O longa nos mostra que Virginie mora em uma fazenda com seus filhos Laura e Gaston e cria gafanhotos como uma cultura rica em proteínas. A vida é difícil: as preocupações com dinheiro e os problemas práticos aumentam, as tensões com os filhos e vizinhos aumentam. Mas tudo muda quando ela descobre que os gafanhotos têm gosto por sangue.
Costumo falar muitas vezes isso, mas infelizmente é a verdade, pois faltou experiência para que o diretor Just Philippot entregasse algo com uma imponência maior na trama, afinal ele conseguiu criar uma dramaticidade bem marcada entre os personagens (coisa que os franceses sabem fazer muito bem), deu as nuances clássicas do horror como a entrega de sangue, matar por uma causa e tudo mais que o gênero pede, porém ele demorou demais para atacar realmente e começar a causar a tensão assustadora que o filme poderia ter, pois quando realmente começou a ficar intenso ele já deu o fechamento e pronto, ao ponto que até tenha uma leve deixa para uma continuação, mas certamente tudo poderia ser mais intenso já nesse com um resultado bem melhor em tudo, afinal mesmo sendo bem bizarra a ideia de gafanhotos assassinos com sede de sangue, a trama acaba tendo uma boa pegada pela insanidade da mulher em todas suas cenas.
Sobre as atuações, Suliane Brahim trabalhou com nuances bem marcadas para sua Virginie, demonstrando desespero em conseguir dinheiro, mas também muita loucura quando vê a façanha dos gafanhotos em desespero por sangue produzindo muito mais, ou seja, a atriz trabalhou bem os olhares de duas formas, e se mostrou claro extremamente cansada após estar dando literalmente o seu sangue para os bichinhos, demonstrando bons trejeitos e agradando mesmo que de uma forma bizarra. Sofian Khammes ficou meio que secundário demais com seu Karim, de forma que até tenta aparecer e puxar um romance com a protagonista para ter mais atenção dentro do longa, mas não foi muito além, e fez com que não nos conectássemos realmente com ele no filme. Quanto dos jovens Marie Narbonne e Raphael Romand até vemos alguns atos bem marcados da primeira com os surtos de sua Laura desesperada como qualquer adolescente com os pais mexendo com coisas estranhas e os amigos caçoando dela, mas poderia sem menos introspectiva no estilo completo, já o garotinho ficou abstrato de estilo, não indo para muito longe do que o filme desejava mostrar com sua amizade com a cabra e com os gafanhotos. Já os demais apenas serviram de conexão, não indo muito além em cena, mas também não atrapalhando o andamento.
Visualmente o longa tem uma boa, porém esquisita, interação com os gafanhotos, ao ponto que aparentemente usaram gafanhotos reais para as cenas mais proximais deles comendo as coisas e talvez algo que parecesse realmente sangue, e computação para as nuvens e nas cenas mais cheias dos bichinhos, além claro de muito sangue para realçar os atos de cortes e transfusões, ao ponto que tudo deu um toque realístico interessante de ver e mesmo o filme não tendo momentos tão chamativos, tudo ao redor das estufas acaba sendo forte e bem encaixado.
Enfim, é uma trama de suspense bem feita que certamente poderia ter ido bem além com tudo, mas que agrada bastante e quem gostar de coisas mais bizarras acabará se envolvendo com o resultado completo. Claro que muitos irão reclamar do ritmo da trama, pois é bem lento, mas o contexto completo funciona e envolve bastante na segunda metade, de forma que poderiam ter focado mais ali, ou seja, recomendo ele com algumas ressalvas, mas é bacana de ver. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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