Netflix - Queens (Dancing Queens) (Dansande Drottningar)

6/03/2021 10:33:00 PM |

Em Junho é comemorado mundialmente o mês do orgulho LGBTQIA+, e com isso devem aparecer nas plataformas de streaming muitos longas com a temática, e um deles que estreou hoje na Netflix é o sueco "Queens", que tem uma boa levada e trabalha bem o conceito da dança no mundo das drags e nos palcos teatrais, porém a diretora não arquitetou bem o roteiro para que tivesse algo fluido com uma boa história, tendo diversas quebras e saltos que acabaram ficando até estranhos de ver, mas que pelo menos pela história bacana dá para curtir o que é passado na tela. Diria que usou de momentos simples demais do público pegar as surpresas (como é o caso do coreógrafo), e foi inventiva demais com as situações finais, sendo algo meio que quase impossível de acontecer de verdade, ou seja, é daqueles filmes bem trabalhados, mas que contém tantas falhas secundárias que certamente precisariam de ajustes para agradar mais.

O longa acompanha a história de uma dançarina que trabalha como faxineira em uma casa de shows e sonha em subir ao palco. Tudo muda quando um coreógrafo ambicioso descobre seu talento.

O cinema sueco é daqueles que também não viaja tanto o mundo, então não posso dizer que esse seja o estilo da diretora e roteirista Helena Bergström, mas é bem fácil notar que seu roteiro era bem mais alongado, desenvolvendo um pouco mais de treinos e conflitos no clube de drags, o que no corte final acabou sendo eliminado e tudo foi jogado para o público abstrair e entender como quisesse, o que acaba sendo ruim, pois do nada a moça é aceita pelas drags, em seguida já estão com o show completamente pronto, em seguida já ocorre algo que era previsto e a moça já foge, logo em seguida como previsto também todos já estão atrás dela, e eis que a "surpresa" que todos já imaginavam no miolo acontece como um passo de mágica, ou seja, diria que a versão completa do filme tem pelo menos uns 150 minutos, mas que para ficar comercial foi entregue com 110 e o resultado acabou ficando estranho, ou seja, não vou dizer que seja um erro da direção, mas certamente daria para cortar mais flashbacks da garota com a mãe, toda a história com a dona da pensão e aí sim o filme ficaria mais redondo com outras cenas, mas volto a frisar que não é de todo ruim.

Sobre as atuações, basicamente temos de falar da protagonista Molly Nutley que entregou personalidade e muita dança na trama, e que soube segurar bem todos seus momentos com bons trejeitos e uma expressividade na medida certa, mas talvez um pouco menos de dramaticidade em alguns atos caberia mais para o estilo dela, e certamente chamaria ainda mais atenção. E claro o coreógrafo Fredrik Quiñones que também foi bem seguro em cena e deu boas nuances nos seus atos, fazendo de seu Victor um personagem com uma boa marcação cênica, e principalmente com uma história boa para igualar a protagonista, ou seja, foi simples, direto e certeiro. Todos os demais tiveram bons momentos, cada um no seu momento desde a avó que apoia a neta a seguir seu sonho, o pai com depressão pós-morte da esposa, e claro todas as drags do clube com destaque para Claes Malmberg como La Diva.

Visualmente o longa claro tem todo o seu colorido com os shows das drags, trabalhou bem o mote de quebra de um luto acabar com o clima das pessoas, e com isso temos o templo da outra drag que ficou fechado por anos, tem toda a sintonia de palco de uma dança abstrata, e ao mostrar uma comunidade pequena no meio de uma ilha vemos toda a colaboração entre as pessoas que vivem lá para ter uma qualidade, além disso vemos uma cantina italiana administrada por um bósnio que se passa por italiano, e uma pensão simples e bonita da amiga da avó da protagonista, ou seja, a equipe de arte brincou bem com todos os elementos e funcionou dentro de algo mais contextualizado, porém como já falei muitas coisas importantes ficaram subjetivas e outras menos imponentes foram mostradas, e assim o resultado não vai muito além.

Enfim, é um filme interessante dentro da proposta completa, mas que falhou muito na edição, e assim sendo não empolga como poderia, mas volto a frisar que não é de todo ruim e dá para recomendar ele como um bom passatempo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...