A sinopse nos conta que um jovem criminoso é transferido para "La Maca", uma prisão na Costa do Marfim totalmente dominada por seus prisioneiros. Lá, prestes a surgir a Lua Vermelha no céu, o governante dos detentos submete o rapaz recém-chegado a um ritual. Para sobreviver, ele deve contar uma história que vai da noite ao amanhecer.
Diria que o diretor Philippe Lacôte construiu algo até que bem trabalhado, pois filmes de prisão sempre são bem representativos pelas situações dos detentos, sobre como vivem ali, e tudo mais, porém ele acabou brincando com algum tipo de floreio até que possível de ter referências no país, ou então ter algo a mais dentro da ideia, que trabalha bem o lance de alguém inventar uma história completa para ficar acordado a noite toda, afinal lhe é contado que se acabar rápido a história morre, e assim sendo o filme tem uma desenvoltura de ideias bem feita, mas que não atinge algo que seja realmente chamativo. Ou seja, é daqueles filmes que viajaram demais na ideia, e não conseguiram conectar tanto com a proposta completa, mas que pela essência inteira o resultado funciona e até encanta bem simbolicamente, e se não tivessem trabalhado tanto essa ideia mística, o resultado seria ainda melhor.
Sobre as atuações, é bacana ver os trejeitos bem marcados de Bakary Koné com seu Roman, sendo uma boa estreia nos cinemas com trejeitos desesperados em alguns atos, e sendo um bom contador de histórias com tons gostosos e bem marcados de estilo pelo menos. Da mesma forma Steve Tientcheu trabalhou seu Barba Negra como alguém que tem todo o respeito dos demais presentes, colocou nuances nos olhares, e foi imponente nas suas atitudes, ao ponto que talvez uma explosão maior em alguns atos chamaria ainda mais atenção. Já quanto aos demais, vemos desde o maluco Silêncio bem interpretado por Denis Lavant, que aliás de maluco não tem nada, pois acabou ajudando o protagonista, vemos os próximos governantes brigando pelo trono com cenas bem impositivas com destaque para Abdoul Karim Konaté com seu Lass, além de Gbazi Yves Landry muito ousado nas cenas de seu Sexy, mas principalmente vemos o policial que deveria realmente ser o chefe de tudo surtar no final com bons trejeitos feitos por Issaka Sawadogo.
Agora sem dúvidas o melhor do filme ficou a cargo do conceito visual, pois uma prisão imensa no meio da selva, com praticamente todas as celas abertas, com ambientes sujos e cheios de presos, ou seja, figurantes a rodo, muitos momentos desconectados com músicas, danças, jogos, tudo com muitos detalhes, e claro toda a simbologia dos momentos encaixando para algo que vai muito além dali, contando a história da vida do jovem rei do crime, com guerreiros e tudo mais, bem criativo e claro viajado demais.
Enfim, é um filme que certamente poderia ter ido muito além se tivessem focado apenas na vivência da prisão, mas volto a frisar que não é de todo ruim, sendo apenas um pouco cansativo demais, mas aqueles que curtirem o estilo longas de festivais certamente irá curtir tudo o que o longa entrega, sendo assim a recomendação. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...