Netflix - America: The Motion Picture

8/12/2021 12:44:00 AM |

Olha, confesso que já vi muitas animações malucas, e durante minha juventude vi muitas ironias insanas  e de duplo/triplo sentido nos episódios de "South Park", mas o que o pessoal que escreveu a animação da Netflix, "America: The Motion Picture", foi algo completamente fora de todos os padrões, imaginando como foi a formação/libertação dos EUA contra os britânicos de uma maneira tão insana misturando os ex-presidentes como guerrilheiros ensandecidos, com batalhas sangrentas entre lobisomens, motosserras, robôs, muita bomba, sexismos, e tudo mais que se possa imaginar, brincando sem nenhuma sutileza com ideologias partidárias, com racismos dos mais diversos tipos, e o pior de tudo, fazendo isso soar divertido de uma maneira tão abstrata e maluca que funciona demais. Ou seja, é daqueles tipos de tramas que você sequer consegue pensar como que alguém pensou em toda essa loucura, e por incrível que pareça é de apenas um roteirista, e não de um grupo de drogados que surtaram enquanto escreviam, e que caindo na mão de um estreante em filmes que não estava nem um pingo preocupado com sua segurança resultou em um filme que diria ser brilhante, mas que necessitará conhecer um pouco da História dos EUA para poder se divertir mais, o que não atrapalha em nada. 

O longa é uma animação que reconta a história da independência dos Estados Unidos através de um humor ácido e irônico. O filme recria os eventos históricos norte-americanos em tom humorístico e apresenta importantes personagens da história dos EUA como George Washington e Sam Adams de maneira satirizada.

Falei no começo que a loucura veio das mãos, e claro da mente insana, de um único roteirista, e no caso é Dave Callaham que é responsável por diversos grandes longas insanos também como os novos "Mulher Maravilha 1984", "Mortal Kombat", entre outros, e só com isso já dá para imaginar que a mente dele é bem fértil, porém o que fez aqui foi algo que foi muito além, pois muito ouvimos sobre a independência dos EUA, sabemos que foi algo meio complicado, e que as crianças sofrem um bocado para estudar para as provas na escola, mas que certamente agora algum pestinha que conferir o filme e colocar toda essa loucura mostrada aqui vai apanhar da professora, pois temos algo que só com muita droga na cabeça é possível se imaginar, como um rei britânico robô, um general lobisomem, Thomas Edison sendo uma cientista mulher revolucionária, George Washington e Abraham Lincoln best-friends-forever e muito mais usando várias maluquices, muitas piadas de duplo sentido, ares sensuais, dinâmicas racistas e xenofóbicas, e tudo mais que se possa pensar, que por um acaso caiu nas mãos de um diretor novato em longas, ou seja, Matt Thompson pegou algo completamente maluco e botou sua assinatura, o que é muito bom, pois mesmo errando ele transformou algo em seu, e certamente se quiser pode brincar muito mais com outros temas históricos nessa pegada que funcionará e irá divertir quem for conferir. Ou seja, está longe de ser perfeito, com toda certeza não é recomendado para crianças mesmo sendo uma animação, e funciona demais, o que é raro em tramas irônicas abusivas, e assim sendo passa voando toda a exibição.

Sobre os personagens e suas devidas dublagens é algo que nem tenho como falar muito, pois chega a ser irreal o que Channing Tatum entregou para seu George Washington, dando uma personalidade bem colocada daqueles sonhadores que nem pensam no que falar e saem fazendo, citando frases motivacionais que não sabem de onde vem e dão nome, e tudo com muita desenvoltura para que o personagem ficasse irreverente sem ser explosivo, o que é bacana de encaixar, pois precisavam de um contraponto, já que jogaram nas vozes de Jason Mantzoukas toda a insanidade possível e gritada de Samuel Adams (que quem não sabe é considerado o fundador dos EUA), que de uma forma completamente maluca só quer festas, badalação e explosões, numa irreverencia máxima que funciona por incrível que pareça. Da mesma forma temos Olivia Munn muito bem colocada na personalidade da cientista Thomas Edison mostrando que não é uma bruxa, mas sim uma inventora e cheia de apetrechos no melhor estilo de Tony Stark acaba trabalhando elementos bem encaixados e muita interação com todos. Ainda tivemos muita força de impacto para o maluco amigo dos animais Paul Revere vivido por Bobby Moyniham, Judy Greer entregando uma sensual e imponente Marta Washington, Andy Samberg como um general britânico meio lobisomem Benedict Arnold e Simon Pegg emprestando sua voz para o Rei James meio que robô, meio alienígena, ou seja, personagens malucos, atores bem encaixados e tudo funcionando muito bem dentro das piadas escolhidas nos diálogos.

Visualmente o longa é bem desenhado, não é tridimensional nem com modelagens, então temos praticamente o capricho do 2D tradicional bem envolvente com sombras e perspectivas, ou seja, temos toda a insanidade muito bem trabalhada em detalhes, com armas de todos os tipos, figurinos de época e fora dela, artifícios explosivos e tecnológicos, e muita interação entre todos os elementos e personagens muito chamativos, ao ponto que cada detalhe em cena faz muita representação para todo o filme, ou seja, vale ver até mais que uma vez para reparar em tudo, pois foi pensado para estar ali e o resultado chama a atenção mesmo.

Enfim, não posso dizer que seja algo perfeito, pois tem defeitos, tem momentos arrastados, mas tudo é tão maluco, tão genial de ideias insanas que acabamos nos envolvendo demais com cada detalhe, e assim a História dos EUA é vista de uma forma tão irreverente e bem encaixada que dá para acreditar que debaixo de muita bebida na cabeça tudo teria rolado dessa forma, e assim sendo o filme funciona demais e vale a recomendação para todos os adultos, pois não dá para a garotada ver alguns atos digamos sexuais demais seja explicitamente ou seja apenas nos diálogos, então é melhor ficar só pros mais velhos mesmo, que a diversão vai valer a pena. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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