A sinopse nos conta que a estudante Nian se concentra para as provas finais que vão definir seu futuro acadêmico, mas precisa lidar com a ausência da mãe e o constante bullying que sofre por parte de suas colegas. Enquanto volta da escola, ela acaba conhecendo Xiao Bei, um jovem misterioso que passa a protegê-la, e uma amizade improvável surge entre eles.
Diria que o diretor Derek Tsang trabalhou muito bem nas dinâmicas, escolheu certamente uma escola com uma quantidade bem grande de alunos para ser representativo, e criou grandes momentos fortes para que cada ato fosse marcado tanto pelas tensões de bullying em cima da garota, quanto pelas acusações e violências dentro e fora da escola, mas certamente os atos de interrogatórios, os atos de envolvimento da garota com o rapaz, e até mesmo os momentos que vamos tentando descobrir o que realmente rolou com a morte vão ainda além nas situações colocadas. Ou seja, é um trabalho riquíssimo de envolvimento, aonde vemos a mão da direção funcionar, e principalmente encaixa o tema sem precisar ficar repetindo a todo momento os elos, fazendo com que cada ato fosse marcado e simbólico para algo complexo que é o fato de estudar para ser alguém no futuro, mas também ser reconhecido pelos seus atos dentro de uma boa moral.
Sobre as atuações, a jovem Dongyu Zhou se entregou completamente para sua Chen Nian, colocando olhares a prova, trejeitos marcantes, encarando dinâmicas fortes, e até liberando cortar completamente seu cabelo, ou seja, fez de tudo um pouco e chamou muita atenção sendo bem expressiva e interessante na proposta completa. O cantor e astro da banda TFboys, Jackson Yee, foi muito bem com seu Xiao Bei, entregou muita serenidade nas suas cenas, chamou a responsabilidade para os atos mais fortes, "apanhou" bastante com a maquiagem, e também botou o cabelo no chão mostrando atitude e vontade de fazer o papel, ou seja, segurou a dramaticidade do começo ao fim para que seu personagem fosse seguro e muito bem feito. Fang Yin foi um pouco exagerado demais com seu policial Zheng, ao ponto que em alguns atos ele tentou aparecer até mais que os protagonistas, o que não é muito bom de ver, aliás o trio de policiais fizeram cenas muito forçadas de interrogatório, parecendo surtados, o que não é legal de acontecer, mas fizeram suas cenas. Já quanto das garotas que fizeram o bullying, é claro o destaque fica para Ye Zhou com sua Wei Lai, pois a jovem foi direta em seus ataques, fez caras e bocas marcantes, e principalmente soube mudar o ar de maldade para desespero em alguns atos fortes como a da escadaria de tal maneira que só grandes atrizes fazem bem, ou seja, acertou a mão.
Visualmente a trama também tem muita intensidade, mostrando desde as escolas cheia de quase robôs com toneladas e mais toneladas de livros, vemos o apartamento simples da jovem com a mãe tendo de sumir por seu estilo de trambiques, deixando ela para se virar sozinha, e com um ambiente meio que pobre e sofrido, mas aí vamos para a casa no meio do nada do protagonista, com tudo mais simples ainda, com muita bagunça cênica, além de termos algumas boas cenas na delegacia, vários atos intensos na rua, inclusive com a cena máxima de abuso da protagonista, mostrando que a equipe de arte foi muito certeira nas escolhas e envolveu bastante com tudo, sendo bem representativo, além claro dos atos finais no meio das provas debaixo de muita chuva.
Enfim, é um filme bem forte, bonito e que mostra bem o estilo do cinema de Hong Kong, tanto que acabou indicado ao Oscar desse ano na categoria de Melhor Filme Internacional, e é daqueles que valem com certeza a conferida, sendo bem recomendado para todos pelo tema intenso e pelo bom desenvolvimento completo, mesmo que tendo alguns exageros que poderiam ter sido minimizados para não entrar num clima tão novelesco no final. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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