segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Netflix - As Espiãs de Churchill (A Call To Spy)

Acho que se algum dia me falarem que estão fazendo uma pesquisa sobre os filmes das guerras que tivemos posso falar que a pessoa precisará de muito tempo, pois quanto mais eu estou de boa procurando algo para conferir nas plataformas de streaming, mais filmes do estilo surgem como recomendações para a conferida, e posso dizer facilmente que quase todos são tão bons que não dá para pular nenhum, cada um trabalhando uma temática, um momento ou até mesmo como foram as coisas em determinados países. E com "As Espiãs de Churchill" fiquei conhecendo um pouco mais das primeiras mulheres espiãs que foram enviadas para a guerra, trabalhando num mundo desconhecido e de pouquíssimas informações, mas dispostas a tudo para passar as devidas informações e formar a resistência necessária para derrotar Hitler. E o melhor é que não foi um filme apenas para conhecermos Vera Atkins, Virginia Hall e Noor Inayat Khan, mas sim uma trama envolvente que mostrou seus feitios junto com todo o processo, com toda a síntese bem trabalhada, e principalmente com uma representação cênica da França sendo ocupada com um primor de época incrível de ser visto. Ou seja, é daqueles filmes que não temos nenhum momento impressionante de cair o queixo, afinal a base da guerra já foi vista de tantas maneiras que já é possível até se acostumar com as barbáries mostradas, mas que trabalhou tão bem o estilo demonstrando essas fortes mulheres que encararam tudo e todos para conseguir fazer sua parte, que faz valer muito a conferida.

A sinopse nos conta que no início da Segunda Guerra Mundial, com o desespero da Grã-Bretanha, Churchill ordena que sua nova agência de espionagem - a Special Operations Executive (SOE) - recrute e treine mulheres como espiãs. Sua missão assustadora: conduzir sabotagem e construir uma resistência. A comandante das espiãs da SOE, Vera Atkins, recruta duas candidatas incomuns: Virginia Hall, uma ambiciosa americana com uma perna de pau, e Noor Inayat Khan, uma pacifista muçulmana. Juntas, essas mulheres ajudam a minar o regime nazista na França, deixando um legado inconfundível em seu rastro. Inspirado em histórias verdadeiras.

O mais bacana de tudo é ver que além de protagonista do filme, Sarah Megan Thomas ainda foi a roteirista original do longa, se baseando em diversos materiais fez um trabalho muito imponente, no qual a diretora Lydia Dean Pilcher pode se debruçar e capturar toda a essência de época, colocar as intensidades formatadas de uma maneira dura e bem trabalhada, e principalmente ser criativa para que um filme com tantas situações já mostradas em vários filmes tivesse um ar novo e bem claro, afinal pouco se ouviu sobre as mulheres da guerra, e aqui essa sina foi devidamente exemplificada com os grandes nomes presentes, e ainda mais com grandes atrizes que foram bem colocadas em cada papel, mostrando atitude e trejeitos marcantes no meio de um conflito que nem imaginavam os rumos que ainda tomariam. Ou seja, é daqueles filmes que não chegam a emocionar pelos atos em si, mas que traz um envolvimento tão bem colocado que acabamos interessados por tudo o que rolou naquele momento, e sendo assim funciona demais.

Sobre as atuações, tenho de começar pela roteirista e atriz Sarah Megan Thomas que se jogou praticamente em uma mulher te tanta personalidade, quase uma atriz no meio da guerra representando diversas personalidades, mudando cabelos, mudando formas de se expressar, e completamente perseguida pela Gestapo por toda a França, além claro de precisar mancar para dar realidade na perna de pau que a verdadeira Virginia Hall tinha, ou seja, foi ousada e completa em tudo, mostrando muita força e imposição, e claro por ter escrito o filme sabendo exatamente como ir além. Stana Katic foi muito precisa nos atos de sua Vera Atkins, sendo literalmente uma líder de operações, um olhar fora da caixa total, e mais do que isso, a atriz soube conduzir com um sentimento tão bem colocado que entramos completamente na sua situação de judia romena em uma liderança necessitando da cidadania, ou seja, a atriz incorporou bem os momentos e foi além. Da mesma forma Radhika Atpe trouxe realmente uma luz para sua Noor, ao ponto que vemos uma mulher corajosa, cheia de vontade, e com um sentimento muito bom para tudo o que estava ocorrendo, mostrando até mesmo ser uma atriz que vai bem mais longe do que o papel pedia com olhares e envolvimentos, agradando bastante. Quanto dos homens tivemos bons destaques também, ficando claro em primeiro plano Linus Roache com seu Buck sabendo dos problemas de sua parceira e a defendendo no meio de lobos, numa sintonia muito bem encaixada de estilos, vemos também Andrew Richardson muito bem colocado com seu Alphonse bem dinâmico, e para fechar tivemos o médico Dr. Chevain com boas nuances interpretadas por Rossif Sutherland. Ou seja, um elenco de atores nem tanto conhecidos, mas que foram precisos demais em cada momento que o filme precisava, e acertaram bem em tudo.

Visualmente o longa tem uma boa concepção de época, mostra muito da França semi-ocupada pelos nazistas, as diversas famílias que ajudavam e as que vendiam espiões, judeus e tudo mais, vemos toda a preparação rápida dos agentes para serem mandados para o campo de guerra, teve muitas representações das rações/vales de comidas que as pessoas recebiam para tentar sobreviver no meio da guerra, toda a simbologia dos explosivos de cargas para tentar barrar a guerra mais a fundo, e claro as invasões/incursões dos nazistas nas cidades chegando e botando banca, ou seja, a equipe de arte foi bem coesa de figurinos, de símbolos, de locações, conseguindo marcar bem tudo, e ainda dar as devidas nuances para que entrássemos no clima, além de uma boa representação da perna de pau da protagonista.

Enfim, é um filme que se formos olhar a fundo não é grandioso de essência, pois faltou mostrar muito mais torturas que sabemos que aconteceu, mostrar mais dinâmicas da guerra em si, mostrar mais das preparações, mas que foi simbólico ao mostrar bem a colocação das mulheres na guerra, pois muitos falam que isso não existiu, então o filme vem e coloca em pauta as grandes da época com uma pontuação bem clara e forte, ao ponto que vale bastante a recomendação. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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