O estilo do diretor Guy Ritchie é algo que é muito marcante, ao ponto que mesmo que você não saiba que está vendo um filme dele, logo no começo você já passa a sentir a proposta toda quebrada, vai vendo as desenvolturas pegarem fogo e o filme precisando voltar semanas, meses, e tudo mais para explicar algo que você não está compreendendo, e quando vê já está tudo bem amarrado numa loucura completa recheada de expressões fortes, combinando tudo com muitos tiros, e claro com personagens canastrões e imponentes para que tudo flua de uma maneira impressionante, e aqui ele adaptou um filme francês de 2004 (inclusive com Jean Dujardin), ou seja ele já veio com um molde pronto e apenas incrementou seu estilo no roteiro, e isso funcionou demais, pois caiu tão bem com a escolha do protagonista, que certamente muitos irão até querer que ele dirija mais Jason Statham, pois ficou parecendo um filme feito para o ator, e claro que com os toques megalomaníacos do diretor, tudo que no francês foi algo mais comedido, aqui o nível de tiros foi algo que certamente daria para invadir um país, mas que ficou bom de ser visto.
Sobre as atuações, já falei que o filme parece ter sido feito para Jason Statham e é um fato marcado, pois conhecemos bem o estilo do ator, sabemos o quanto gosta de longas vingativos, e aqui precisando botar sua ira em jogo ele acabou fazendo com que seu "H" fosse imponente, tivesse personalidade marcante, e principalmente atirasse para matar sem espaço para erros, agradando demais em cada cena sua, e mesmo sabendo dos diversos absurdos (o famoso 100 tiros dos vilões erram, mas 1 do protagonista é na jugular) o resultado de seu personagem acaba sendo bem bacana de ver. Holt McCallany tentou ser engraçadinho com seu personagem Bala, fez algumas nuances bem trabalhadas, mas não foi muito além nas cenas que precisava de imponência, parecendo meio frouxo, mas serviu bem para o papel, pois não transpareceu em nada suas situações. Dos vilões, é claro que o destaque ficou para Scott Eastwood com seu Jan, aliás o ator voltou a aparecer depois de alguns anos sumido das telas muito bem encaixado, com trejeitos fortes, com uma pegada mais maluca, e sendo o famoso atrapalha planos, que acaba sendo interessante de ver em cena. Ainda tivemos outros bons atores em cena, mas sem muito para chamar atenção como Andy Garcia com seu King, Josh Harnett como Suadinho, e até Jeffrey Donovan com seu Jackson arquiteto completo do plano, mas cada um aparecendo pouco, ou não se impondo suficiente para chamar tanta atenção.
No contexto visual a equipe de arte mostrou que não estava para brincadeira, trabalhando com muitos carros fortes, com um depósito de dinheiro bem montado cheio de grades como realmente são os locais de separação de dinheiro dessas companhias, e principalmente com muitas armas para os vilões, fazendo com que o filme fosse completamente explosivo, além de conter cenas com muito sangue, alguns ambientes mais pesados como o set de prostituição infantil que foi apenas jogado no longa sem muita imponência, e claro o visual da morte do filho visto por diversos ângulos em cada um dos capítulos, sendo bem representativo, além claro da diferença entre as casas/apartamentos dos protagonistas, que mostra como o dinheiro corrompe um homem.
Enfim, é um tremendo filmaço, que quem gosta do estilo do diretor e do protagonista irá entrar completamente no clima da trama bem rapidamente e irá curtir cada ato, rindo de algumas situações, ficando tenso em outras, mas principalmente tendo o longa servindo como um bom entretenimento, ou seja, faz valer a conferida dentro de uma grande sala de cinema (principalmente por toda a mixagem sonora dos tiros que quase nos deixa surdos), e assim fica a minha recomendação. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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