A sinopse nos conta que em uma pequena cidade saudita, a jovem médica Maryam Alsafan decide se candidatar às eleições municipais com o objetivo de trazer melhorias para a clínica onde trabalha. Entretanto, ela terá que lidar com seu impacto na cultura conservadora do local, que afetará não só a ela, mas também a sua família.
A diretora Haifaa Al-Mansour até tentou trazer uma certa originalidade para sua trama, criando algo completamente diferente do usual em longas do país, mas não foi muito além, afinal sabemos como é a cultura por lá, e no longa vemos as leis e proibições que as mulheres tem de fazer, como não podendo nem uma médica mulher tratar um homem caso ele não queira, vemos que para dar seus discursos para homens não poderia frequentar os mesmos ambientes, sendo algo gravado, e muito mais, ao ponto que a trama acaba sendo algo bem preciso de demonstrações, mas certamente a trama poderia ir além em tudo, o que não ocorre, e assim sendo funciona apenas como algo claro das leis por lá, e nada mais, não trazendo sentimentos, nem envolvimentos, o que é bem ruim de acompanhar, cansando mais do que agradando.
Sobre as atuações, a base toda é em cima de Mila Al Zahrani com sua Maryam, e ela personificou bem seus momentos, deu as devidas intenções cênicas, e claro chamou a responsabilidade para si, fazendo com que sua personagem fosse marcante e expressiva (ao menos dentro do que deu para se mostrar), e que com boas desenvolturas conseguiu ter estilo e ir dominando os atos com boas atitudes interessantes de ver, ou seja, ao menos conseguiu agradar bem e funcionar. O pai vivido por Khalid Abdulraheem tinha tudo também para chamar atenção com sua desenvoltura na banda, sua intenção para cima de conseguir engrenar, mas ficou apenas tocando e cantando e fazendo caras e bocas de decepção, o que ficou monótono demais, não agradando como poderia. Já as irmãs da protagonista até tiveram alguns atos bem marcados, com Nora Al Awadh trabalhando sua Sara mais contida e Dae Al Hilali mais solta nas cenas, o que acabou dando um tom além.
Visualmente é até engraçado de ver, pois nas cenas dentro da casa das protagonistas vemos mulheres normais, bem colocadas, com suas roupas, conversas e atos normais, mas com tantas vestimentas nas cenas tanto na clínica de saúde, ou então nos atos na rua nem conseguimos distinguir nem os homens nem as mulheres, parecendo quase que um uniforme completo de escola, e sei que isso é o casual e normal para eles, sendo da cultura, mas até no show da banda lotado de pessoas, pareciam todos os mesmos tendo algumas barbas diferentes, mas nada muito chamativo, o que acaba sendo estranho demais para o pobre figurinista, já das locações, tivemos um hospital com a rua totalmente enlameada, sendo o ato da campanha de eleição da protagonista, algumas tendas, e alguns shows com bem pouco público, ou seja, economizaram nos figurantes.
Enfim, é daqueles longas clássicos de festivais que vemos mais o lado cultural do que realmente algum ensejo de história que chame atenção, sendo que muitos até gostam do estilo, mas sinceramente me deu muito mais sono que qualquer empolgação pelo que foi entregue, e assim sendo não tenho como recomendar o longa. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com uma estreia da semana dos cinemas, então abraços e até logo mais.
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