O Poderoso Chefinho 2 - Negócios da Família (The Boss Baby: Family Business)

8/14/2021 01:41:00 AM |

É sempre interessante quando conseguem manter a essência de uma trama e evoluir ela para que entre no clima mais atual, e se lá em 2017 tivemos uma trama divertida mas que não passava grandiosas mensagens com "O Poderoso Chefinho", agora com "O Poderoso Chefinho 2 - Negócios da Família" trabalharam tão bem a temática de sintonia entre irmãos, as vantagens do afeto familiar, e até mesmo do encorajamento de sair da zona de conforto para crescer pessoalmente e introspectivamente, além claro de mostrar que algumas escolas não criam grandes pessoas, mas sim robôs com a forma competitiva trabalhada, ou seja, encontraram bons temas para que o filme fluísse melhor e ainda claro divertisse bastante. E a grande sacada, ou melhor as grandes sacadas foi que conseguiram fazer tudo isso trabalhando dinâmicas simples, colocando os personagens que não eram grandes chamarizes agora em situações mais carismáticas, e claro colocando muitos outros personagens e elementos para que a animação tivesse mais vida, isso claro que foi muito bem aprendido com a série animada que é sucesso desde o lançamento na Netflix, ou seja, o hall criativo foi bem dominado e mantendo a sacada da infância ser bem aproveitada, dos motes familiares e tudo mais, conseguiram conduzir para algo bem maior do que apenas um filme bonitinho de ver, e assim o resultado funciona.

O longa acompanha novamente os irmãos Tim e Ted, agora adultos e vivendo vidas separadas. Enquanto Tim construiu uma vida calma no subúrbio com sua esposa, Carol, e as filhas, Tabitha e Tina, Ted se transformou em um mega empresário que resolve todos os problemas com dinheiro. Mas quando Tim descobre que sua filha caçula também é agente do BabyCorp, ele precisará da ajuda do irmão mais novo para lidar com a situação.

Um dos pontos principais que costumo falar em continuações é que sempre deve se manter o diretor do original, pois a pessoa já sabe aonde ir, já tem a base dos personagens e a criatividade flui bem em cima de algo que até imaginou colocar no original, mas não coube ou não deu tempo exato de fazer, e aqui Tom McGrath voltou a assumir sua história e brincou bastante com as possibilidades, criando cenas coloridas bem encaixadas, muita interação nas cenas da escola mostrando os diversos tipos de alunos e de situações, trabalhou bem os diversos elos familiares, e claro encontrou espaço para as diversas discussões familiares, de ensino e tudo mais. Ou seja, o diretor e seu parceiro de escrita Tom McGrath se basearam bem nos livros de Marla Frazee e entregaram uma boa personalidade para todos, e embora tenham exagerado na rápida passagem de tempo, já que passou apenas 4 anos reais, mas no filme os protagonistas do primeiro já estão bem adultos, com filhos inclusive, tudo encaixa bem e diverte muito.

Sobre os personagens, antes de falar dos protagonistas tenho de dar o devido destaque para a bebê que parece saída de um filme de terror, com olhares e falas intensas tanto no ato do protagonista no berçário, mas sendo incrível em seu encontro com os ninjas nas cenas finais, sendo daquelas cenas que nós amantes de filmes de terror praticamente rolamos de rir com a forma que tudo acontece, sendo quase uma Annabelle. Agora voltando para os personagens principais, é muito bacana ver toda a interação entre os irmãos Tim e Ted novamente, a desenvoltura meio que egoísta de Ted já como um rico empresário muito ocupado, e voltando a ser bebê toda as sacadas de ser colocado junto com outros bebês, já Ted como um pai que se esforça como dono de casa para dar carinho e muita atenção para as filhas, mas acaba exagerando demais em tudo e tem ainda uma imaginação bem fértil e maluca, voltando também a ser garotinho entrega muitas boas cenas junto da filha. Aliás falando na filha, a jovem Tabitha é cheia de desenvoltura, tem uma inteligência fora do normal e quando resolve cantar deu um show literalmente. Agora a nova chefinha Tina é uma graça, mostrando uma personalidade mais familiar do que o protagonista do primeiro longa, e criando muitas situações bem engraçadas para despistar os adultos de que já fala e comanda uma corporação inteira. Além deles tivemos o vilão Dr. Armstrong completamente insano de ideias, muito astuto e com uma personalidade completamente maluca, usando muitos bebês a sua disposição e trabalhando de uma forma que chega a ser até intensa para uma animação, ou seja, foi bem colocado. Quanto da dublagem nacional diria que todos foram muito bem, colocando piadas, gírias e sacadas tradicionais nacionais, o que sempre acaba sendo de bom tom, e assim o resultado chama atenção em tudo.

Visualmente o longa é muito colorido, tem sacadas de todos os tipos, como a criação de aplicativos de celulares por bebês no melhor estilo dos minions, temos ninjas, temos muitas personalidades na escola com alunos de todos os tipos e perfis, temos uma escola tecnológica incrível, a casa dos protagonistas também muito bem desenvolvida, e até uma rápida passada pela BabyCorp foi colocada em cena, com personagens e animais carismáticos (aliás a pônei Preciosa é show em cena), e uma cena de ação no trânsito daquelas de tirar o fôlego, ou seja, a equipe de desenho sofreu e muito, ao ponto que até deve ter um bom 3D, mas ainda continuamos sem a tecnologia nos cinemas.

Aliás, a trilha sonora além de contar com a ótima canção da garotinha é assinada por Hans Zimmer e Steve Mazzaro, ou seja, uma sonoridade incrível que você pode conferir depois nesse link, que conta inclusive com a música na voz original de Ariana Greenblat. Não encontrei a versão nacional, mas se alguém tiver só mandar que incluo.

Enfim, é um filme muito gostoso para toda a família, que envolve bem do começo ao fim, e que funciona até melhor do que o original, e olha que a proposta lá era bem interessante dos cãezinhos, então pegue as crianças e vá para os cinemas com a desculpa de levar eles para ver um filme, ou vá sozinho mesmo e seja feliz, pois vale muito a conferida. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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