sexta-feira, 29 de outubro de 2021

A Família Addams 2 - Pé Na Estrada (The Addams Family 2)

Costumo dizer que para fazer uma continuação de algo que deu certo tem de ser muito corajoso, e para algo que teve inúmeros defeitos então tem de ser extremamente maluco ou ser daqueles que vai resolver todos os problemas anteriores criando algo completamente novo e diferente, mas aqui no longa "A Família Addams 2 - Pé Na Estrada" fico com a primeira ideia, pois além de não arrumarem o problema que o primeiro filme já tinha de ser vários mini-episódios rápidos, aqui a história real mesmo é bem curta (o caso da Wandinha ser ou não filha dos Addams) e encheram a trama de situações engraçadinhas numa viagem pelos EUA com sacadas dos pontos turísticos clássicos do país, e assim o filme ficou divertido de um certo modo, mas não empolga como poderia, e nem faz a sala rir como deveria, soando como algo agradável que funciona entregando o básico.

No longa encontramos Morticia e Gomez perturbados porque seus filhos estão crescendo, faltando em jantares de família e totalmente consumidos pela “hora dos gritos”. Para recuperar o vínculo, eles decidem enfiar Wandinha, Feioso, Tio Chico e a equipe em seu trailer mal-assombrado e pegar a estrada para as últimas férias familiares miseráveis. Sua aventura pela América os tira de sua zona de conforto e os colocam em confrontos hilariantes com seu primo icônico, It, bem como muitos novos personagens excêntricos. O que poderia dar errado?

Diria que o trio de diretores foi preguiçoso de certa forma, pois a trama sozinha da Wandinha teria um bom funcionamento, daria para ter bons floreios e sacadas e criar muita coisa como claro uma fuga dos pais para não liberar o teste de DNA, e até foi criado algo interessante como o interesse do cientista na ideia da jovem super dotada, mas acabaram exagerando nas passagens por cidades e atrações, algumas até sem muita funcionalidade, e com isso o filme acaba se arrastando um pouco, mas nada que chegue a atrapalhar o andar da trama, que até tem um certo estilo e proporciona bons momentos. Ou seja, basicamente fizeram uma trama que tem uma história muito pequena desenvolvida (que daria um arco dramático divertido até maior), mas que não tiveram tanta criatividade para ir além nela, e assim o filme precisou de piadinhas espalhadas, personagens desnecessários e o resultado ficou um pouco acima do mediano, já que faz rir o público adulto, mas as crianças na sessão não expressaram nem um sorriso extra.

Diria que os personagens foram bem colocados dentro do que já conhecemos da franquia, e claro que aqui o protagonismo é puxado quase que inteiro para Wandinha com sua adolescência aflorando e vindo as famosas dúvidas de ser diferente do resto da família, de ser muito mais inteligente e tudo mais, e toda esse bom chamariz acaba servindo para indagações filosóficas dela junto do mordomo Tropeço e claro algumas desenvolturas maiores, o que acaba soando divertido de ver, principalmente quando a família acaba fazendo ela pagar alguns "micos", destaque claro para seu momento de dança num festival country e depois toda a dança dos motoqueiros. Ainda tivemos toda a saga de Tio Chico se transformando em um polvo durante o filme todo e usando até cenas "sujas" para fazer rir, mas nada que role de forma estranha, ou seja, poderiam ter brincado até mais com isso. Quanto dos vilões, suas cenas foram meio que exageradas, não indo muito além de tudo, e assim o resultado deles não chega a chamar atenção em nada, tirando claro o brucutu no final tendo uma leve reviravolta. 

Visualmente o longa brinca bastante com várias cidades dos EUA e suas particularidades, desde festa para eleger uma miss pimenta mirim, as famosas descidas de barril pelas cataratas, as florestas sombrias no meio do nada, as praias com muitos jovens, os bares de motoqueiros no meio do nada, e juntando a isso uma feira de ciências, e por incrível que pareça voltando a falar de clonagem/mistura de seres para trabalhar personalidades, coisa que tinha dado uma sumida da mídia, ou seja, tudo isso colocado num colorido bacana sem ser forçado de cores intensas que acabam dando um clima de Halloween para a produção, não tendo grandiosas técnicas nem muito menos cenas que pareçam usar técnicas tridimensionais.

Enfim, se o primeiro filme fui esperando muito e acabei um pouco decepcionado, agora com a continuação baixou ainda mais minha alegria com a franquia, ao ponto que não consigo indicar ele muito para ninguém, mas que vai acabar sendo uma boa bilheteria pelo lançamento ser no Halloween e ser a única opção para a garotada que curte um "mini-terror" já que desistiram do lançamento de "Hotel Transilvânia - Transformonstrão" que sairia na mesma época. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Espíritos Obscuros (Antlers)


O que foi esse filme meus amigos!!! "Espíritos Obscuros" é toda a potência dos bichos estranhos de Guillermo del Toro incrementando mitologia indígena norte americana e ainda abusos domésticos, tudo isso em um filme de terror bem forte pelas cenas mostradas ao ponto de ser daqueles que arrepia só de pensar em tudo o que foi colocado na tela. Olha sei que não é uma trama que muitos vão gostar, tem alguns exageros tradicionais de terror que a pessoa entra aonde não deve, mas o impacto e a tensão criada é tão bem feita que acaba agradando demais quem curtir o estilo, e mesmo sendo um filme da Fox/Disney não cortaram nada, deixando o impacto acontecer e causar. Ou seja, pode colocar na listinha de filmes fortes de terror, bem fechado, e ainda deixando uma brecha para uma continuação.

A sinopse nos conta que 'uma jovem professora descobre que o pai e irmão mais novo do seu aluno problemático escondem um segredo sobre-humano mortal. Tendo decidido tomar conta do menino, ela deve lutar pela sobrevivência dos dois contra horrores além da imaginação.

O diretor Scott Cooper já havia feito bons filmes de drama, mas o que fez aqui com um terror pesado foi algo que poucas vezes vi acontecer, de não pensar em segurar uma cena forte de um cadáver inteiramente quebrado ou colocar o bichão estranho atacando com todo impacto nas cenas finais, e além disso soube segurar toda a tensão que a história pedia de uma forma crível e forte, afinal sendo baseado no livro "The Quiet Boy" de Nick Antosca, nem poderiam ir inventando muita coisa, mas a produção caiu nas mãos certeiras de Guillermo del Toro e ele como nenhum outro sabe explorar bichões estranhos, desenhos monstruosos rabiscados, e principalmente dar liberdade para que seu filme fosse impactante o suficiente para causar, assustar e envolver. E sendo assim o resultado de tudo acaba indo bem além de um simples filme tenso, mas sim há diversos empregos de técnicas, foram colocadas intenções marcantes, e principalmente teve um sentido ao colocar o ar mitológico indígena na trama, que mesmo sendo exagerada a cena final, tudo funciona e agrada quem gostar desse estilo.

Agora falando das atuações, posso dizer facilmente que o garotinho Jeremy T. Thomas encontrou olhares e trejeitos que muitos atores de renome conseguiriam exprimir, e assim sendo seu Lucas é perfeito demais, tem estilo e dinâmicas perfeitas, e mesmo fazendo o papel retraído que o personagem pedia conseguiu dar show e chamar não só a atenção como a responsabilidade do filme para si, e isso mostra que certamente vai chamar muita atenção futuramente. Keri Russel entregou também muita personalidade para sua professora Júlia, mas também muita burrice de ir nos lugares, querer cuidar de uma criança de família estranha e tudo mais, ao ponto que acabamos brigando com ela na maioria do tempo, mas foi bem e acertou na maior parte também, sendo condizente no que fez. Jesse Plemons costuma sempre entregar personagens de impacto, porém aqui o seu Paul é um xerife meio frouxo demais de atitudes, ao ponto que mais serve para dar sustos na protagonista do que como alguém que chamasse atenção, e assim sendo ficou ruim de uma certa forma. Quanto aos demais diria que nenhum foi muito além em cena, trabalhando as dinâmicas sem muita desenvoltura, mas acertando em alguns bons momentos, dando destaque para o pai do garotinho vivido por Scott Haze e para o xerife indígena vivido por Graham Greene por explicar um pouco o mito todo.

No conceito visual, como todo filme de Del Toro, a técnica predominou com muito estilo e foi simbólico demais com cenas bem escuras, personagens bem feios, tudo com muito impacto cênico ao mostrar os corpos destroçados, o ambiente da casa intensificado por névoas no meio de uma floresta com bichos mortos e pedaços de gente ao ponto que acaba sendo algo até bem chocante de ver, e assim o resultado funciona muito bem, mostrando que o famoso diretor sabe o que quer em cena, e acertou demais.

Enfim, é daqueles filmes que fui conferir esperando bem pouco, mas que conseguiu impactar demais, funcionando na medida certa e que recomendo com toda certeza para os amantes de um bom terror fantasioso e intenso, que até demora um pouco para acontecer, mas que agrada demais. Bem é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas vou ver algo mais leve agora na sequência, então abraços e até logo mais.


Netflix - Hypnotic

Sei que muitos já viram diversos longas de suspense com a temática de hipnotismo, e muitos seguem praticamente a mesma base, mas quando conseguem trabalhar o envolvimento da produção ao ponto de segurar o espectador, fazer com que esse fique tenso e comece a questionar as situações (falar com a TV, se mexer demais, tirar o travesseiro de pescoço, etc. - fiz as 3 coisas ok!) o resultado acaba superando qualquer ideia tradicional e funciona demais para todos que gostam do estilo. Digo isso com uma felicidade imensa de um filme que salvou uma semana bem mediana no streaming com o lançamento de "Hypnotic" na Netflix, aonde acabamos entrando tanto no clima dos personagens que tudo passa a ser intenso, e o resultado acaba indo para algo bem forte de ver com ótimas cenas finais, e um fechamento bem colocado, o que agrada no estilo. Claro poderia ser ainda mais surpreendente, isso é fato, mas tudo foi tão simples e bem feito que o impacto causa e funciona, e isso já importa bastante, principalmente depois de uma semana que só tive filmes medianos nas várias plataformas de streaming.

A sinopse nos conta que na tentativa de melhorar a sua vida, uma mulher recorre a um hipnotizador conceituado, mas bastam algumas sessões intensas para perceber que o seu pedido de ajuda terá consequências inesperadas e letais.

Diria que os diretores Matt Angel e Suzanne Coote trabalharam muito bem na condução da trama de Richard D'Ovidio, pois facilmente o filme cairia para algo comum demais, e nesse estilo isso é muito fácil já que tem todo tipo de clichê incorporado no roteiro e se piscassem pro lado era capaz de tudo desandar, mas pelo contrário conseguiram segurar bem os atos, os protagonistas não trabalham tantos diálogos jogados, e acabam transportando o clima de hipnose com força para as cenas, ao ponto que em alguns momentos até nos convencemos que realmente a protagonista chega a entrar em transe, e claro que o desenrolar flui bem e tudo passa a impactar com a tensão criada após a protagonista ir até a delegacia, e aí tudo desandar para seu lado. Claro que tem defeitos e exageros em alguns momentos, e isso é algo fácil de acontecer por não acreditarmos tanto que alguém possa exercer tamanha força sobre alguém, mas a ideia é tão simples e bem executada que mostrou que os diretores nem se preocuparam em ocultar essas situações, e assim tudo acaba sendo agradável na mesma proporção da tensão entregue.

Sobre as atuações, que já falei que foram bem colocados, diria que Kate Siegel tem algum probleminha psicológico por aceitar tantos filmes de terror/suspense na carreira, tanto que de seus 31 trabalhos dá para contar em uma mão a quantidade de longas mais calminhos, e sendo assim sabe entregar trejeitos de pânico e tensão com um primor incrível, ao ponto que sua Jenn já parece desesperada antes mesmo de se consultar com o terapeuta, mas depois passa a ter atitudes tão densas que chega a ser preocupante, até irmos para seus atos finais bem marcantes, e assim sendo agrada demais em cena. Jason O'Mara conseguiu encontrar uma síntese bem marcante para seu Dr. Collin Meade ao ponto que além de um certo galanteio em cena trabalhando olhares e posturas marcantes, acabou desenvolvendo dinâmicas bem imponentes para criar o ambiente e fazer com que seus atos fossem amplos, convencendo tanto pela hipnose quanto pelo seus movimentos, olhares e tudo mais, sendo bem marcante e chamando muita atenção em tudo o que fez em cena, sendo uma grata surpresa, já que vimos poucos filmes com ele em cena. Dulé Hill também entregou um bom Detetive Wade Rollins, trabalhando trejeitos sérios e dinâmicas bem diretas, não dando espaço para floreios, e assim conseguindo ser bem de encontro com o que o papel pedia, e agradando com isso. Quanto aos demais, diria que foram usados dentro do que a trama precisava, com a amiga sendo daquelas que fazem recomendações demais e tenta aparecer em cena, o ex-noivo sendo colocado com floreios emotivos demais, e a anãzinha que parecia não ser importante para nada até aparecendo numa cena mais para frente de uma forma bem maluca.

Visualmente o longa tem boas locações pequenas e diretas, com um consultório minimalista cheio de luzes intensas e chamativas, a casa dos amigos bem montada para uma festa, mas sem grandes usos, uma delegacia tradicional, o apartamento da protagonista com pouquíssimos elementos cênicos e a casa do detetive também com poucos elementos, mas mais trabalhada para uma cena de busca e luta bem montada, além claro da gigantesca mansão do antagonista que acaba tendo um bom uso nas cenas finais, ou seja, a equipe de arte meio que não teve tanto trabalho, mas soube dimensionar os atos para que o filme funcionasse dentro dos devidos momentos, e assim acabou acertando a mão.

Enfim, é um filme simples, porém muito maluco de desenvolvimento que acaba empolgando até bem mais do que aparentava, conseguindo surpreender no miolo e ter um final interessante de ver (que poderia sim ser melhor, mas ainda assim foi bem feito), e assim sendo vale demais a conferida para quem gosta do gênero de suspense, e recomendo com toda certeza para todos. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


terça-feira, 26 de outubro de 2021

HBO Max - Cry Macho: O Caminho Para Redenção (Cry Macho)

Sempre gostei dos filmes do Clint, sejam eles apenas atuando, apenas dirigindo ou até nos casos que fez as duas funções, mas temos de ser sinceros, uma hora a idade bate e mesmo você sendo bom no que faz é preciso descansar, e o sentimento que vemos ao conferir "Cry Macho: O Caminho Para Redenção" é que o ator não está fazendo algo da forma que gosta de fazer, pois talvez ele tenha lido o livro de N. Richard Nash e se imaginado no personagem, mas ao rodar as primeiras cenas poderia ter visto que não caberia ali. Ou seja, não digo que seja um filme ruim, mas faltou explosão, faltou o clima western realmente sendo empregado, e ainda no miolo o longa meio que muda completamente de eixo com situações que pareceram ser jogadas apenas como partes de um todo muito maior, e sendo assim o resultado se perde um pouco. Claro que vai ter aqueles que vão entrar completamente no clima, que vão ver uma história de vida e a passagem de lições, mas o longa falta um pouco de tudo para ser muito maior, e definitivamente Clint merecia um filme maior com o seu nome para talvez fechar a carreira, já que acho difícil encarar mais alguma produção com uma força marcante aos 91 anos.

O longa conta a história de Mike Milo, um ex-astro de rodeio e criador de cavalos fracassado, que, em 1979, aceita uma proposta de trabalho de um ex-chefe para trazer Rafo, o jovem filho desse homem, de volta do México para casa. A dupla improvável enfrenta uma jornada inesperadamente desafiadora, durante a qual o cavaleiro cansado do mundo pode encontrar seu próprio senso de redenção ensinando ao menino o que significa ser um bom homem.

Diria que talvez o excesso de coisas para Clint foi um dos problemas da trama, pois sei muito bem o quanto ele sempre foi bom em ambas as funções, tanto que sua última direção foi incrível no longa "O Caso Richard Jewell", e aqui ele acabou começando o filme com uma intensidade, mudou de rumos no miolo, focou em algo bem trabalhado ali, voltou para o rumo inicial e fechou de uma forma bonita, parecendo entregar até mais do que um filme só, e isso costuma ser um problema de direção perdida, e não tanto de roteiro, afinal como falei no começo a trama é baseada em um livro, e assim tudo tem seus vértices bem determinados. Ou seja, acabou sendo daqueles longas que vemos, curtimos alguns atos e logo depois esquecemos completamente dele, pois não entra no envolvimento que poderia ter sido trabalhado, mostrando também talvez que o filme tenha sido picado com paradas pela pandemia ou algo do tipo, o que não vem ao caso, pois o que está feito já era, e assim sendo talvez na edição pudessem ter cortado um pouco mais para dar uma dinâmica melhor.

Sobre as atuações, diria que Clint Eastwood fez mais um papel que tanto sabe entregar, pois já fez tantos longas de faroeste que já tem a face quase marcada nesse estilo mais seco, e isso é bacana de ver, pois consegue dar síntese clara para que seu Mike fosse alguém que já sofreu muito no passado e que custa a dar confiança para alguém, mas vai se entregando ao garoto e a mulher com muita simplicidade e bons atos, mostrando que o ator sabe dominar bem o estilo. O garoto Eduardo Minett pareceu um pouco desconectado em cena, mas até que fez de seu Rafo um bom garoto com vontade tanto de mostrar estilo quanto de aprender em cena com um mestre da atuação, tanto que em alguns atos é notório ver como fica olhando para o protagonista, e assim seu resultado funciona. Natalia Traven entregou uma Marta bem gostosa, disposta a se desenvolver, sempre mantendo um sorriso no rosto independente de qualquer coisa, e que acaba sendo muito agradável dentro da trama, brincando praticamente em cena com todas as ações. Quanto aos demais atores, praticamente foram todos jogados em cena, tanto que o delegado é estranho, os policiais bagunçados, a mãe do garoto maluca, os vilões forçados e sem base, ou seja, poderiam nem aparecer que funcionariam mais.

Visualmente é claro que todo bom western passa pelas cidades no meio dos desertos dos EUA e do México, e contando com casas simples, restaurantes de família, capelas para a Virgem Maria, muitos cavalos selvagens e as devidas tentativas de domá-los, fugas dos policiais federais, e tudo encaixando muito bem no ambiente completo que o filme precisava, além disso tivemos bons figurinos, armas, e até brigas de animais clássicas do estilo, porém volto a frisar que as cenas na casa da mãe ainda soaram estranhas demais, parecendo quase que um ambiente de festas com uma certa máfia no meio, mas sem ir além nisso o que foi um pouco errado, mas nada que atrapalhasse o resultado final.

Enfim, é um filme que tem estilo e até funciona no que se propõe, mas que ficou meio bagunçado no miolo ao ponto de não envolver tanto como poderia, e que quem gosta de um western vai acabar entrando bem no clima, porém não diria que recomendo tanto ele para todos. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


Netflix - Sem Rastros (Leave No Trace)

É até engraçado pensar que um filme meio indie de aventura também possa ser reflexivo, mas a ideia que a trama de "Sem Rastros", que pode ser conferido na Netflix, nos entrega meio que envolve através da abstração que a mente surta num pós-guerra, pois o jovem pai até tenta fazer um agrado para a filha, mas quando se vê acalmando já precisa sair e mudar novamente. Diria que fiquei mais bravo com o protagonista do que entretido com o filme, pois a trama em si é bonita, mas o cara é muito burro, com uma casa ganhada, com a filha começando a viver, ele pega e fala vamos embora, depois a mesma coisa novamente, ou seja, o cara é muito problemático e não dá para aceitar, mas se analisarmos pelo problema de surtos de suicídio que a garota acha nas coisas, com os traumas de guerra, até é aceitável ele não desejar ficar preso a um lugar só, mas irrita querer estragar a vida da filha. Ou seja, a essência geral é reflexiva sobre um tema, mas dá para brigar com vários, e o resultado funciona bem.

A sinopse nos conta que Will e sua filha adolescente, Tom, viveram felizes e indetectados pelas autoridades durante anos em uma vasta reserva na fronteira de Portland, nos EUA. Após um encontro inesperado, eles são retirados do acampamento e colocados sob a responsabilidade do serviço social. Will e Tom tentam retornar ao mundo selvagem enquanto são forçados a lidar com desejos conflitantes.

A diretora e roteirista Debra Granik foi bem coesa em toda a situação, soube dimensionar seus atos para tornara a trama toda uma aventura moderna e bem marcada pelos atos da dupla, e mesmo tendo diversos outros atores, tudo flui para o pai e para a filha, colocando eles como um dependente do outro, quase como a falta de um corte umbilical, e toda essa síntese é bem interpretada, bem colocada, e cada ato fala por si, pois fica claro que a jovem não liga para outras coisas até conhecer algo melhor, e o pai deixa claro que sua vivência é cheia de problemas. Ou seja, vemos uma ação gostosa se pararmos para pensar, pois todos os atos têm sua devida definição e funcionamento, porém o que me incomodou pode não incomodar outras pessoas, que é a jovem querer fazer o pai mudar, e isso não existe em família alguma, e o cara é maluco, ao ponto que a diretora soube passar isso e nem precisaria do jornal, mas reforçou e até entendemos suas nuances. Sendo assim, o resultado é meio amarrado, e até poderia fluir para outros rumos, mas são escolhas, e ela optou pela abertura dos vértices e deixar que o público se emocionasse com a ideia do saco de comida que a outra senhora ensina para a garota.

Sobre as atuações tenho de falar que ambos os protagonistas se entregaram demais para seus papeis, fazendo olhares, tensões e diálogos muito bem encaixados, e todos os secundários pareceram nem ser atores, mas sim pessoas do meio realmente de projetos sociais, policiais e assim atuaram de formas bem simples sem ir muito além, então nem vou falar sobre eles. Dito isso, Ben Foster trabalhou seu Will com muita intensidade, olhares abertos marcantes, e toda uma paixão real pela filha, que mesmo atrapalhando ela acaba fluindo bem e sendo gostoso ver a interação entre eles. Da mesma forma Thomasin McKenzie trouxe para sua Tom uma personalidade ímpar e muito responsável pelos atos, ao ponto que a jovem faz trejeitos simples com envolvimento e mostra também uma adoração marcante para com seu pai, e isso faz com que o filme fique bonito de ver pelos seus atos.

Visualmente a trama tem toda uma conexão completa com o mato, tendo um início b marcante com técnicas de sobreviver e fuga no meio da barraca bem organizada pela família, tem toda a simbologia com os elementos entregues ali, e principalmente vai sendo funcional para a vivência deles, depois vamos para a delegacia social, para a fazenda de árvores natalinas, até caírem novamente na estrada e chegar no casebre no meio do nada, para na sequência ir para o camping bem rústico e envolvente, que mostra que a equipe de arte pesquisou bem esses ambientes para ser o mais representativo possível, acertando na medida.

Enfim, é daquelas tramas que trabalham de forma envolvente um ar simbólico maior, que pode fluir de tantas maneiras que alguns vão ir além na reflexão e outros apenas vão reclamar de tudo, mas que de certa forma vale os momentos entregues, pois é algo bonito de ver pela relação dos protagonistas e pelo ambiente em si, e sendo assim até recomendo o longa. Bem é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


segunda-feira, 25 de outubro de 2021

TeleCine Play - Esperando os Bárbaros (Waiting For The Barbarians)

Quem me conhece um pouco sabe que não gosto muito de ver os trailers e nem ler nada sobre o filme que vou ver, mas já disse isso algumas vezes e acho que isso só funciona bem com os longas do cinema, pois no streaming anda dando um pouco de problema essa tática, tanto que diria que foi um domingo bem fraco de longas vistos com duas tramas bem medianas, e olha que nesse segundo filme do dia o elenco é daqueles de tirar o chapéu, e nem isso ajudou a fazer com que "Esperando os Bárbaros" explodisse para algo intenso e marcante. Diria que o filme tem uma boa essência de transformar a ideia de quem é realmente os bárbaros ou vilões na História, se o povo nômade que vivia no deserto e nas montanhas com suas tribos, ou se os soldados que iam atrás deles e os torturavam ao máximo para saber suas intenções, e com essa sacada ou saques vistos, a trama tenta conturbar essa ideia através de uma síntese até que interessante de ver, mas que falta um pouco de explosão, e nas cenas mais tensas meio que tudo é largado de lado sem ir a fundo. Ou seja, é um bom filme até, mas sabemos que tudo foi mais intenso nessa época, e talvez um retrato mais potente e menos carinhoso chamaria mais atenção e impactaria bem mais.

A sinopse nos conta que em uma pequena província ocidental do Reino Unido vive um magistrado muito dedicado ao seu trabalho. No entanto, quando o Coronel Joll, famoso por seus "interrogatórios" e torturas, chega da capital para investigar os bárbaros, ele começa questionar a sua lealdade em relação ao Império.

Diria que o diretor colombiano Ciro Guerra pegou um roteiro muito grande de trabalho e quis segurar a onda completa apenas com duas mãos, pois sendo embasado no livro de J.M.Coetzee, que inclusive adaptou seu livro para um roteiro cinematográfico, não foi devidamente reduzido para que coubesse em algo próximo de duas horas, e com isso vemos cenas devidamente trabalhadas com essência, e outras muito aceleradas, parecendo inclusive que os cortes estavam meio que perdidos com tudo o que passava na tela, não sendo um filme integralmente funcional, e assim vemos alguns atos bem preparados e outros que faltam pedaços, o que não é legal de ver. Ou seja, podemos pensar de duas formas, a primeira que falharam na edição para encurtar o filme e o resultado ficou estranho, ou pensar que o diretor não conseguiu ser criativo o suficiente para que seu filme tivesse uma fluidez mais interessante, e acredito bem mais nessa segunda hipótese, já que necessitou quebrar a trama em capítulos, e alguns deles meio que interligados quase sem sair do lugar, o que é deveras estranho e meio que falho de ver. Sendo assim faltou personalidade para que o diretor entregasse um algo a mais na tela, e isso é bem ruim de ver acontecer.

Quanto das atuações, Mark Rylance costuma entregar sempre atos marcantes com seus personagens, mas aqui seu Magistrado é meio inseguro demais, fazendo interações que poderiam ser até mais fortes de uma maneira meio que sensível e aberta, o que é incomum de ver, e isso pesou um pouco para que seus atos fossem mais chamativos, mas ainda assim teve alguns atos mais diretos e interessantes que até poderiam ter ido além, ou seja, ficou muito no meio do caminho, que é algo incomum de ver ele fazendo. Já Johnny Depp veio com sua excentricidade para seu Coronel Joll, usando um par de óculos de sol que parecia uma coruja (algo que dificilmente veríamos acontecer naquela época!), mas sendo bem direto no que desejava, e impactando pelo seu estilo de interrogatórios com tortura no nível máximo, mostrando insensatez e força de uma maneira bem ríspida e marcante, o que até poderia ter sido mais usado, pois é um tremendo ator e chamaria bastante atenção nas demais cenas. Da mesma forma Robert Pattinson entregou seu Mandel com muita rispidez e com atos até extremamente grossos de atitudes, sendo daqueles oficiais marcantes e que torcemos para alguém socar no filme, pois seu estilo é direto e isso é um grande acerto, mostrando trejeitos duros e certeiros. Ainda tivemos Sam Reid bem colocado como um tenente incisivo em atos da guarda bem colocado, e Gana Bayarsaikhan fazendo uma garota bárbara machucada que o protagonista passa a ajudar, mas que fez atos singelos e bem marcantes pela essência do olhar da cegueira, e foi bem no que fez.

Visualmente o longa é bem interessante por mostrar uma fortaleza que lembra algo da época feudal, com várias famílias vivendo e trabalhando ali, servindo a guarda da cidade e produzindo chás, carnes e azeitonas com símbolos bem marcados até a chegada dos guardas imperiais que passam a usar tudo a mais, fazer seus interrogatórios controversos, e com isso depósitos de comida passam a ser prisões e calabouços com muito sangue para todo o lado, cenas fortes também mais próximas do final com os bárbaros sendo amarrado por cabos de formas diferentes, toda uma interação imensa no deserto com cenas bem amplas, e claro bons figurinos e ambientes marcantes como a sala do protagonista aonde juntava elementos para sua coleção, ou seja, um trabalho bem grandioso que a equipe de arte foi bem no que fez.

Enfim, é uma trama que certamente dava para ir muito além se não quisessem abrir tanto a ideia e capitular, mas sim criando a desenvoltura dos interrogatórios e torturas, o desenvolvimento da garota que ficou para trás pelo que aconteceu, a ida rápida e tensa para o deserto e a volta mudando tudo de uma forma conflituosa, mas foram querer desenvolver cada momento com muita simbologia e se perderam um pouco no ritmo e no estilo, o que fez com que o filme ficasse morno e mediano demais, não sendo algo que valha a recomendação, mesmo não sendo ruim por totalidade. E sendo assim eu fico por aqui com esse domingo meio frouxo com dois filmes sem muito chamariz, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


domingo, 24 de outubro de 2021

HBO Max - Coração Errante (Errante Corazón) (Wandering Heart)

Costumo dizer que quando pensamos em longas dramáticos temos que ter algo de impacto para causar o drama realmente, ter a intensidade bem colocada e ir além de algo que se não for surpreender, pelo menos faça refletir, e o cinema argentino tem muitos bons atores e diretores do estilo, ao ponto que quando você vê um filme deles ainda bem avaliado é claro que vai dar o play para conferir. E foi exatamente dessa forma que pensei ao escolher para ver "Coração Errante" hoje, porém acredito que fui com muita sede ao pote, contando com um filme que até tem uma boa desenvoltura, nos mostra o protagonista completamente solto num filme completamente solto (recomendo não conferir com crianças por perto!), porém vemos algo meio conflituoso demais tanto pelo roteiro quanto pela personalidade do protagonista, e assim sendo o filme não flui como poderia e nem choca como deveria, ficando bem no meio do caminho.

O filme nos conta que Santiago está tentando se recuperar do fim de um relacionamento enquanto reconstrói a vida com a filha adolescente, Laila. Depois de decepcionar a jovem diversas vezes, ele decide que precisa fazer algo para refazer o relacionamento dos dois. Ela pede que ele a leve para reencontrar a mãe e Santiago aceita. Assim, pai e filha saem em uma jornada complicada entre Argentina e Brasil na expectativa de reconectar a jovem com a mãe.

Diria que o diretor Leonardo Brzezicki tentou algo maior do que uma essência singela e reflexiva em cima de alguém que procura amar demais, que em todo relacionamento quer explodir e ir além, porém isso é algo muito difícil de demonstrar, ainda mais no mundo rotativo que hoje as pessoas apenas se aglomeram no momento e depois já era, e assim sendo o filme em diversos atos parece até falso demais, mas que dentro das possibilidades acabamos até fluindo junto com o protagonista, mas sempre fica parecendo faltar aquele algo a mais, e talvez até uma reviravolta mais contundente para que o filme realmente saísse do básico, o que não acontece, e mesmo no momento mais explosivo de todos, aonde a garota surta na mesa, descobrem a morte de uma pessoa, e o pai ainda apanha na balada, tudo ali é  tão normal que parece ser aceito fácil e sem firulas. Ou seja, é um filme até que representativo, mas que faltou muito para ser realmente um drama marcante.

Sobre as atuações, o fato é que Leonardo Sbaraglia é um tremendo ator e sabe se entregar muito bem para os personagens que faz, e aqui seu Santiago é completamente livre de tudo, menos de seus dramas pessoais, pois se entrega demais aos amores, tendo o título em si baseado no seu coração que erra demais e se joga completamente muito fácil, e assim o resultado do ator é algo realmente bem sentimental, mas que não atinge nenhum grande momento por tudo ser aberto e intenso demais, mostrando que ele é bom no que faz, mas só isso. Já Miranda de la Serna entregou a tradicional adolescente que explode facilmente com sua Laila, mas também com tudo o que ocorre até eu acho que explodiria, e a jovem teve alguns momentos fortes, mas sempre escapando de se entregar, o que é meio ruim de ver, sendo que o filme necessitava de ambos os lados, e eles ficaram abertos para algo que não entra em um bom fluxo, mas tem futuro. Eva Llorach foi muito mal usada com sua Eloisa, ao ponto que a atriz mostrou que a estrutura familiar dela é tão bagunçada quanto a do protagonista, mas apareceu e desapareceu tão rápido que é quase uma participação. Agora quem dá boas lições e marca a presença com trejeitos bem colocados foi Iván González com seu Federico, de forma que o jovem entrega verdade na atuação e seu personagem é quase uma boa base para o protagonista, e foi bem bacana ver o fechamento do filme com o protagonista em sua casa, pois ali talvez ele volte a ser ele. Sobre os demais vemos vários garotos em suas devidas nuances com o protagonista, vemos participações nacionais bem conhecidas como Tuca Andrada como Silvio e Thalita Carauta como Julia, mas usando mais as nuances em si do roteiro do que grandes expressividades.

Visualmente o longa brinca entre locações grandiosas como a casa de Federico lotada de homens nus numa grandiosa festa, um sítio aonde vive o ex do protagonista, o apartamento do protagonista numa bagunça imensa, alguns momentos envolvendo danças já que a filha faz parte de um grupo de dança, e claro os momentos no Réveillon do Rio de Janeiro, com alguns atos em casas noturnas, outras numa casa de um jovem, e algumas praias até vazias demais para a época do ano, mas tudo de forma bem simbólica e bem usada.

Enfim, não chega a ser um filme ruim, mas faltou dizer realmente aonde desejava chegar, e talvez algumas pessoas possam até se conectar mais com tudo o que é mostrado, mas ao meu ver o longa é mediano demais e não dá para recomendar. Bem é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais. 


sábado, 23 de outubro de 2021

Ron Bugado (Ron's Gone Wrong)

Já falei isso algumas vezes, mas é sempre bom dizer que as animações atuais tem cada vez mais conectado as lições em seu interior do que realmente explorado as situações, e isso é bem bacana de ver acontecer, pois acaba sendo algo bonito de ver, e que serve para um algo a mais, já que hoje a criançada vê tantas vezes o mesmo filme em casa, que quem sabe acaba aprendendo um algo a mais. Além disso, e usando claro essa base, muitos filmes passam a ser não apenas bonitos para os pequenos, mas também acabam emocionando os mais velhos (no caso os pais que forem levar os pequenos, ou nós que não temos filhos mesmo, mas gostamos de animações!), e assim sendo o lançamento da Fox (ou seria Disney ou Pixar), "Ron Bugado" trabalha uma essência tão forte de conexões virtuais, de amizades que nem se tocam praticamente, mas apenas se ligam pelos interesses comuns, e claro mostra que o envolvimento das antigas que era algo realmente entre amigos mesmo era o que valia, de uma forma tão bem marcante que chega a parecer um pouco com "Divertidamente", mas claro agora envolvendo mais a tecnologia que hoje tanto nos espiona e tanto tira a infância realmente da criançada com telas e coisas que fazem só as pessoas comprarem mais e mais. Ou seja, é uma trama bem colorida, bem divertida e gostosa de ver, que vai além da simples animação infantil, valendo bem a conferida para todos, e digo mais, vale conferir com uma dublagem sensacional muito bem colocada no nosso idioma, que a equipe pesquisou muito para as devidas adaptações com tamanho de cidades conhecidas, nomes estranhos (sério Ambrósio foi demais!) e boas sacadas que fazem rir com toda certeza.

O longa conta a história do jovem Barney, um menino de onze anos que tem dificuldade de fazer novos amigos, e seu companheiro Ron, uma inteligência artificial de alta tecnologia que anda, fala e é o "melhor amigo fora da caixa" de Barney. Mas quando Ron começa a ter seu funcionamento comprometido, os dois saem em uma aventura repleta de ação, onde a amizade entre os dois se mostra verdadeira.

Diria que o trio de diretores Sarah Smith, Jean-Philippe Vine e Octavio Rodriguez trabalharam muito bem em todos os sentidos, pois é uma história muito atual, que tem uma desenvoltura bem marcada e que junto de boas lições consegue ser divertido na medida certa, não apelando nem para o lado mais infantil nem para o lado adulto demais, ficando naquele meio do caminho que todos acabam se divertindo e aproveitando, que é tão raro de lançarem algo. Ou seja, é daqueles filmes que muitos vão achando ser bobinho demais e acabam se emocionando, mas ao seu lado está uma criança que nem entendeu a referência de solidão rolando de rir com tudo, e esse acerto é algo muito bom de ver, pois mostra que a essência principal de uma animação foi mantida, as técnicas foram bem colocadas, mas sem sair do eixo consegue agradar a todos, além claro de toda a tecnologia empregada, pois vemos muitas dinâmicas imponentes, personagens bem desenhados e um resultado funcional completo de referências aos diversos filmes da companhia (Star Wars, Vingadores, Senhor dos Anéis, Vila Sésamo, Mad Max, entre outros) principalmente nas skins dos robozinhos, mas também nos diálogos, que como já disse no começo foi muito bem adaptado na dublagem nacional.

Sobre os personagens é muito bacana ver toda a interação do robozinho Ron, que com uma programação falha passa a ser não apenas um ser diferenciado para o seu amigo, mas sim toda uma simpática amostragem de que nos diferentes podemos encontrar algo a mais para crescer junto, e em determinado momento uma jovem fala que ele é uma página em branco, e isso define bem ele, pois vai aprendendo o que é amizade, como manter tudo e isso soa bonito demais, além de muito divertido por não ter filtros e sair fazendo todas as suas loucuras, ou seja, é muito representativo e bacana ver o personagem, que ainda deram grandes sacadas em todos os diálogos criados pela dublagem, pois mudaram tudo quase no filme pelo que dá para ver já nos trailers. Da mesma forma o garotinho Barney (ou Ambrósio para o robô) tem uma família completamente maluca, com um pai vendedor que mal o vê, uma avó de etnia russa ou algo próximo de lá que adora comidas exóticas, e toda essa falta ou exagero de afeto deixa o garotinho com receios pelo que já rolou no passado (vide sua festa de 6 anos incendiada), o personagem é muito marcante. Além dos protagonistas ainda temos os garotinhos das pegadinhas, a garota popular com milhões de seguidores (mas a destruição de sua imagem foi algo fortíssimo de ver), o que só joga, e claro chegamos nos criadores dos robôs com suas apresentações no melhor estilo Steve Jobs de ser, mas com o nome de Marco em boa referência a Mark Zuckerberg e suas vastas tecnologias, e assim o resultado completo acaba chamando muita atenção.

Visualmente o longa é bem colorido, cheio de interação tecnológica, com muitos ambientes bacanas, desde a sede da empresa dos Bbots numa bolha, mostrando uma alusão de uma nuvem bem gigantesca com muitos servidores e luzinhas, toda a brincadeira com as skins/roupas dos robozinhos, toda a sacada da família simples que vive do campo tendo de vender seu enterro para comprar algo que o neto/filho desejava num mercado paralelo, e muitas sacadas com lutas e montagens, ao ponto que tudo passa a ser bem divertido e gostoso de ver, tudo é bem simbólico, e o resultado passa a funcionar do começo até o final. Em alguns cinemas o longa teve sessões 3D, e acho que não tem tanto para explorar na tecnologia, pois não vemos tanta projeção para fora dos personagens, mas se alguém conferir ele nesse formato e achar bacana, os comentários são abertos.

Enfim, é um longa bem divertido, muito gostoso de assistir, que até tem alguns leves defeitos, mas que dá para relevar com todo o entretenimento entregue, e sendo assim recomendo demais para toda a família, para que se conectem com a ideia, e depois se abram para o mundo fora da tecnologia com suas amizades verdadeiras. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Duna (Dune: Part One)

Tenho certeza absoluta que muitos que viram o trailer de "Duna" e imaginaram ser alguém sem muita criatividade entregando um novo "Star Wars", mas não é, pois o livro "Duna" foi escrito antes dos filmes "Star Wars", e é a base da maioria dos filmes de ficção científica envolvendo espaço e guerras entre planetas, então "Duna" seria sim o pai de tudo, tanto que já teve um filme bem ruim no passado e uma série que alguns gostam e outros nem tanto, ou seja, aqui apenas temos algo novo muito bem criado como uma superprodução estrelada de gigantes, que felizmente segue um ritmo possível de se adaptar um livro gigante, e claro que com isso precisará de mais do que um único filme, sendo agora lançado apenas a primeira parte, e daqui uns anos virão com a segunda parte. Ou seja, você deve estar xingando por saber que não vai ver um final aqui, e a resposta é que não verá o final completo da saga, mas sim aqui tem um estilo de fechamento do ato em si, e que a partir dali ocorrerá muitas outras coisas, e que felizmente esse primeiro ato é bem explicativo, tem muita coisa para entender, e passa um envolvimento gigantesco que impressiona tanto pela história quanto pela cenografia, e principalmente pela sonoridade que encontraram para envolver todo o público, sendo daqueles que quanto maior o lugar que for conferir (no caso vi em Imax) melhor será, pois o som e todo o visual em uma tela imensa fará toda a diferença. E agora é aguardar falarem a data da continuação, pois queremos ver o a pancadaria comer solta do outro lado.

O longa conta a história de Paul Atreides, um jovem brilhante e talentoso nascido para ter um grande destino além de sua imaginação e que deve viajar para o planeta mais perigoso do universo para garantir o futuro de sua família e seu povo. À medida que forças malévolas iniciam um conflito sobre a oferta exclusiva do recurso mais precioso existente no planeta – uma mercadoria capaz de desbloquear o maior potencial da humanidade – somente aqueles que podem conquistar seu medo sobreviverão.

Que o diretor Denis Villeneuve é daqueles que sabem conduzir uma obra prima com primor todos já sabíamos, mas que iria conseguir ousar em cima de uma trama que outros já fizeram de forma tão criticada não imaginaríamos, e ele foi lá, exigiu carta branca da Warner para seguir exatamente o livro linha por linha, trabalhar todo o tempo clássico para não ter correrias, e conseguiu um feitio único de um filme que é apenas metade de um todo, e ainda assim consegue envolver e fazer com que o público saia satisfeito da sessão. Claro que vai ter muita crítica negativa, afinal é uma ficção lotada de cenas de ação, mas ainda assim segue um ritmo mais lento, uma pegada tensa e pesada, cheia de nuances fortes e bem marcadas, que quem for esperando algo cheio de pulos e tiros acabará decepcionado, mas o diretor foi condizente em trabalhar cada detalhe, em mostrar técnicas e principalmente fazer com que o filme tivesse a sua cara, pois errar a mão aqui era algo muito fácil e qualquer exagero faria o filme ficar estranho, mas não, tudo é simbólico, tudo tem um motivo, e claro vemos algo que facilmente se tornará um clássico, pois estilo tem, força tem, e claro conflitos tem, e assim o resultado pode até não explodir nas bilheterias, mas será um longa bem lembrado sempre que alguém pensar em um épico de ficção.

Se eu for falar de todo o elenco gigantesco do filme vou ficar aqui durante pelo menos umas duas horas escrevendo, e o texto vai ficar maior que o filme, pois é muito ator bom que por vezes é até menos usado do que poderia, mas com certeza marcou em sua cena e com isso fez o filme ficar ainda mais imponente. E claro tenho de começar falando do protagonista máximo da trama Timothée Chalamet com seu Paul Atreides, que realmente estava com muito medo do que faria em cena, pois é um ator que tem uma base dramática muito marcante, e aqui o personagem precisava de algo mais intenso de força e dinâmicas, mas o diretor soube usar as características próprias do jovem para que o personagem ficasse muito melhor sem muita explosão (ao menos nessa primeira parte que ele ainda não luta tanto), e assim ele foi carismático o suficiente para seu papel denso e marcou com estilo do começo ao fim, dando nuances precisas e muito claras sobre quem é o personagem em si, e assim acertou demais. Agora em segundo plano, mas ainda muito importante para esse primeiro momento vemos uma Rebecca Ferguson completamente diferente de tudo o que já fez na carreira, ao ponto que sua Jessica é direta nos atos, tem todo um mistério inconsequente dentro da personagem, e a atriz conseguiu segurar tudo só com olhares e diálogos explosivos, não tendo atitudes marcantes, mas para onde quer que olhemos ela está presente, e isso foi muito bom de ver. Jason Momoa fez lutas bem coreografadas com seu Duncan, se jogou bem como um defensor nato, e principalmente se expressou muito bem sem precisar ter seu ar cômico tradicional, e ainda foi bem estiloso em atos mais pegados fazendo um papel que não lhe marcará tanto na carreira, mas que envolve pelo que faz. Oscar Isaac fez bem seu Leto com algumas cenas imponentes e tudo mais, mas mereceria um pouco mais de cenas para mostrar realmente quem foi o personagem. Da mesma forma Josh Brolin lutou bem em alguns atos com o protagonista, fazendo seu Gurney um exímio general de batalha, mas não indo muito além também, e embora não o vejamos morrer em cena, evaporou do mapa. Dave Bautista e Stellan Skarsgård trabalharam bem os vilões da trama, ao ponto que Dave foi mais explosivo e Stellan deu umas nuances mais nojentas para seu Barão, com um corpo maquiado estranho gigante e bizarro. Javier Barden se entregou bem para seu Stilgar, marcando cenas diretas e bem colocadas e certamente vai ser muito usado na continuação, pois além de um tremendo ator, fez atos fortes aqui. Aí você deve estar achando que esqueci de falar de Zendaya, mas não, sua Chani aqui é mero sonho praticamente do protagonista, aparecendo somente em carne e osso nos minutos finais, ou seja, vai servir para a continuação, mas aqui foi enfeite. 

Visualmente o longa é gigantesco, com cenas desérticas tão imponentes e bem feitas, com construções simples porém tecnológicas e marcantes e toda uma simbologia meio que mística nos devidos atos, com cada ambiente bem preparado tanto para as cenas de diálogos aonde todos estão bem ocupados, como para os atos de batalhas gigantescas com muitos figurantes (e claro algumas duplicações de personagens), com naves parecendo libélulas, outras ovais, mas tudo muito grande que dá uma imposição marcante, e claro com muitas explosões, muitos tiros e ainda muitas lutas corporais com espadas e escudos virtuais, cheios de ação marcante e muita desenvoltura tanto dos personagens, quanto das escolhas de ângulos para que o público ficasse ainda mais próximo das cenas. E claro ainda tem o minhocão Shai-Hulud monstruoso andando por baixo das areias e atacando na medida, ou seja, teve seu ar místico bem marcado e chamando a atenção. Detalhe claro que como o filme se passa num deserto, com muita poeira, e claro o pozinho que chamam de especiaria, a fotografia amarelada em tudo deu um show incrível com granulações, texturas e muita perspectiva, que talvez quem for conferir o longa em 3D veja até mais profundidades cênicas, mas aparentemente não será nada a mais para a trama.

E se ultimamente estávamos reclamando tanto que todas as trilhas sonoras de Hans Zimmer eram muito semelhantes, sem as devidas imponências e expressividades, aqui ele colocou para fora seus milhares de anos de carreira e criou algo completamente novo e forte, que chegamos até a sentir a orquestra tocando cada elemento para tudo explodir em conjunto, e que junto de uma mixagem de som com muitos tiros, explosões e muito mais, resultou em algo incrivelmente delicioso de ouvir cada barulho a distância montando uma simbologia incrível e mágica para a trama toda. E ainda contou com a canção meio que cantada, meio que gritada de uma forma tribal bem marcante por Czarina Russell.

Enfim, é um tremendo filmaço que faz valer seus 155 minutos muito bem aproveitados, e que talvez até poderia ter um ritmo um pouquinho só mais rápido para empolgar ainda mais, mas sairia do eixo simbólico que o livro tanto trabalha, e assim sendo o resultado funciona. Claro que dá para ficar bravo de não ver um grandioso desfecho completo, que só acontecerá daqui alguns anos (afinal nem começar a filmar a parte dois começaram!!), mas a síntese da história foi bem contada e agradará quem for disposto a entrar no clima, sendo uma boa recomendação para todos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


quarta-feira, 20 de outubro de 2021

TeleCine Play - Falsos Milionários (Kajillionaire)

Não posso dizer que o longa "Falsos Milionários", que estreou no catálogo da Telecine Play, seja algo ruim de ver, mas sim algo bem diferente do que eu estava esperando, pois o filme trabalha ao mesmo tempo um grupo de criminosos que vive de dar golpes e tentar lucrar com jogadas simples e trambiques, mas que praticamente esquece de dar os devidos tratos para a filha como sendo uma pessoa mesmo, mas sim como alguém da gangue deles, e assim a jovem nunca foi tratada com carinho, nunca ganhou um presente realmente e nem nunca foi instruída a nada de uma vida real, mas quando entra uma outra pessoa no grupo tudo passa a mudar e ela passa a se questionar se já foi amada, se tudo na vida dela é um golpe, e muito mais numa trama reflexiva e com um estilo meio questionador demais, que certamente não vai agradar muitas pessoas, mas que tem um algo a mais para pensar sobre pequenas coisas que nos tornam realmente milionários. Ou seja, é uma trama que aparentava ser uma coisa, que está classificado como comédia, crime e drama, mas que recai bem mais para esse último gênero e só quem realmente entrar no clima mais introspectivo irá curtir o resultado final.

A sinopse nos conta que Old Dolio é filha de Robert e Theresa, um casal de criminosos especializados em pequenos furtos. Criada nesse ambiente, a menina se torna totalmente dependente do vínculo com os pais. Mas, quando eles atraem Melanie para participar de um dos seus esquemas, Old Dolio vê sua bolha ser furada de maneira drástica.

Diria que a roteirista e diretora Miranda July trabalhou uma essência densa fechada demais de estruturas, ao ponto que demora demais para conseguirmos entrar no clima completo de sua trama, e talvez muitos nem entrem, pois o filme flui por dois lados bem distintos e que em ambos os casos são reflexivos demais, então para conseguir se emocionar e envolver com o que é mostrado precisa sentir toda a vida da garota, conhecer um pouco mais o processo de golpes e até pensar como uma pessoa de 26 anos que sempre foi usada e não amada pela família, e assim sendo o longa funciona como uma mensagem poética que entra numa sintonia calma e monótona demais para quem for conferir esperando um algo a mais que acaba não acontecendo. Ou seja, tudo o que é mostrado na tela é simbólico, tudo tem um sentido, e principalmente todo o envolvimento é bem trabalhado, mas infelizmente é preciso tempo para refletir em tudo, e isso não ocorre num filme de streaming, sendo talvez daqueles que num festival que você vai preparado para digerir cada trama funcione bem, mas só ali e nada mais.

Sobre as atuações, todos fizeram trejeitos marcantes e se colocaram bem nos devidos atos, com destaque claro para a protagonista Evan Rachel Wood, que em alguns atos fiquei realmente pensando se a atriz, que é belíssima e aqui estragaram ela visualmente, estava se passando por um garoto ou se era apenas algo para ser estranho realmente, pois lhe colocaram o nome de Old Dolio (a moça explica em determinado momento o motivo do nome, meio bizarro!) e com trejeitos mais largados e situações estranhas acabamos vendo ela se entregar com um estilo bem esquisito, mas faz muito bem isso, e assim sendo é um bom acerto. Richard Jenkins sempre trabalha com estilo seus papeis, e aqui seu Robert é literalmente um picareta de mão cheia, fazendo atos bem intensos e trabalhando suas atitudes com ótimos trejeitos, o que agrada muito para a síntese do filme. Debra Winger deu uma personalide muito forte para sua Theresa, e ainda por cima mancando ficou com atitude e estilo para o papel que precisava fingir, envolvendo bastante e chamando muita atenção em todas as suas cenas. Mas sem dúvida alguma a quebra de estilo completo veio com Gina Rodriguez inicialmente personificando sua Melanie como alguém cheia de estilo, com vertentes marcantes e bem intrigantes, mas num segundo momento a moça muda completamente seus ares, se entrega para o papel e faz algo muito em prol da protagonista, mas com isso quase se apaga completamente, o que ficou um pouco estranho para falar a verdade.

Visualmente a trama é ainda mais estranha, pois eles moram num cômodo de uma empresa de produtos químicos que fica espumando sem parar, com tudo jogado pelo chão, indo em lugares para aplicar golpes como nos correios para pegar correspondências dos outros, tem todo o lance do avião e dos terremotos nos lugares mais absurdos, indo na casa de pessoas bem decoradas para tentar fraudá-las, e ainda tem a casa da outra moça bem decorada que acaba tendo um fim mais maluco ainda, toda ideia dos brinquedos que no final acaba sendo uma boa sacada, e ainda a compra de uma banheira parcelada em milhares de vezes com um juros monstruoso, ou seja, nos EUA o povo também leva o parcelamento assassino no peito.

Enfim, é um filme mediano que se espremermos bem até dá para sair algo a mais, mas que certamente não vai valer o tempo gasto para a maioria das pessoas, pois como já disse é necessário se refletir demais para encontrar alguma essência maior na trama, e isso é algo que não pega as pessoas no streaming, então fica a dica somente se você estiver bem disposto para dar o play e entrar numa ideia mais floreada, senão parte para o próximo. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


terça-feira, 19 de outubro de 2021

Netflix - The Trip (I Onde Dager)

Quando li a mini-sinopse do filme "The Trip", que aparece antes de dar o play na Netflix, me preparei para um filme de brigas e confusões no meio do nada, mas não imaginava o quão bizarro e trash a trama norueguesa poderia entregar, pois é simplesmente maluco demais tudo o que ocorre e olha que já vi muito filme estranho, mas não a esse ponto que o longa atinge. Aí você deve estar se perguntando se achei ruim, e a resposta é não, pois a bizarrice é tão boa que acabamos entrando completamente no clima da produção, e tudo passa a ser um grande surto de insanidades que funciona demais. Claro que esperava rir um pouco mais no miolo, mas o final foi bem pensado, e o resultado como um todo funcionou bem, mesmo com alguns leves furos de roteiro, que nesse estilo acabamos nem ligando.

A sinopse nos conta que ansiosos para terminar seu matrimônio ao matarem um ao outro, um casal decide ir para uma remota cabana para terminar o que planejaram. Mas logo percebem que para sobreviver eles terão que se ajudar mais uma vez.

O diretor Tommy Wirkola gosta de situações conflituosas e insanas em seus filmes, e com isso já é de praxe ir conferir esperando algo que vá chocar em determinado momento, ou as vezes no filme todo como é o caso aqui, e se num primeiro momento o filme parecia algo banal e meio até que bobo, depois da metade da trama tudo fica tão explosivo, com situações com sangue de sobra, partes decepadas, muita bizarrice (algumas até desnecessárias) que só quem realmente amar o estilo irá ver ele até o final, mas tirando esse detalhe de querer chocar, a trama tem uma desenvoltura até que bem bacana, pois realmente já vimos muitos casais que estão prontos para explodirem e usar essa explosão para se alinharem e voltarem a se amar, e aqui essa ideia como esperada consegue um desfecho ainda melhor para a trama, ou seja, toda a loucura aterrorizadora e bizarra fica divertida com a proposta de encerramento, e assim o resultado vai além do esperado.

Sobre as atuações é fato claro que Noomi Rapace é uma atriz que sabe encaixar tantas vertentes em suas personagens que até fazendo algo meio que jogado como é o caso de sua Lisa aqui consegue agradar, e claro que ela não economizou olhares, fez drama, fez ação e tudo mais que pudesse para conseguir se livrar, e claro fazendo uma personagem que é atriz também trabalhou o drama em cima do drama e agradou bastante do começo ao fim. Aksel Hennie é um ator meio estranho que consegue chamar atenção e ao mesmo tempo nos desconectar dele com uma facilidade meio que estranha também de ver, ao ponto que seu Lars num primeiro momento pareceu frouxo demais, depois entregou personalidade, e por fim já estava com atitudes imponentes bem colocadas e cheias de desenvolturas, ao ponto que tudo o que faz beirou a loucura, mas foi bem e acertou de certa forma. Quanto dos demais, vale a desenvoltura mais insana de Atle Antonsen com seu Peter, principalmente nos atos finais, o lado mais doidão do nazista Roy vivido por André Eriksen, e até Christian Rubek entregou um Dave bacana, mas sem muita explosão, ao ponto que todos os três acabam sendo brutalmente massacrados, já os demais, Viktor foi um mero enfeite e o pai do protagonista até teve uma boa desenvoltura no final, mas nada demais.

Quanto do visual da trama, o longa se passa praticamente inteiro num chalé, e se tudo parece bonitinho no começo, ao começar os tiroteios, os cortes e triturações, meus amigos, a equipe de arte gastou litros e mais litros de sangue falso, de próteses e de tudo mais que fosse necessário para a equipe de maquiagem rechear visualmente toda a interação, com pedaços de coisas voando e tudo o que fosse possível estar na frente dos personagens virando armas, numa loucura completa e até bonita de tanto vermelho voando pelos ares, ou seja, se precisaram gravar alguma cena mais que uma vez não queria estar na pele da equipe para limpar tudo e filmar novamente. Ou seja, foi um trabalho visual bem intenso e que resultou em algo bacana de ver, e claro o fechamento cinematográfico para os atores/diretores interpretados darem seu show com entrevistas e filmagens.

Enfim, é um filme insano que quem curtir um trash cômico vai entrar de cabeça e curtir com toda a desenvoltura, e que conseguiram colocar até um pouco de história na bagunça toda, ao ponto que funciona e diverte. Claro que não espere dar risadas de rolar na sala, mas tudo é funcional e a loucura é bem entregue, sendo assim uma indicação mais propensa para um estilo de público. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Netflix - A Batalha Esquecida (De Slag Om De Schelde) (The Forgotten Battle)

Sempre que vejo um filme de guerra fico pensando que não tem mais para onde irem nas ideias do estilo, mas sempre sou surpreendido com alguma versão diferente da mesma história maior, que geralmente consegue intrigar, criar novas perspectivas, e claro ver o desespero das pessoas em qualquer uma das vertentes que estejam colocadas na situação total. E sendo assim o longa holandês da Netflix, "A Batalha Esquecida", nos mostra agora a versão de uma Holanda completamente tomada por alemães, e as desenvolturas que ocorreram por lá sob os olhos de três jovens que pela trama tiveram conexões entre si, mas que certamente se impuseram e foram desesperados durante todo o processo, seja o holandês que estava no exército nazista mas sofrendo com sua opção ao ter de matar os seus compatriotas, ou da garota que tem o irmão morto por tentar se juntar à resistência para ajudar o combate, ou até mesmo o piloto britânico que deveria pousar em terras aliadas, mas que cai no meio de todo o conflito entrando na guerra de chão com muita força e dificuldade. Ou seja, é daquelas tramas que acaba indo além pela situação geral, que quem gosta do estilo ficará grudado na tela da TV, e que principalmente passa a mensagem que a guerra é ruim e tensa para todos os lados, que não tem ganhador, nem felicidade enquanto estiver durando.

O longa nos situa em Setembro de 1944. Os aliados capturaram o porto de Antuérpia, mas os alemães ainda controlam o estuário do Escalda, evitando que os suprimentos cheguem a Antuérpia e às forças aliadas. A Ilha Walcheren é a chave para a defesa alemã. A Operação Market Garden é lançada, na esperança de penetrar diretamente na Alemanha via Arnhem na Holanda. Um planador desta operação é forçado a pousar em Walcheren, deixando um punhado de soldados britânicos presos atrás das linhas inimigas. Enquanto isso, um adolescente holandês acidentalmente mata três alemães, causando uma trágica cadeia de eventos. No estado-maior alemão está um soldado holandês que agora começa a questionar onde reside sua lealdade.

Diria que a estreia do diretor Matthijs van Heijningen Jr. foi bem intensa, conhecendo bem cada momento de seu filme para chamar atenção, e principalmente sendo extremamente ousado de criar um épico de guerra de cara, pois é uma das produções mais grandiosas que qualquer um pode querer ter em seu currículo, e aqui ele não só colocou as desenvolturas do fronte como trabalhou as nuances investigativas, os trabalhos de escritórios, e muita ambientação em todos os meios, sejam eles na terra com muita lama e mortos caindo nas trincheiras, com tanques e metralhadores de todos os tipos, no ar com vários aviões e planadores sendo atingidos e fazendo manobras, e até mesmo na água com personagens tendo de nada e se esconder, além claro de cidades abandonadas e muita interação entre todos os personagens, ao ponto que acabou sendo um trabalho de primeiro nível, com pouquíssimos erros e excessos, e que acabou mostrando mais uma desenvoltura de desespero dos personagens, do que algo emotivo realmente, o que acaba sendo um reflexo real de uma guerra.

E já que falei sobre os personagens, vale destacar claro a atuação do trio principal que se doou bastante em cenas bem intensas com olhares fortes e marcantes, mas não só eles foram bem em cena, ao ponto que praticamente todos os atores foram bem dirigidos (e não são poucos!), conseguindo entregar todas as desenvolturas que o filme precisava, ou seja, um filme realmente gigantesco. Gijs Blom entregou com muita personalidade seu Van Staveren, ao ponto que inicialmente o jovem com todo o pensamento revolucionário, acreditando que estava abalando como um soldado alemão mesmo sem ter nascido no país, mas quando cai volta para a Holanda passa a sentir a dureza de ter de matar e denunciar seus compatriotas, e o ator fez olhares tão fortes nas cenas de maior impacto que sentimos exatamente tudo o que o verdadeiro soldado que teve esse fim sentiu. Jamie Flatters trabalhou bem seu Will, sendo praticamente alguém da nobreza britânica que acabou indo para a guerra, e que com muito envolvimento não ficou atrás de uma mesa se jogando literalmente no ar para encarar tudo de frente e fazendo muito bem tudo, ao ponto que o ator deu um ar meio galanteador, mas foi bem demais rolando no barro, entrando em ação a todo momento e se destacando bem demais. Susan Radder deu muita personalidade para sua Teun, sendo uma secretária do prefeito e misturada demais com pessoas que estavam ajudando os alemães na Holanda, mas que acaba mudando tudo quando seu irmão acaba fazendo algo errado e caindo nas mãos do exército, também muito bem interpretado por Ronald Kalter, e a atriz se jogou em cenas bem dramatizadas, envolvendo muito e sendo certeira nas nuances que precisava. Quanto aos demais vale ainda o destaque para alguns momentos de Tom Felton completamente diferente do que vimos na sua infância, agora já bem adulto entregando um comandante Tony bem intrigante, mas que foi abatido rápido demais, entre outros bons atores.

Visualmente o longa entregou uma produção grandiosa de parecer até de estúdios imponentes, com muitas cenas de guerra, muitas armas, tiros, locações imponentes, figurinos, aviões, e tudo mais que qualquer diretor de grande porte consegue somente após muita negociação, mas aqui o estreante teve tudo ao seu dispor e o resultado foi algo que vemos desde casas abandonadas lotadas de elementos cênicos representativos, uma prefeitura cheia de arquivos sendo desmontada às pressas, tanques, metralhadoras, todo o ambiente do fronte muito bem representado, todas cenas com barro e na água muito simbólicas, e claro muito sangue cenográfico também com amputações, membros voando e tudo mais, ou seja, algo muito bem feito que mostrou uma equipe de arte de primeiríssima linha.

Enfim, é um tremendo filmão de guerra, que expõe muitos sentimentos e toda a desenvoltura do que rolou na Holanda durante o período da Segunda Guerra, em que esteve tomada pelos alemães, e claro os momentos finais desse conflito por lá, que quem gostar de filmes do estilo certamente irá vibrar com cada ato e irá curtir bastante todas as nuances criadas de uma forma bem representativa, e assim sendo fica a indicação para conferir ele na plataforma. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


domingo, 17 de outubro de 2021

TeleCine Play - Echo Boomers - A Geração Esquecida (Echo Boomers)

É até engraçado o tanto de filmes baseados em fatos reais que tem brotado nos cinemas e nos streamings, isso claro se deve em parte pela falta de criatividade dos roteiristas, mas também devido os grandes nomes estarem cada vez mais migrando para as séries, já que ganham por episódio o que ganhariam com um filme, e assim o lucro acaba sendo bem maior, e embora esse não seja o tema do longa "Echo Boomers - A Geração Esquecida", que estreou essa semana na plataforma Telecine Play", podemos traçar um paralelo entre essa situação e a mostrada no longa, pois com a quebra da economia dos EUA, muitos jovens que tiravam notas excelentes nos testes, e entravam para as faculdades através de financiamentos estudantis gigantescos acabam saindo de lá e não conseguindo emprego em lugar algum, ou conseguindo coisas bem ruins pagando muito mal, e aqui vemos um grupo que se revolta com isso e acaba virando assaltantes de obras de arte encomendadas para venderem e viverem vidas grandiosas. Ou seja, o filme mostra uma trama intensa de um grupo de assaltantes que foram bem imponentes e rebeldes em seus atos, mas que como sempre quem quer muito acaba conseguindo pouco, e assim o resultado reflete a quebra e como foram presos não pela ousadia em si, mas sim por problemas internos e bobeiras que senão estariam até hoje roubando ao invés de estarem presos.

A sinopse nos conta que um recém-formado Lance Zutterland deixa a escola com dívidas, percebendo que tudo pelo qual ele trabalhou foi construído sobre uma mentira. Quando ele é puxado para uma operação criminosa clandestina, ele encontra seus colegas lutando contra o sistema roubando dos ricos e dando a eles mesmos. Sem nada a perder, eles deixam para trás um rastro de destruição, mas com os policiais se aproximando, as tensões aumentam e Lance logo descobre que está perdido, sem saída.

Mas é fácil entender a finalização simples sem uma grande explosão, e a causa já disse aqui diversas vezes: ser o primeiro filme do diretor Seth Savoy, que entregou boas dinâmicas de miolo, conseguiu criar boas conexões e desenvolturas, porém foi num crescente tão bem marcado que não soube como finalizar, e isso é algo comum de primeiras obras, pois a ideia de uma autora de um livro conversando com os personagens para saber suas versões é boa, bem sacada e deu uma boa modelagem geral para a trama, porém os personagens se desenvolveram rápido demais dentro da estrutura toda, os crimes já estavam ficando marcados, e colocar mais coisas soaria repetitivo, mas certamente um algo a mais para saber que fim virou os outros que escaparam daria uma boa nuance e um algo a mais para tudo, mas sairia da base real, e não seria um acerto completo. Ou seja, o diretor trabalhou bem o roteiro criado, foi criativo no que deu para fazer, trabalhou bem a ousadia dos jovens, mas faltou aquele diferencial, e isso talvez consiga num próximo filme, afinal como já disse outras vezes com o primeiro longa certamente se aprende a errar.

Sobre as atuações, diria que o protagonista Patrick Schwarzenegger até soube conduzir bem a trama sob o seu olhar, mostrando que acabou entrando naquela vida maluca pelo primo, mas que sim seu Lance acabou mudando os ares ali, entrou completamente no clima e também surtou com tantas possibilidades e criações, e o jovem ator até foi bem em segurar a responsabilidade em vários atos, coisa que talvez até poderia cair para os mais velhos do elenco, mas como estamos vendo o seu ponto de vista de tudo, o resultado se firmou nele e foi bem no que fez. Diria que Alex Pettyfer poderia ter segurado mais as pontos com seu Ellis, ao ponto que faltou um pouco mais de explosão nele, pois com todos falando que ele era meio instável, que tinha pontos obscuros e tudo mais, o jovem apenas foi um líder meio que criativo demais, e isso não pesou ao seu favor, mas como a trama não usou nada de suas informações, talvez isso tenha ficado meio que de lado, ou não. Não conhecia a atriz Hayley Law, e gostei da forma que entregou os trejeitos de sua Allie, mostrou personalidade e uma desenvoltura leve para uma personagem que talvez fosse até mais explosiva, ao ponto que seus resultados soaram interessantes e intensos de ver. Ainda tivemos Gilles Geary trabalhando bem seu Jack com nuances próprias e bem convincentes tanto para a trama, quanto para fazer seu primo entrar num conflituoso mundo de roubos, e claro, Michael Shannon como o imponente Mel comprador das obras roubadas, que fez bem o ar mafioso que chega na cara de seus empregados e fala para se calarem sobre tudo, com olhares e intensidades bem marcadas.

Visualmente o longa foi bem pensado e certamente deu uma trabalheira imensa para a equipe de arte, pois literalmente bagunçaram aos montes diversas mansões, jogando tudo para o alto, quebrando tudo o que tivesse por perto, pichando paredes, e com isso toda uma desenvoltura completa foi criada e entregue com nuances fortes e bem colocadas, ao ponto que o resultado visual acaba chamando muita atenção e que junto de trechos jornalísticos, e claro todo o ambiente das entrevistas na prisão mostrou tanto técnica quanto um aguçamento bem trabalhado de todos, colocando a arte em primeiro plano e simbolizando até mais de tudo nas atitudes dos personagens.

Enfim, está longe de ser um filme perfeito do estilo, e também trabalha um tema que já vimos acontecer em outros longas, mas consegue ser envolvente e funcionar bem como um bom passatempo de domingo, mostrando que a situação pós-estudos é algo complicado de se conseguir empregos nas áreas, e que muitos acabam indo por caminhos controversos, mas no mundo do crime acaba se pagando preços que alguns não desejavam pagar, e assim fica a indicação para todos, pois é algo bacana de ver. Bem é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


Seus Olhos Dizem (Kimi No Me Ga Toikaketeiru) (Your Eyes Tell)

Quando falamos em romances no cinema raramente caímos em obras japonesas, pois a forma de sentimentos que demonstram acaba sempre sendo de uma forma bem diferente do que estamos acostumados, e com isso resultam em tramas que por vezes emocionam muito e em outros casos vemos algo até seco demais, mas uma coisa é clara em seus filmes, não economizam na intensidade, fazendo dramas românticos bem fortes e criativos. Dito isso, o longa "Seus Olhos Dizem", que é uma refilmagem da trama sul-coreana "Só Você", consegue ter carisma, envolve na medida certa, e embora no pôster o protagonista esteja bem sorridente, praticamente nem vemos seus dentes no filme com seu ar mais fechado e dramatizado, ao ponto que ficamos até o momento da virada sentindo que falta algo a mais no longa, mas tudo é bem colocado e finaliza de uma forma bem marcante. Ou seja, é daqueles longas que possuem um certo ar mais amplo, que poderia ter mais história, que tentam entregar alguns atos que parecem ter algo a mais, mas que ao focar no casal fecha bem e agrada bastante, mas que se der uma brecha para o diretor ele já transforma em série com mil desenvolturas.

A sinopse nos conta que Rui é um ex-lutador que ficou preso por se envolver com a YAKUSA - a máfia japonesa. Após cumprir sua pena na prisão, tenta levar a vida de forma correta. Em seu novo emprego num estacionamento, ele conhece Akari, uma jovem cega, alegre e positiva, que perdeu a visão e os pais em um acidente de carro. Akari tinha o costume de visitar um amigo que trabalhava antes de Rui no estacionamento. Sem saber que o amigo saiu do emprego, acaba conhecendo Rui. As visitas de Akari começam a despertar Rui, dando sentido maior a sua vida. A sintonia dos dois aumenta, mas o estranho destino irá mostrar como seus passados estão profundamente ligados.

Diria que o diretor Takahiro Miki, que é bem experiente em romances, foi bem amplo no sentido de sua trama ter uma boa desenvoltura e dinâmicas gostosas de acompanhar, ao ponto que não posso falar da similaridade com o original sul-coreano por não ter conferido ele, mas digo que aqui ele deu uma intensidade bem colocada nos protagonistas, conseguiu criar uma química gostosa entre eles com os olhares, e com o jovem sendo meio problemático seu mistério ficou bem amarrado, não sendo entregue de cara. Claro que poderia ter desenvolvido esse ar culposo do jovem de uma forma menos exagerada, mas toda a intensidade das cenas acaba sendo bem envolvente, vamos entendendo tudo o que o diretor quis mostrar com sutilezas, e cada ato funciona bem, só volto a frisar o que falei no começo que ele raspou a trave de criar desenvolturas com os personagens paralelos a todo momento, algo que se cai com qualquer outro diretor veríamos a vida do jovem com o amigo, veríamos seus atos no orfanato, veríamos um pouco de tudo de sua vida, enrolando mais ainda, porém diria que o final escolhido embora assuste um pouco (confesso que fiquei bem preocupado do longa acabar de uma forma mais trágica! Ousada e diferente!) foi bonito e bem simbólico de ver, mostrando atitude e estética, coisa que vemos bem pouco em romances.

Sobre as atuações, Yuriko Yoshitaka trabalhou bem sua Akari, fazendo inicialmente cenas bem intensas de olhares e de atitudes, trabalhando sua cegueira com nuances bem marcantes, fazendo atos simples, porém bem marcados, e se entregando completamente do início ao fim com uma doçura e ingenuidade bem gostosa de ver, que até pode parecer exagerada, mas que deu atos certos e intensos com um bom tom e agradou bastante com o que fez. Já Ryûsei Yokohama trabalhou seu Rui com nuances extremamente sérias, fazendo semblantes culposos tão marcantes que seus olhos realmente dizem o que está sentindo direto nas cenas, e o jovem gastou tão poucas palavras para demonstrar tudo o que precisava que acaba sendo intenso na medida certa, além claro de se esforçar bem nas cenas de lutas, colocando intensidade aonde precisava e acertando bem mesmo que incomodasse com sua culpa a todo pensamento, mas isso era do personagem, e o ator fez bem. Quanto aos demais, nenhum tentou chamar atenção, ou melhor, muitos até tentaram, mas é melhor nem dar destaque, pois seus personagens apenas desfocaram o filme, e isso é algo que é até ruim de falar.

Visualmente o longa foi bem trabalhado, criou as devidas ambientações representativas, desde o trabalho da jovem como cega em um telemarketing, mostrou as lutas tanto normais de campeonato quanto as clandestinas do jovem, retratou bem seu passado na máfia causando tortura nas pessoas, e até remeteu bem seus momentos no orfanato, além claro de atos em restaurantes, e todo o belo e intenso primeiro contato na vigia do estacionamento, aonde vemos todo o simbolismo dos atos e a química acontecendo com cheiros, com elementos clássicos e muito mais, ainda tivemos alguns momentos na casa da jovem e fomos agraciados com bons momentos do cachorro, que no final ainda foi mais usado ainda. Ou seja, a equipe de arte trabalhou bem para representar tudo, e ainda conseguir boas locações simbólicas para tudo.

Sobre a questão musical, o longa está vendendo no trailer a trilha sonora cantada pela banda BTS, que emplaca a música tema do casal "Your Eyes Tell", mas é tocado somente um pedaço no meio do filme bem rapidamente, e depois durante os créditos, então não vá esperando escutar a banda durante o longa todo.

Enfim é um longa bonito, que tem uma intensidade gostosa de ver, e que conta ainda com alguns momentos de surpresa bem interessantes por toda a conexão que acabaram montando, ao ponto que quem gosta de um bom romance certamente irá se envolver com tudo e o resultado vai valer a pena, sendo assim recomendo ele para todos. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.