O longa nos situa em Shadyside, no ano de 1978. As aulas terminaram no verão e as atividades no Camp Nightwing estão prestes a começar. Mas quando outro Shadysider é possuído pelo desejo de matar, a diversão ao sol se torna uma luta horrível pela sobrevivência.
A diretora Leigh Janiak irá botar seu nome na história da Netflix, isso já é um fato marcado, pois conseguir ter três produções lançadas em sequência no streaming é algo bem fora dos padrões, e mesmo que tudo tenha sido encomendado, ainda ela foi coerente de trabalhar bem e ser coesa com as atitudes dentro da trama, e como já disse no começo, ela estudou demais os filmes de terror em acampamento, pois é inegável as referências que vemos de pessoas se trancando em banheiros, as diversas cenas de sexo dos monitores (faltou o assassino entrar na casa e matar a moça em cima do rapaz, aí sim ficaria algo mais traumático e completo!), todas as nuances de pessoas brincando e não acreditando que o mal estava ali do lado de fora por manter toda a competitividade, e assim o resultado nesse contexto mostrou que a diretora tem imponência e sabe dominar bem seu estilo, porém como já disse também faltou para ela abrir e fechar esse filme como algo completamente a parte do primeiro filme, pois aí sim seria algo genial e muito bem feito, do tipo que somente em uma cena pós-crédito veríamos os protagonistas do primeiro filme chegando na casa e conversando com a garota para aí irem para o shopping, que aí sim teria acontecido o filme de acampamento e a conexão completa com a trama. Mas como não ocorreu, vamos ficar com uma boa emenda que resulta bem ao menos, pois já disse não ser algo ruim, e ter ainda mais violência visual do que o primeiro exemplar.
Sobre as atuações a trama deu um foco bem colocado para Sadie Sink, que já tem feito muitas produções do streaming, e aqui sua Ziggy possui uma desenvoltura muito boa, se entrega para todos os atos, e principalmente encaixa o teor que uma boa protagonista de um terror deve ter que é corrida boa, espanto facial interessante, e se mostrar pronta para tudo, o que deu a ela um estilo bem marcante e interessante de ver na personagem, agradando do começo ao fim. Ted Sutherland fez seu Nick de uma maneira imponente também, porém com uma marra fora do normal, ao ponto que alguns atos seus o jovem fazia questão de aparecer, mas praticamente o último ato inteiro ficou desaparecido da tela, o que é estranho e sem explicações aparentes, ou seja, é uma falha do roteiro, mas também do ator por se jogar tanto na tela. Emily Rudd acabou exagerando um pouco com sua Cindy, ao ponto que tudo parecia ir bem, mas suas nuances ficaram forçadas, inicialmente pela santinha recatada e que reclamava de tudo, e nos atos finais saindo que nem uma maluca enfiando uma força descomunal para arrancar até uma cabeça, mas de certa forma se entregou bem para a personagem, e com isso funcionou ao menos. Ryan Simpkins trabalhou sua Alice com um bom estilo, cheio de rebeldia em todos os atos, e dentro dos túneis se entregou bem para a personalidade casual de um bom filme de terror quando alguém surta e sai correndo, e ela fez bem isso. E por último mas não menos importante tivemos McCabe Slye com seu Tommy, inicialmente o par romântico apaixonado da irmã da protagonista, cheio de nuances e frases bonitas, mas depois que é possuído vira o próprio cão com seu machado, com um olhar fixo bem forte, e ficando ainda melhor quando passa a usar o saco de juta na cabeça, ou seja, o ator incorporou um assassino forte e intenso da melhor forma possível, e agradou bastante. Ainda tivemos Gillian Jacobs como C. Berman, mas apenas servindo para mostrar todas as loucuras que faz em sua casa trancada, e como uma narradora da trama, pois não foi muito além em cena.
Visualmente o longa foi muito bem desenhado, com bons momentos no acampamento, mostrando que desde muito tempo já existe a rivalidade entre as duas cidades, com separação de cores e tudo mais, todos com figurinos bem característicos dos jovens dos anos 70, muitos elementos cênicos clássicos da época como rádios toca-fitas, toda uma preparação bem moldada para o labirinto criado pela bruxa, uma casa no meio da floresta cheia de nuances e objetos tensos, e claro muito sangue com toda a violência do assassino para cima das crianças e adolescentes, em um ritmo frenético e cheio de ambientes propícios para cada um dos atos ficarem marcantes com tudo, passando desde uma sala de ciências até um refeitório, com uma passada rápida em um banheiro pequeno, mas que teve um belo golpe de machado ocorrendo, além desse ter ainda uma cena referência a "Carrie, a Estranha" original, mas usando insetos, que foi bem tensa de ver. Ou seja, a equipe trabalhou muito bem para criar todo o conteúdo, e funcionou bem.
Assim como o primeiro filme que tivemos clássicos dos anos 90 tocando, aqui temos ainda bons exemplares dos anos 70, que além de ditarem um bom ritmo, serviram para todas as nuances próprias e bem encaixadas, valendo claro a conferida no link.
Enfim, aqui tivemos um longa bem melhor em vários quesitos se comparado apenas com o primeiro, mas volto a frisar que poderiam ter separado melhor toda a ideia do acampamento da história, e assim teríamos um filme sem dependências, mas que ainda assim tem toda uma boa intensidade e agrada bastante como terror, agora é ver como vão fechar tudo com a ida para o ano de 1666 para sabermos um pouco mais da vida da bruxa Sarah Fier, então é esperar semana que vem e curtir todos como algo amplo e bem montado pela plataforma, pois dá para recomendar com certeza todo o resultado. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...