O longa nos mostra que em 1941, uma aspirante a artista e sua família são deportados para a Sibéria em meio ao desmantelamento brutal de Stalin na região do Báltico. Em um lugar aparentemente sem esperança, o amor é o único meio de sobrevivência.
Realmente não lembro de ter visto qualquer filme lituano antes em minha vida nos cinemas, então não posso dizer que o que foi entregue foi algo surpreendente do estilo, mas certamente a forma que o diretor Marius A. Markevicius passou em seu filme foi algo bem intenso de ser visto, mostrando tanto as aglomerações nos trens e barcos com pessoas morrendo no trajeto de serem removidos de suas casas até chegarem nos campos da Sibéria, vendo outros morrendo ali mesmo nas plataformas de embarque por simplesmente os militares desejarem ver o sangue, a chegada na Sibéria com pessoas desconhecidas invadindo e sendo jogadas para dentro de casas de pessoas humildes de lá que nem queriam abrigar essas pessoas, e claro depois ainda podendo piorar para serem jogados no meio de uma ilha no topo do globo aonde o inverno mata mais ainda com o frio, sem direito a remédios, comidas e tudo mais. Ou seja, o filme tinha toda uma intensidade completa para envolver, emocionar e fazer com que o público se chocasse com tudo, mas deixou isso não causar tanto, ficando com o ar romantizado dos desenhos da garota e seu olhar sobre tudo o que estava rolando para ser algo mais leve, e assim sendo o resultado final mesmo sendo bom, não vai muito além.
Sobre as atuações, tenho de falar claro da garotinha Bel Powley que foi muito expressiva com sua Lina, trabalhando a essência da personagem com olhares fortes e diretos, criando momentos marcantes, mas sem ter grandes ataques, ao ponto que seu resultado certamente poderia ter ido além, mas foi bem no que fez. E Martin Walström trabalhou seu Kretzky com uma imponência marcante, afinal sendo de outro país, mas defendendo os militares, precisou ser duro e desesperador com as ordens de seu comandante, surtando muito na metade do caminho, e agradando bastante no resultado final com suas cenas. Dentre os demais, a mãe da garotinha vivida por Lisa Loven Kongali trabalhou bem suas dinâmicas de uma maneira bem forte e interessante de ver, ao ponto que seu estilo acabou encontrando atos fortes, mas sem nenhuma cena explosiva realmente, e claro Jonah Hauer-King com seu Andrius que de cara já dava para imaginar que recairia para um romance com a protagonista, e além disso mostrou muita dor com toda a pancadaria que levou dos militares, e por último mas não menos importante tivemos Peter Franzén com seu Komarov direto e bem marcante como todo comandante com uma sina assassina dentro da mente.
Visualmente o longa foi bem intenso também, mostrando várias cenas dentro dos trens, dentro de barcos, mostrando toda a sujeira no meio dos campos de beterraba na Sibéria, as casas com pouquíssimos recursos, as trocas nas vilas que geravam ainda mais mortes, e depois ainda toda a situação na neve numa ilha completamente sem nenhum recurso, ou seja, um tremendo trabalho da equipe de arte que não economizou com armas, uniformes, figurinos bem marcados dos camponeses, e toda a situação que foi criada do começo ao fim. Além disso tivemos vários desenhistas para fazer todos os belíssimos retratos que a garotinha entrega em detalhes na trama.
Enfim, é um filme muito bom, que certamente tinha tudo para ser ainda melhor, daqueles que chamariam a atenção pelo envolvimento, comoveria com muita intensidade pelas cenas das mortes e sofrimentos, mas que vale a conferida como um retrato maior mostrado de como foi a guerra, e assim sendo vale a recomendação completa. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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