O longa nos mostra um thriller inspirado na força e bravura de sobreviventes de abuso doméstico e os obstáculos que enfrentam para ficarem seguras, nos apresentando Sadie, uma mulher que sofreu violência doméstica e enquanto ajuda outras vítimas a se livrarem de seus agressores, tenta matar o próprio marido para que seja realmente livre.
Já está ficando até chato falar isso, mas aqui temos o mesmo problema de sempre, uma diretora estreante em longas que quis alongar seu material e acabou se perdendo, pois facilmente Sarah Daggar-Nickson poderia ter resolvido o problema na cabana, poderia ter resolvido de outras maneiras, mas não quis ir além com algo forte e intenso e se perdeu, pois se antes estávamos até envolvidos com toda a dramaticidade dos casos, entendendo todo o sofrimento e raiva da protagonista, após a cena do pedaço de madeira qualquer outra coisa seria inaceitável, e ela insistiu ainda em uma fuga, e um ataque frente a frente, ou seja, nem que a moça fosse uma lutadora de MMA ultra imponente veríamos o resultado final, e assim sendo o longa que estava sendo algo embasado em algo real virou algo tão abstrato que nem dá para ficar feliz com o resultado, o que é uma pena, pois tinha segurança, tinha ritmo, só escolheu muito mal todos os atos finais, ao ponto que uma resolução menor ficaria incrível, e o acerto seria preciso de nível máximo.
Sobre as atuações, basicamente Olivia Wilde domina todos os ambientes com sua Sadie, fazendo muitas personalidades e atuações com suas mudanças visuais e até de temperamento para cada caso que se infiltra, e dominando bem trejeitos e até respirações consegue agradar bastante em todos os momentos mais envolventes da trama, passando muitos sentimentos e não forçando para agradar com isso, mas acabou caindo no problema do roteiro de fechamento ruim, e fez o que lhe foi pedido, o que não era o melhor para o papel, mas não é problema seu. Morgan Spector trabalhou bem como o marido violento, aparecendo somente nos últimos atos, e se impondo como era esperado, fazendo atos de crueldade de muita força visual e agradando com isso, porém da mesma forma seu final é ruim demais de se acreditar, tanto que nem é mostrada realmente a cena inverossímil, mas assim como falei de Olivia, o erro não foi dele, então atuou bem. Quanto aos demais, cada um apareceu bem rapidamente, sem chamar muita atenção, mas dando boas conexões para cada momento da protagonista, tendo destaque claro para o envolvimento do garotinho vivido por Kyle Catlett, com um olhar bem agradecido e muito bonito de se ver.
Visualmente o longa trabalhou bem os diversos tipos de agressões domésticas, não ficando somente em casos de mulheres com maridos, mostrou bem o estilo explosivo e sintético de alguns casos nos diversos tipos de ambientes, e mostrou claro grupos/casas de aconselhamentos, mostrou processos judiciais, e abusou um pouco das cenas no meio da floresta, mas também tendo bons elementos como a cabana, o pedaço de madeira, a lâmina escondida, e até mesmo o galpão foi bem funcional, só esperava que alguém tivesse falado para a diretora que aquele final era péssimo e que ela deveria ter terminado na cabana, mas isso não ocorreu, então é o que temos.
Enfim, é um filme interessante, com uma proposta bem trabalhada e um péssimo final, mas que vale pela essência passada, por mostrar como as mulheres podem treinar uma luta marcial (na sugestão do filme o Krav Maga) para poder se defender, e até temos um bom envolvimento, mas o final me fez baixar bem a nota do longa, e sendo assim recomendo ele com uma ressalva imensa. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, afinal os cinemas reabrem, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...