Sinceramente gostaria de saber o que o diretor Jayro Bustamante, e claro muitos "especialistas" viram para gostar tanto do filme, pois é algo que até tem uma proposta chamativa, mas nada é desenvolvido, nenhum ato causa tensão ou terror, ficamos os 97 minutos do longa esperando algo acontecer (minto, os 90 minutos, pois nos 7 finais vemos ainda a esposa do general tendo alguns sonhos que mostram como a empregada morreu) e nada acontece. Ou seja, é daquelas tramas que até poderiam gerar um algo a mais, mas tudo é tão subjetivo, tudo é tão cansativo, tudo é tão massante, que até mesmo as musiquinhas dos protestos fora da casa acabam sendo mais interessantes de acompanhar do que o que rola dentro da casa, mostrando que embora ele não tenha sido condenado à prisão, sua família toda acabou ficando presa em casa e sofrendo algumas consequências, mas nada além disso.
Sobre as atuações é algo até pior ainda de falar, pois María Mercedez Coroy até teve algumas cenas marcantes com sua Alma, mas não vai além em nada, e ainda se analisarmos a fundo sua personagem vemos uma falha imensa da trama, pois se a jovem já estava morta pelo general, não poderia estar tomando banho, lavando paredes, jogando joguinhos com a garotinha, e sim apenas uma assombração, mas tudo no filme é tão estranho que é melhor nem discutir isso, e apenas falar que a jovem fez caras e bocas demais sem ir a fundo em nada. María Telon até trabalhou bem com sua Valeriana, sendo daquelas governantas que fazem de tudo, que mesmo não concordando com alguns atos está do lado dos patrões, e assim ela entrega algumas nuances marcantes nos diálogos, mas também sem fluir muito. Sabrina De La Hoz até foi bem usada com sua Natalia, fazendo indagações sobre a família em si, se preocupando com a saúde de todos na casa, e até tendo várias dúvidas para fluir, mas não quiseram usar tanto ela, e acabou ficando estranho de ver ela em segundo plano. Agora os dois que deveriam ser os protagonistas ficaram com trejeitos e intensidades tão ruins que é decepcionante ver eles em cena, e tanto Julio Diaz com seu Enrique semi-sonâmbulo, tendo cenas mal usadas, com pitadas discutíveis como a cena da ereção, e tudo mais, quanto Margarita Kenéfic com sua Carmen que apenas consentiu tudo que o marido fez no passado, foram muito fracos e não marcaram nada além. Quanto dos demais então melhor nem entrar em detalhes, pois foram meros figurantes, tendo a garotinha Ayla-Elea Hurtado tentado aparecer um pouco mais com sua Sara, mas nada demais.
Visualmente o longa tem algumas boas nuances com uma casa bem antiga, todo o processo do julgamento, todas as cenas dos protestos com músicas, batuques, flautas e muito mais que transformaram a casa dos protagonistas numa prisão, tem toda a energia estranha dos sapos, a ideologia de não respirar embaixo da água que é explicada no final, e até algumas nuances cênicas com o protagonista andando pela casa, mas nada é usado com o propósito de causar tensão, e isso é o que acabou faltando para ser realmente um filme de terror.
Enfim, é daqueles filmes que certamente muitos acabarão indo conferir pela proposta de um terror politizado, com uma intensidade esperada de arrepiar até os pelos dos dedinhos, mas infelizmente nada ocorre, e o desânimo é imenso ao sair da sala. Ou seja, não dá para recomendar para ninguém, e certamente muitos que não lerem a crítica e forem para o cinema vão se arrepender. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje encerrando os filmes do cinema, mas amanhã começo com os do streaming que tem bastante coisa nova chegando, então abraços e até logo mais.
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