O diretor e roteirista português Miguel Alexandre tem um estilo marcado bem didático, daqueles que vemos tudo ocorrer quase que dentro de uma cartilha clássica do suspense de envolvimento, aonde vemos surgir alguém desconhecido em uma cidade pequena (no caso aqui uma ilha), vemos os personagens opostos caindo de paixão pela outra pessoa, descobrimos que a pessoa não é alguém bom, começa a matar por simples prazer ou por algum erro, é descoberta e acaba partindo para cima dos demais, ou seja, isso já vimos em muitos filmes, muitas novelas e sempre tem a desenvoltura jogada para o clássico do estilo, e ele nem tentou enganar o público, indo bem direto na explicação no final, causando um leve impacto por sabermos quem era a vilã e suas motivações, mas certamente tudo poderia ter sido menos direto para surpreender mais.
Sobre as atuações, diria que Alice Dwyer é uma atriz com muita personalidade e principalmente soube trazer para sua personagem Helena um ar de vingança muito imponente e cheio de olhares e trejeitos marcantes, além claro de esbanjar sensualidade, ou seja, ela foi bem no que o filme pedia, chamou a responsabilidade para si, só não contava com um ar tão direto do diretor, e assim não vemos algo tão misterioso na trama. Ja Philip Froissant em sua estreia até trabalhou bem, já sendo usado para cenas eróticas bem fortes e sabendo dominar bem seus olhares e trejeitos acabou fazendo com que seu Jonas tivesse uma interação bem colocada, tivesse o ar de perda bem marcado pelos diversos ao seu redor, ao ponto que tudo trabalhou ao seu favor para não soar falso, o que é bom de ver na tela. Mercedes Müller trabalhou sua Nina com uma graciosidade bem leve, dando as nuances de garota apaixonada tímida que não ataca de cara, e assim suas cenas são bonitinhas e bem marcadas. Quanto aos demais, tivemos poucas explosões cênicas, mostrando poucos atos para serem marcantes com cada um, tendo claro o destaque para Hanns Zischle com seu Hansen todo misterioso dentro do que o filme pedia, e tendo seu grande segredo revelado ao final, mas como não foi trabalhado seus atos, apenas serviu para ter alguns trejeitos marcantes e ser o motivo de tudo.
Visualmente a ilha tem toda uma cenografia bem própria, com casas simples, mas bem colocadas, toda a nuance das marés e das bicicletas andando para todos os lados, mas o filme ficou bem mais focado nos atos dentro de uma escola não muito grandiosa, parecendo ter uma no máximo duas turmas de alunos todos da mesma idade (quase algo como uma faculdade, pois só tem as aulas de alemão da professora e uma bibliotecária além da diretora, mas ambas sem muito destaque), e claro os momentos na casa de ambos os protagonistas aonde vemos muito vinho e sexo rolando, ou seja, a equipe até teve um algo bem feito de elementos, principalmente para representar o ambiente em si, mas não foi muito além, e o resultado apenas foi bem colocado.
Enfim, não posso dizer que seja um filme ruim, pois tem todo o lado misterioso, tem cenas bem envolventes e marcantes, e até chama um pouco a atenção de quem entrar no clima, porém como costumo falar, foi exageradamente novelesco, e isso é algo que só quem gosta do estilo acaba ficando feliz com tudo o que acaba rolando, ou seja, se você não for desses que curtem uma boa novelona vai rir de diversos atos e certamente não acabará surpreso com nada, mas ainda assim dá para passar um tempo conferindo a trama. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...