Nunca ouvi falar do diretor e roteirista Michael Mohan, mas aqui ele mostrou ser daqueles diretores que não gostam de entregar tudo de uma vez, e isso é algo bem bom de acontecer, pois tira o espectador da zona de conforto fazendo com que ele veja algo inesperado a cada movimento de câmera, e aqui a sacada foi bem determinada e impactante, criando várias quebras interessantes e com propósitos, só diria que mesmo tendo todo o lance do olhar, do médico e tudo mais, particularmente preferiria um final diferente, pois acabou sendo algo simples demais com tudo o que foi mostrado, mas encaixou ao menos com a profissão da protagonista, e o resultado causa pelo menos. Ou seja, certamente seria apenas um filme bem bobinho sem as reviravoltas, e certamente muitos irão se surpreender com tudo, mas diria que ainda dava para ficar mais tenso alguns atos e aí sim a trama subiria de patamar.
Sobre as atuações diria que Sydney Sweeney inicialmente parecia meio desconexa e estranha demais com as facetas de sua Pippa, pois ter curiosidade sobre algo é bacana, mas a jovem chegou a exagerar demais nas nuances colocadas, porém seu segundo ato puxou um ar bem mais interessante e a atriz cresceu bem com a personalidade que acabou colocando, ao ponto que teve estilo, coragem para botar o corpo para jogo, e principalmente conseguiu fazer atos sem muita enrolação, o que acaba agradando bastante. Já Justice Smith ficou meio que engessado com seu Thomas, não sendo nem um personagem que cativasse o público a torcer para ele, nem um senhor da moral que encanasse com a forma que a namorada agisse, ao ponto que faltou taco para o personagem, e o ator também não trabalhou muitas nuances, ficando bem em segundo plano com tudo, o que é ruim de ver. Ben Hardy também colocou o corpo para jogo com seu Seb, e foi bem mais usado para isso do que para cenas que precisou dar nuance de diálogos, mas fez bem isso no bar com a protagonista, e em alguns outros momentos trabalhando a expressividade, o que acabou dando certo, mas talvez pudesse melhorar. E para finalizar Natasha Liu Bordizzo fez uma Julia misteriosa, com algumas nuances abertas, mas soube dosar seus atos para que cada momento funcionasse, ao ponto que foi bem expressiva e até inteligente em algumas cenas, o que mostrou personalidade. Quanto aos demais, foram apenas conexões, sem grandiosos momentos, com um leve destaque para Katharine King So com sua Ari, mas nada que fosse chamativo.
Visualmente a trama foi bem de intensidade, tendo dois apartamentos muito bem decorados, com equipamentos clássicos do estilo em cada um, tendo o primeiro todo o trabalho de som já que o jovem é músico e com isso conseguiu usar de técnicas de reflexos sonoros para ouvir os diálogos dos vizinhos do outro lado da rua (nem imaginava que isso era possível!!), usando todo um aparato a laser em uma boa sacada montada numa festa de Halloween bem insana, e do outro lado diversos apetrechos fotográficos que o profissional usava para sua exposição e claro para os seus casos, sempre regado a um bom vinho, ainda tivemos cenas em um spa, na clínica oftalmológica da protagonista e até num bar bem elaborado, ou seja, a equipe de arte trabalhou bem as nuances e chamou atenção até mesmo nos atos sem roupas, aonde tudo foi bem intenso ao redor dos personagens.
Enfim, é um filme que num primeiro momento fui conferir pensando uma coisa, e que felizmente foi completamente diferente, pois entrou num vértice mais intenso e dramático muito melhor do que apenas um thriller erótico, e assim sendo o resultado chama bastante atenção, e quem curtir tramas com boas reviravoltas vai acabar curtindo bastante tudo. Sendo assim recomendo o longa para todos (claro que tiver idade para ver algumas cenas mais intensas!) e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.
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