O mais engraçado de tudo é que vi o trailer tantas vezes no cinema que fui conferir o longa até irritado com ele, pois até trailer com comentários "engraçados" colocaram durante várias semanas, e assim ao chegar na sessão esperava sim um filme explosivo, mas não algo tão bom, e só quem já jogou muitos jogos de videogame de missões vai sentir a nostalgia completa que a trama entrega, inclusive tendo cenas num evento de videogames oitentistas, ou seja, o diretor e roteirista Joe Carnahan simplesmente botou tudo o que fez nos anos 80/90 numa ideia insana de filme de ação e conseguiu com isso prender o espectador até o final num aprendizado muito coerente com cada ato, brincando praticamente com tudo, acertando na forma violenta das mortes, nas lutas corporais intensas, e claro nas explosões e tiros para todos os lados, pois essa era a essência dos jogos de missões, e aqui esse leque de estilo, de não saber exatamente aonde devemos ir, o que fazer, e ir aprendendo com as mortes e com as interações é algo muito perfeito de ver. Ou seja, posso até estar sendo injusto em reclamar tanto do final, afinal ouvimos a fala da personagem secundária (ou no caso a mocinha indefesa que estamos tentando salvar) dizendo o que deve ser feito, mas é inaceitável, pois desanima demais conseguir chegar tão longe para isso, e assim sendo poderiam ter feito um final alegórico mais agradável, porém tirando esse detalhe do encerramento tenho de tirar o chapéu para o diretor, pois ele entregou a perfeição que quem gosta do estilo desejava ver nos cinemas, e dou destaque também para a distribuidora nacional que fez os escritos todos na nossa língua como uma atualização mesmo de jogo que chega aqui completa sem precisarmos de dicionários para conferir/jogar.
Sobre as atuações, um fato é que acertaram demais na escolha de Frank Grillo para o protagonista Roy, pois o ator tem bons trejeitos, sabe se divertir em cena, e principalmente tem uma estrutura corporal clássica de personagens de jogos, ao ponto que vemos ele fazendo todas as suas cenas de ação com uma desenvoltura tão gostosa que faria certamente escolhermos ele para jogar se estivéssemos com o joystick escolhendo um personagem, e assim seus trejeitos foram certeiros, suas atitudes, e tudo mais, agradando do começo ao fim. Mel Gibson e Will Sasso até tentam ser grandiosos vilões, com frases marcantes, e até atitudes fortes, mas seus Ventor e Brett acabam sendo mais objetos imponentes do que atores que chamassem atenção, e assim sendo faltou um pouco mais de cenas para que eles realmente envolvessem, mas ao menos não atrapalharam. Já Naomi Watts é quase um objeto cênico que buscamos encontrar, pois sua Jemma até tem algumas cenas clássicas da famosa princesa de objetivo final de jogo, mas a atriz não foi marcante o suficiente, enquanto o filho verdadeiro de Frank, Rio Grillo trouxe um ar tão gostoso para o seu Joe, que as cenas deles juntos jogando certamente foram muito gostosas de filmar, e mostrou uma conexão maior ainda para tudo, além do garotinho ser bem esperto e expressivo. E quanto dos vilões secundários, já não estava mais aguentando ouvir Selina Lo falando o seu nome Guan Yin, e a cena de sua morte foi algo que ri demais pelo que o protagonista faz, sendo perfeito demais, mas todos foram mais usados do que trabalhados nas expressões, sendo representativos para os momentos, com um explosivo, outro caipira com ganchos, aqueles de facões, de muitas armas, até chegarmos em uma com uma arma que foi de Hitler, ou seja, algo até profundo demais. Já os amigos de bar do protagonista vividos por Ken Jeong e Sheaun McKinney com seus Jake e Dave foram bem colocados e divertem nas suas cenas, principalmente na remoção do rastreador.
Visualmente a trama também traz todas as dinâmicas de jogos, muitos elementos cênicos usáveis ao redor para o protagonista ver e ir descobrindo mais do que deve fazer e acontecer, mostrando que a equipe de arte trabalhou em cada detalhe, em cada simbologia dentro do mito de Íris e Osíris, criando um gerador de fluxo bem imponente, mas que pareceu mais um túnel de luzes, e todo um ambiente recheado de ação, com muitas cenas de perseguições de carros, helicópteros, armas e símbolos, que certamente fazem valer a pena ver até mais que uma vez o filme só para reparar em tudo (porém ao lembrar do final, a vontade vai embora!).
Como todo bom jogo tem boas canções embalando as cenas de ação, aqui não foi diferente, ao ponto que todas as escolhas deram ritmo e envolvimento para cada ato, valendo entrar completamente no clima e ouvir depois todas pelo link que deixo aqui.
Enfim, volto a frisar que é um dos piores finais para um dos filmes mais geniais que vi, mas que ainda assim faz valer totalmente a conferida, e que certamente quem já jogou muitos jogos de missões irá entrar completamente na essência da trama, irá vibrar com alguns atos, e sairá feliz da sessão, mas quem sabe resolvam dar uma continuação para o filme, e possam melhorar o último ato, pois vale a pena. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...