TeleCine Play - Mortal (Torden)

8/02/2021 01:43:00 AM |

Há alguns meses atrás várias pessoas me marcaram em alguns trechos do filme norueguês "Mortal" que saíram nos aplicativos de interação (TikTok e Kwai), mas como ainda nem tinha data de lançamento no Brasil acabei apenas dando a curtida e segui com os diversos filmes que tinha para conferir, mas eis que nessa semana surgiu o longa na plataforma Telecine Play, então já resolvi conferir a trama, meio que sabendo que seria algo completamente diferente do usual, pois longas nórdicos costumam usar de estilos diferentes e situações que muitas vezes precisamos relevar para entender completamente, e aqui somos apresentados mais uma vez a mitologia nórdica de seus deuses, no caso Thor e seus trovões/raios, que nós acabamos assimilando bem mais ao herói da Marvel, mas que muitos podem ver diversos outros longas contando as diferentes histórias sobre o deus deles e suas origens e vertentes. Dito isso, aqui vemos um jovem que do nada incendiou a casa de uma família, e acabou sendo preso após matar um garoto que o tocou, mas que não faz ideia de onde vem seus poderes, ou melhor do que anda acontecendo com ele, que acaba se queimando também por inteiro quando entra em chamas. Ou seja, é um filme que vamos vendo a história acontecer, vamos conhecendo um pouco mais de tudo, e quando um policial resolve ajudar e pesquisar um pouco mais da mitologia nórdica que bate com suas crenças, ele descobre o algo a mais e tudo flui, claro para um final meio que exagerado e revoltante, mas que possa a vir ter uma continuação, e assim quem sabe veremos mais de algo tão bem feito, e com efeitos estranhos, mas bem intensos.

A sinopse nos conta que durante uma viagem pela Noruega, Eric herda misteriosamente os poderes de um deus nórdico e provoca a morte de um garoto. Capturado pelas autoridades, ele conhece a psicóloga Christine, que tentará entender o que aconteceu e ajudá-lo a controlar suas habilidades divinas. À medida que o jovem sofre fortes perturbações, sua história começa a se misturar com a mitologia nórdica.

O estilo do diretor André Øvredal é daqueles que sempre saímos confusos com o que deseja entregar, pois oscila demais no miolo e depois acaba atacando tudo de uma maneira bem forte no final, o que acaba resultando em um filme que ao descobrirmos onde quer chegar ele já termina, ou seja, é uma formatação geralmente mais utilizada em longas de terror, que é uma de suas praias seguras, e assim sendo sua história aqui é até bem original e bem interessante, pois a proposta da mitologia nórdica é bem encontrada e sempre gera tramas com estilo inteligente, daquelas que vamos acompanhando e pensando nas possibilidades que ela nos conta, além de vermos algo por parte da policial até como uma briga religiosa, o que poderia até dar grandes conflitos. Ou seja, é um filme certamente bem interessante de história, que quem nunca viu nenhum filme nórdico até pode estranhar a forma que mostram os deuses de lá, mas que de uma forma bem contada e nova, o resultado acaba sendo surpreendente e bem interessante de ver.

Sobre as atuações Nat Wolff apareceu com um visual completamente diferente no início da trama com seu Eric todo cabeludo que nem reconhecemos ele de outros filmes, mas depois deu uma tosada e voltou com seu ar galanteador para um personagem que parece estar confuso durante quase toda a exibição, o que é até estranho de ver, mas o papel pedia isso, pois nem ele entende direito o que ele é, e assim seu resultado vai num crescente interessante, embora o romance tenha ocorrido rápido demais para acreditarmos no que é mostrado, ou seja, vemos boas cenas suas, mas poderiam ter desenvolvido algo um pouco melhor no conceito completo. Iben Akerlie entregou bons momentos e expressões com sua Christine, trabalhando algo mais centrado e calmo (até demais) para a personagem, fazendo com que seus atos de interação com o protagonista fossem bem conectados, mas diria que faltou um pouco mais de atitude em alguns atos, o que não foi de todo ruim de ver. Quanto aos demais, tivemos Per Frisch trabalhando o seu policial Henrick meio que exagerado demais, ao ponto que dificilmente acreditamos que algum policial vá ir para o lado de uma pessoa, ainda mais acusada de matar alguém, e aqui ele ficou muito de boa, o que acabou ficando estranho de ver, mas funcionou ao menos seus trejeitos de uma pessoa que acredita demais nos deuses, para ao menos passar essa ideia, e já Priyanka Bose foi exatamente ao contrário com sua Hathaway, ao ponto que como uma agente norte americana acabou exagerando nos atos anti-deuses nórdicos, colocando até uma frase meio que forçada nesse sentido, e acabou meio como uma vilã que nos irrita no final, mas acabou não sendo muito usada na trama.

Visualmente o longa tem uma boa intensidade, muitas cenas recheadas de efeitos bem marcantes (e até exagerados demais), e até locações interessantes no meio da floresta, numa ponte imponente aonde rola um festival de raios, algumas cenas dentro de um hospital meio que forçando a barra numa ressuscitação, e claro na fazenda que o protagonista destruiu no começo do filme pelo que é falado e ao voltar lá descobrem muitas coisas ligadas a mitologia nórdica que vai acabar conectando tudo da história do longa. Ou seja, é algo bem fantasioso, mas que mostrou que a equipe de arte conseguiu bons elementos para empolgar cenicamente.

Enfim, é um filme simples se formos olhar bem a fundo, mas que consegue envolver bastante dentro da proposta, mostrando algo que não é muito comum de vermos por aqui, afinal longas noruegueses raramente aparecem em cartaz, mas que entregando algo que muitos já assumiram pelo que foi mostrado na Marvel fica até estranho para quem nunca viu outros longas envolvendo a mitologia nórdica, e recomendo dar uma pesquisada antes, pois vale a pena, e recomendo o longa. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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