Dessa vez o diretor do primeiro filme Fede Alvarez apenas escreveu o roteiro junto do novo diretor Rodo Sayagues, e ambos colocaram uma boa intensidade de estilo, souberam conduzir a narrativa para algo intenso e bem trabalhado, e como já disse, tiveram a serenidade em mostrar que ou você aceita que o protagonista é um cego e tem capacidades fora do comum ou nem vá para a sala do cinema, pois diria que abusaram completamente de tanta coisa para que o filme ficasse mais violento que tudo passa a ser irreal, afinal já era forçado imaginar as coisas que o protagonista fez no primeiro filme sendo cego, mas dava pra imaginar que um ex-fuzileiro americano cego em casa por muitos anos soubesse dominar bem todo seu ambiente, e ali resolver suas paradas com quem quer que aparecesse, mas aí sair pulando, rolando, "vendo" se luzes estão acesas ou apagadas, e o pior ir para outro lugar muito longe dali pegando coisas espalhadas numa van que sabe lá como ele achou tudo lá para pôr em uma bolsa foi apelar demais. Ou seja, confira a primeira parte, acredite no que está acontecendo, fique feliz, tenso e empolgado, e abstraia tudo o que ocorre no hotel, pois ali é só o charme para terem um fechamento, e nada mais.
Sobre as atuações, basicamente tudo fica bem em cima de Stephen Lang com seu Norman completamente intenso e muito mais imponente do que no primeiro filme, mostrando que o ator treinou muito e que sabia completamente dominar seu estilo para o que o personagem necessitava, e claro usando também um pouco de uns dublês fez cenas violentíssimas, impactou com estilo e agradou bastante, fazendo diálogos com tons diretos e lutas com muita dinâmica, acertando em cheio. A garotinha Madelyn Grace até trouxe uma certa intensidade expressiva para sua Phoenix, porém ficou sempre retraída em cena, parecendo estar mais com medo de atuar do que das coisas que estavam ocorrendo ali, e isso pesou um pouco, mas não chegou a atrapalhar o andamento da trama, e assim sendo foi bem até no que tentou fazer. O vilão Raylan vivido por Brendan Sexton III foi bem imponente e até bem desenvolvido na trama, ao ponto que seus atos foram fortes e intensos, e suas intenções soaram meio que bizarras, mas comandou bem seu time de malucos, e se expressou bem com o que precisava fazer para ficar marcante, agradando bastante em cena. Quanto aos demais, é muito divertido ver as mortes e besteiras que cada um acaba fazendo ao ficar bravo com o cego e tentar lutar com ele, então cada um da sua maneira vai caindo e sofrendo demais com tudo, mas sem ter destaque expressivo positivo para nenhum, pois são tantas caras e bocas que fazem que nem em show de lutas vemos tantos exageros.
Visualmente o longa é bem marcante, cheio de lugares completamente rústicos de estilos, desde a casa do protagonista com muitas coisas possíveis de serem usadas como armas, muitos elementos cênicos prontos para quebrarem ou servirem de esconderijos para a garota, e principalmente muita ambientação para dar o clima tenso e escuro, mas sem ficar invisível para o público, o que acaba dando um charme extra em tons de cinza e preto, depois vamos para o hotel abandonado repleto de ambientes desde um hospital improvisado, uma piscina imensa vazia, várias escadarias e tudo mais, ou seja, é algo que foi muito bem pensado pela equipe de arte, e valorizado na medida pelo diretor para aparecer em detalhes.
Enfim, é um bom filme do gênero, com muito mais violência do que o original, porém bem abaixo dele na qualidade, pois aqui abusaram demais de tudo para funcionar, e assim sendo até vale a conferida como uma diversão intensa pelo estilo, cheia de nuances tensas e intensas, mas que se não aceitar o que é entregue o resultado vira um desastre com certeza, e sendo assim recomendo ele com a ressalva máxima de ir conferir acreditando que um cego pode fazer tudo que o protagonista faz, e aí o resultado vai agradar bastante. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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