sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Garota da Moto

Costumo dizer que não gosto de falar muito mal de longas nacionais, mas hoje não vai ter jeito, pois "Garota da Moto" não consegue entregar nada que envolva o espectador, e mesmo as boas cenas de luta você acaba vendo as coreografias, parecendo até treinos de academia, e quem ainda esperar alguma história empolgante pelo menos vai sair mais desapontado ainda, pois parece aquelas novelas juvenis que o vilão meio que fala vou te pegar e a pessoa dá um gritinho e corre. Ou seja, é daqueles filmes que até tentamos aproveitar algo, mas fazem questão de não entregar nada, sendo praticamente um alongamento da série/novela do SBT que anos atrás fez até algum sucesso, e que não vai nenhum pouco além de uma mulher que se acha o Batman saindo na mão com quem quer que possa estar maltratando alguém, então piora se sequestram seu filho.

O longa conta a história de Joana, uma jovem mãe que trabalha como motogirl, descobre acidentalmente uma fábrica em que mulheres refugiadas são exploradas como escravas. Ela enfrenta os bandidos e liberta as mulheres, mas atrai para si um novo problema. O chefe do esquema de segurança que controlava o esquema de exploração precisa provar sua eficiência depois desse fracasso. Para isso, ele decide que irá matar Joana e quem mais estiver com ela, para que sirva de exemplo. Uma emboscada é armada para quando Joana e seu filho, Nico, estarão participando de um mutirão na escola do menino. Joana, que é uma exímia lutadora, terá que defender não só o filho e a si mesma, mas todos na escola de um bando de criminosos fortemente armados e com ordem de exterminar quem estiver pela frente.

O pior de tudo é que o diretor Luis Pinheiro tinha começado muito bem no cinema quando fez o ótimo "Mulheres Alteradas", mas aqui acabou caindo em uma fria imensa ao pegar esse roteiro que é baseado/continuado na série/novela do SBT exibida em 2016, e que até tem uma pegada de filme de ação com intensidade bem trabalhada, mas tudo acaba soando tão falso e orquestrado que não dá para acreditar em nenhuma situação que nos é entregue, e assim tudo flui para rumos até risíveis, aonde nada parece estar preparado para chamar atenção ou querer ir além. Ou seja, pode ser até que os fãs da série/novela que forem conferir o longa se empolguem com alguns momentos de ação que o diretor proporcionou, mas quem for conferir esperando ver algo mais próximo de um filme realmente acabará bem desapontado e reclamando demais de tudo o que o diretor tentou passar, pois volto a frisar que as outras foram muito coreografadas soando artificiais demais, e os vilões com armas apontadas para a mocinha (que já sabem que é mestre das artes marciais pela surra que deu em seus amigos) resolvem deixar de lado a arma e ir pra mão com ela, ou seja, bizarro de ver.

Sobre as atuações, diria que Maria Casadeval até foi bem chamativa com sua Joana, e substituindo Christiana Ubach que fez o papel na novela, trabalhou trejeitos de impacto, se movimentou bem em cena, e até trabalhou alguns estilos que pudessem parecer estar sentindo ódio, dor e outros sentimentos, mas nada que a fizesse ficar marcada como a personagem. Felipe Montanari até tentou chamar a atenção com seu Marley em duas cenas, mas é mero enfeite da trama. Kevin Vechiatto trabalhou bem seu Nico, mas acaba sendo apenas o filho briguento, porem indefeso da protagonista, e faltou demonstrar um pouco de medo do perigo (mas com vilões tão fracos até entendo o garoto ficar de boa). Duda Nagle faz o policial corrupto Peixoto que até tenta aparecer um pouco com alguma interpretação, mas na cena final quando resolve lutar chega a ser desanimador ver tudo. Já Roberto Birindeli fez seu Guimarães parecer aqueles vilões de desenhos animados que mais ríamos do que fazia do que tudo, e assim nenhuma cena sua vai muito além. Naruna Costa até trabalhou bem sua policial Cláudia, parecendo em alguns momentos até que tem um leve caso com a protagonista, mas não indo muito além em nada, e até fez algumas caras e bocas para o papel, porém sem grandes desenvolturas. Quanto aos demais ninguém tentou ir além, tendo Murilo Grossi com seu Reinaldo e Gilda Nomacce com sua Liege apenas como complementos dos que vieram da TV.

Quanto do visual temos roupas clássicas de motoqueiros da pesada tudo com muito couro, a casa da protagonista parecendo uma caverna, o esconderijo dos vilões um barracão abandonado bem ornamentado de câmeras, com tudo bem disposto para a luta final e para o pega-pega do vilão com o garotinho (chega a ser ridícula a cena), uma escola aonde as pessoas se escondem atrás de prateleiras vazadas(!!!), e uma fábrica com mulheres escravas até que bem paramentada, mas nada muito chamativo, além claro de muitas motos numa empresa de entregas e claro um chefe ensinando a mexer num aplicativo, ou seja, apenas enfeite de tempo.

Enfim, é daqueles filmes que não tenho como indicar de forma alguma, e digo mais até recomendo que fujam, pois é muito ruim. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas vou conferir outro filme para ver se salvo a noite, então abraços e até logo mais.


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