O diretor e roteirista Donato Carrisi coloca em seu segundo filme uma intensidade bem marcada, com nuances tensas e que por várias vezes nos deixa com uma pulga atrás da orelha imaginando o que pode ter ocorrido com a garota, ou se o investigador está indo na pista correta, mas como a história toda é embasada em seu livro que foi sucesso de vendas, certamente ele poderia ter trabalhado de uma forma capitular para amarrar mais o público, pois aqui embora a trama se divida bem, ficamos com algumas dúvidas em diversos atos, o que geralmente é estranho de ocorrer, mas não vejo como sendo um grande erro. Além disso faltou um ar de tensão para cima dos personagens principais, pois nem a garota no labirinto, nem o investigador ficando preso no porão, nem toda a história rolando dentro do hospital acaba causando um desconforto maior no público, ao ponto que tudo parece normal demais, ou fora de eixo demais, não entrando naquele meio termo que vamos nos contorcendo na poltrona para se aliviar no final. Ou seja, é um bom roteiro que talvez tenha sido mal desenvolvido, pois a intensidade cênica acaba não causando e isso é ruim de acontecer em um suspense, mas de certa forma o filme funciona e surpreende no final, o que é bom de ver.
Sobre as atuações temos um Dustin Hoffman bem intenso com uma proposta marcada e cheia de nuances com seu Dr. Green, ao ponto que vamos nos conectando com suas perguntas e com seus movimentos de mão com a bolinha e tudo mais, ao ponto que vemos um personagem bem feito, mas que poderia ter explodido um pouco mais. Já Toni Servillo trabalhou seu investigador Bruno Genko como um daqueles curiosos intensos, que tem toda a síntese de conhecer pessoas, ambientes, e estando no fim de sua vida resolve investigar sem se segurar em nada (aliás suas cenas dirigindo foram bem abusadas, pois parecia só existir o seu carro na rua), mas trabalhou bem e foi certeiro em vários momentos. Valentina Belle fez de sua Samantha uma personagem cheia de dúvidas, com trejeitos amarrados e não impactando como deveria, ao ponto que parecia não saber aonde chegar com o papel, mas foi bem em despistar tudo, e agradar na forma que fez isso. Quanto aos demais, a maioria fez conexões com os demais, tendo um leve destaque para a interação de Vinicio Marchioni com seu Simon e Katsiaryna Shulha com sua Linda bem sexy, mas não muito desenvolvida, além claro do sequestrador vestido de coelho que não vou dar nomes para não atrapalhar o andamento de tudo, mas que foi bem de facetas.
Visualmente a trama tem bons elementos e locações, desde um hospital bem simples aonde os protagonistas seguem dialogando sobre como foi ficar no labirinto, até as casas, igrejas e apartamentos por onde o investigador vai no meio de fogo, chuva, pântano e tudo mais, com uma intensidade bem boa de elementos cênicos bem representativos, que acabam chamando a atenção, porém nem o sequestrador vestido de coelho, nem o ator estranho com a cara desfigurada causaram algo a mais na sessão, e assim o filme acaba faltando um pouco de tensão realmente, pois mesmo o labirinto tem seu luxo, mas não causa a claustrofobia que deveria rolar realmente.
Enfim, é um filme que de certa forma surpreende, que tem uma trama interessante e que certamente vai agradar quem gosta do estilo, mas se tivessem colocado uma tensão maior nas cenas seria daqueles perfeitos. Mas ainda assim recomendo ele para todos, pois não é violento e tem uma boa profundidade para brincar com a mente de todos, e assim sendo vale a conferida. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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