TeleCine Play - Jogos Entre Amigos (Buddy Games)

Muitas vezes me perguntam qual estilo você menos gosta, e a resposta vem mais rápido que tudo: besteiróis. E digo sem pensar duas vezes, pois são raras as vezes que o estilo funciona bem, seja quando diretor apela em tudo e com isso rimos pelo excesso, ou quando de tão forçado o tema passa a ser cômico e trágico na mesma proporção, o que também faz rir, mas quando tentam entregar algo apelativo, e suavizar o tema para não ficar estranho demais, o resultado desanda enormemente, e foi exatamente isso o que acabou acontecendo com "Jogos Entre Amigos", pois é daqueles filmes que tentaram parecer com o sucesso de "Gente Grande", mas que ao partir para uma zoação de amigos, incluindo várias piadas de cunhos sexuais ridículas, resultou em algo que não faz rir, não entrega graça alguma, e o pior soa falso e cheio de erros exagerados. Ou seja, a proposta até daria para ter alguma graça, se ignorasse qualquer ato politicamente correto e se jogasse num jogo violento e sujo realmente entre os personagens, com toda a sacanagem rolando como rola nas provas que fizeram, mas a tentativa de colocar drama e qualquer mensagem no miolo desandou tudo e acabou ficando ruim demais.

O longa conta a história de seis pessoas que decidem se reunir após 5 anos afastados por uma briga. Bob é quem comanda o reencontro, organizando uma competição insana, o Buddy Game. O jogo consiste em um circuito repleto de desafios físicos e mentais, onde o vencedor leva 150 mil dólares para casa. Contudo, o maior prêmio que todos ganharão será a renovação dessa amizade de longa data.

Aí muitos vão me questionar, mas Coelho se você não gosta de besteiróis porque deu o play nesse, e a resposta tá aí na sinopse acima, pois apenas li isso e parecia algo bem bacana e divertido entre amigos, com boas sacadas de jogos que é algo que curto ver em filmes, mas infelizmente a estreia do ator Josh Duhamel na cadeira de direção foi algo que não tem como defender, pois ele que costuma fazer atuações fortes, com personagens bem colocados aqui apenas saiu fazendo graça e mesmo atuando com seu Bob não conseguiu chamar atenção, ou seja, ele fez daqueles filmes fáceis de serem dirigidos, aonde todos se zoam ao máximo, saem correndo e fazendo caras e bocas, que até funcionaria se ficasse só no lado competitivo, mas as apelações ficaram tão fortes e bizarras, necessitando até altos cunhos sexuais, que o resultado desandou bastante do começo ao fim. Claro que tem gente que vai gostar, que curtem um apelo sexual e algumas bizarrices, mas diria que facilmente é um filme sem controle, sem direção e principalmente sem roteiro, aonde o absurdo sai melhor do que o correto, e isso não é bom de ver.

Sobre as atuações, diria que todos se esforçaram ao menos para tentar entender quais eram realmente seus papeis na trama, desde o próprio diretor Josh Duhamel com um Bob organizador do encontro de amigos, mega rico, mas que não flui dentro da trama, não sendo nem um juiz para os momentos mais impactantes, nem fazendo muitas caras e bocas para acreditar no que estava rolando, ficando morno demais em cima do muro. Dan Bakkedahl trabalhou seu Shelly com muita ironia, cheio de gracejos e exageros, mas precisando apelar muito para ter um pouco de graça, e nos seus atos mais fortes não aparentou estar de acordo com o que estava fazendo, ficando estranho algumas caras e bocas suas. Nick Swardson trouxe toda a competitividade para cima de seu Bender, e também se impôs ao máximo para seus atos toscos, de forma que o personagem em si funciona, mas o ator não, e isso soa estranho por tudo o que acabou fazendo em cena. Quanto aos demais, a maioria fez apenas conexões, valendo dar um certo destaque para o ator que não decola vivido por Dax Sheppard, mas nada que fosse impressionante de ver, e assim o resultado das atuações é tão morno quanto o filme.

Visualmente o longa até tem bons momentos com os desafios malucos que os personagens vivem em uma casa de campo, aliás volto a frisar que o longa se mantivesse nesse ponto da trama seria muito bacana, mas aí foram para um bar com laxantes, fizeram tiros de flechas exagerados, e antes ainda tiveram tiros de paintball nos escrotos, inclusive depois mostrando o jovem sem suas bolas, ou seja, apelativo demais lembrando quase a saga "Jackass", mas com um algo a mais, e assim sendo a equipe de arte precisou trabalhar mais para desenvolver tudo que coubesse bem na trama, mas sem grandes chamarizes.

Enfim, é um filme exagerado, que não flui e que dificilmente alguém que não ame longas forçados do estilo consiga conferir ele por inteiro, sendo algo que mais cansa do que envolve, mas que engana bem pela sinopse, e sendo assim não tenho como recomendar ele para ninguém. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.