tentou segurar alguns momentos de seu Sebastian, mas não teve grandes intenções com seus atos, ao ponto que tudo pareceu fraco demais, ou seja, é até criamos um leve carisma pelo seu personagem após o que sofre pelo pai, mas logo em seguida ele desanda novamente, e assim não vai muito longe. A apresentadora Mira vivida por Magdalena Poplawska é daquelas que até faz algumas caras e bocas, tenta ter atitudes, mas que realmente parece perdida em cena, o que é uma pena, pois sua desenvoltura na hora que chega o presidente da TV foi algo que poderia ter rolado mais vezes. Agora certamente o momento mais imponente da trama ficou a cargo de Juliusz Chrzastowski como pai do protagonista, que realmente explodiu em cena na hora de dar a bronca no garoto, começando bem de leve, mas fazendo o jovem cair nas lágrimas ao apontar os defeitos dele, e assim o ator mostrou atitude e foi muito bem no que fez. Quanto aos policiais, produtores do programa, e até mesmo o outro refém, é melhor não falar nada, pois é desanimador todas as caras que fizeram, com um leve, mas bem leve destaque para Monika Frajczyk como a negociadora da polícia Lena que teve alguns atos mais chamativos, mas parecia desanimada demais com tudo para chamar mais atenção.
Visualmente o longa até tem alguns momentos interessantes por mostrar a operação de uma emissora no final dos anos 90 com muitas TVs imensas, figurinos clássicos da época e todo o envolvimento característico das festividades de fim de ano com as pessoas mais propensas a não ver falhas, vemos ainda as câmeras imensas, toda a dinâmica bem longe do digital, e o resultado claro truculento da polícia, mas ficou parecendo faltar alguma coisa a mais no conteúdo da trama, pois a alegoria ficou tão fechada apenas na emissora que o ambiente em si ficou pequeno demais, e isso poderia funcionar para dar um ar mais claustrofóbico, porém não aconteceu.
Enfim, é daqueles filmes que não tenho como indicar de forma alguma, que até tem alguns leves pontos bons que já citei no texto inteiro, mas é melhor procurar outra coisa para ver, afinal o streaming é gigante. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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