Por misturar coisas reais com ideologias fantasiosas, o diretor e roteirista Dariusz Gajewski, que também é documentarista, soube conduzir uma trama com muito envolvimento, com dinâmicas precisas, e mesmo tendo os atos de enrolação como o romance do trio de protagonistas, conseguiu fazer com que o filme tivesse uma boa fluidez, agradando bem dentro da proposta toda, e principalmente sendo criativo para com um filme de guerra, pois geralmente vemos situações mais engessadas nesse estilo, e ele não pensou duas vezes em soltar mais nos diálogos, botar cenas mais fechadas para não precisar de ambientes tão imponentes, mas sempre colocando tudo como algo bem grandioso, e assim os 140 minutos passam até que bem rápido, claro friso que daria para enxugar, mas com tantas cenas bonitas e bem filmadas, com efeitos de primeira linha, ele quis valorizar cada momento, e conseguiu com isso literalmente um filmão de época e de estilo.
Sobre as atuações, Sebastian Fabijanski segurou bem seu papel de Jósek, fazendo muitos trejeitos fortes, sabendo dosar explosões com cenas mais simples, e principalmente dando as devidas nuances que o papel pedia, não sendo alguém que facilmente chamaria a atenção, mas dominando suas cenas virou de um desertor com estilo de mendigo para um galã batalhador e bem marcante nos atos finais. Já Bartosz Gelner fez o inverso com seu Tadek, pois inicialmente tinha todo o ar sedutor, tinha trejeitos envolventes, porém ao sumir por um tempo e voltar bem depois acabou ficando com um ar meio que de psicopatia que a moça praticamente ficou mais com medo dele do que amor realmente, mas foi bem nos atos que fez e foi forte quando precisou. A jovem Wiktoria Wolanska fez inicialmente trejeitos doces e sutis com sua Ola, mostrando-se uma guerrilheira bem marcante e cheia de ensejos, porém após a morte de seu amado ficou amargurada e estranha, meio que perdida em cena, e isso é algo que faltou o diretor marcar mais seus atos, pois até poderia se manter assim, mas poderia ter ido um pouco além. Outro bom destaque nas atuações ficou a cargo de Miroslaw Baka com seu Król, se impondo do começo ao seu fim, tendo atitudes fortes e patrióticas para com seus atos, e marcando sempre bons trejeitos e diálogos, ou seja, foi preciso no que precisava ser feito. Ainda tivemos bons atores nos demais papeis, mas sem grandes marcos.
Visualmente todo longa de guerra é sempre bem impressionante, e aqui arrumaram locações maravilhosas, ambientes completamente bem recriados de época, batalhas gigantescas com muitos figurantes, muitas armas, uniformes e tudo mais que chegou a levar o ambiente visual a nível de grandiosas produções, e sem divulgarem o orçamento facilmente é possível ter certeza de que a maior parte ficou a cargo da equipe de arte, pois todo o ambiente do campo de batalha, os hospitais, as trincheiras, e até mesmo os rápidos momentos nas cidades foram bem expressivos.
Enfim, é um filme que até poderia ter ido mais além por outros caminhos, mas aí seria outro filme, e assim sendo como um romance no meio de uma guerra, o resultado acaba sendo bem interessante e funciona bastante, valendo demais a indicação tanto como uma recriação de época, quanto por algo que traz um algo a mais. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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