A sinopse nos conta que Madison passa a ter sonhos aterrorizantes de pessoas sendo brutalmente assassinadas. Ela acaba descobrindo que, na verdade, são visões dos crimes enquanto acontecem. Aos poucos, ela percebe que esses assassinatos estão conectados a uma entidade do seu passado chamada Gabriel. Para impedir a criatura, Madison precisará investigar de onde ela surgiu e enfrentar seus traumas de infância.
Como falei acima, a grande sacada do diretor e roteirista James Wan foi evitar falar qualquer coisa a mais sobre o filme, aliás ele falou algo até demais em uma entrevista quando disse o estilo de terror antigo que o longa faz homenagem, pois quem conhece um pouco sobre essa temática até pode captar qual é o grande mistério, mas junto com Ingrid Bisu (que está meio que de enfeite cômico atuando em algumas cenas como a coletora de provas) escreveu um roteiro bem trabalhado, com boas dinâmicas, tensões, e principalmente grandes efeitos, que é algo que ele não utilizava tanto no começo da carreira, aonde apelava para algo mais prático, e aqui usou e abusou do computacional, o que não atrapalhou a essência do filme. Ou seja, o diretor amarrou bem toda a ideia e foi desenvolvendo de uma maneira aceitável para compreendermos tudo, ao ponto que poderia ser qualquer coisa o mal, mas ao virar tudo de cabeça pra baixo (literalmente com o que ocorre) tudo desaba (literalmente também) e muda todo o sentido que impacta na continuidade da trama, e até funciona em algo meio que bizarro de se imaginar, mas que dentro de uma proposta de terror funciona e chama a atenção para tudo. Sendo assim digo que o filme é impactante, porém volto a frisar que os momentos finais me desanimaram um pouco, pois filme de terror tem de terminar de uma forma muito amedrontadora ou com um fechamento traumático para os personagens, e aqui meio que ficou tudo ok demais, mas não desabona tudo o que ocorreu antes.
Sobre as atuações, Annabelle Wallis já é velha conhecida de muitos filmes de terror, e aqui sua Madison tem bons trejeitos, passa bem a insegurança em cima de tudo o que está acontecendo com ela com olhares tensos e fortes, e desenrola tudo de uma maneira bem interessante de acompanhar, ao ponto que entramos no clima passado e o resultado de seus atos funcionam bem ao ponto de tudo ser convincente, afinal a atriz é boa e o papel é marcante, só diria que talvez para suas cenas finais tenham exagerado demais pelo jeito dela, mas nada que tenha atrapalhado o resultado. Maddie Hasson entregou uma Sidney inicialmente meio jogada como uma irmã afastada demais, mas depois que fica ultra corajosa para ir sozinha num hospital abandonado (e achar em segundos todos os registros que precisava - já deve até estar sendo chamada para contratação em diversos órgãos públicos!) a jovem entra numa síntese tão cheia de desenvoltura que até passa a chamar a atenção, ou seja, mudou completamente no segundo ato e foi bem ao menos. George Young fez o detetive Kekoa com tanta desenvoltura na corrida, nos trejeitos marcantes e tudo mais que certamente vai entrar para outros filmes do estilo, pois o jovem foi bem no que fez, e mesmo parecendo exagerado acertou na maioria dos atos. Já sua parceira Regina, vivida por Michole Briana White, foi forçada demais nas atitudes cômicas, sendo daquela que faz piadinha pra tudo, puxa trejeitos canastrões e não sei se era bem esse o papel que o diretor queria, tanto que a roteirista Ingrid Bisu acaba quase chamando mais atenção que ela se não fosse bobinha demais. Quanto aos demais, os médicos serviram apenas para morrer das formas mais intensas possíveis, e diria que foram até que bem picados, mas sem grandes atuações, e assim sendo daria um leve destaque para Jean Louisa Kelly com sua Jane/Serena pela importância na trama, mas acho que colocaram uma pessoa jovem demais para o papel.
Visualmente os filmes de Wan costumam ser melhores produzidos, com ambientes mais usados, simbologias em elementos e tudo mais, porém aqui ele ousou somente nas cenas vistas de cima, que lembraram grandes clássicos do terror pelas paredes vazadas (bem no estilo do "Um Corpo Que Cai" do Hitchcock) enquanto a personagem corre, mas na cena de perseguição do policial ao monstro vemos toda uma cenografia intensa de locações para mostrar a profundidade de uma Seattle escondida, e que depois de tudo bem explicado ainda vemos momentos fortes do hospital que não foram tão mostradas nas cenas do começo, e assim sendo o resultado tem um bom impacto, mostrando que a equipe de arte soube brincar junto com o diretor para enganar todo mundo, além claro de muito sangue para as mortes picadas das formas mais intensas possíveis com os médicos, e na cena da delegacia então virou quase um abatedouro completo.
Enfim, diria que é uma grande volta do diretor para os longas de terror, que ele conseguiu bem homenagear o estilo que estudou bastante, e que tem cenas fortes e bem violentas que agradam muito quem gosta de um bom terror sanguinolento, mas que volto a bater na tecla que esperava outro final, pois o clímax foi tão imponente que parece faltar com a razão para acabar dessa forma, mas que felizmente não estragou tudo o que foi feito de bom, pois quem sabe o diretor vende uma continuação e vemos um pouco mais de Gabriel, e assim sendo recomendo o filme para todos que gostam de muito sangue na tela. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
PS: Estou dando essa nota mais pelo impacto da revelação em si, pois pelo final daria para cair até para um 6, mas como gostei muito da tensão criado, vou manter o 8.
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