Diria que os diretores Richard Claus e Jose Zelada souberam brincar bem com toda a trama, porém o roteiro foi muito grande para o pouco tempo de tela, ao ponto que em alguns momentos os personagens e as situações precisaram correr, e em outros atos tudo pareceu ser cortado, o que não é gostoso de ver nem em um filme de atores, muito menos em uma trama infantil, pois mesmo curtindo os personagens, o colorido e toda a simbologia gostamos de ver um desenvolvimento coerente e funcional, o que acabou não ocorrendo. Talvez uma solução fosse criar dois filmes para dar tempo de trabalhar toda a simbologia, entendermos mais dos personagens místicos, e até entrar mais a fundo na cultura peruana, mas como não é o caso poderiam talvez trabalhar um pouco menos alguns elementos e assim também agradar por completo, porém também não ocorreu, e assim sendo o resultado até tem um ar agradável, tem um envolvimento bem feito e personagens interessantes (principalmente os animais gigantes!), o que acaba funcionando de certa forma.
E já que falei dos personagens, a indiazinha Ainbo é bem trabalhada, cheia de emoções e atitudes, conseguindo criar carisma para o filme e ainda desenvolver seus atos corridos atrás de tentar salvar sua aldeia, e claro a amizade com a líder da tribo, juntando ainda histórias da família e todo o processo de perda no miolo, ou seja, é daquelas personagens que acabam sendo complexas e chamam atenção. Seus guias espirituais tentaram funcionar o lado engraçado da trama, lembrando até um pouco Timão e Pumba, mas aqui temos Dillo e Tantan vividos por um tatu e uma anta bem engraçados, mas conflituosos por não entregar tudo de mão beijada. Ainda tivemos todo o ar de magia da maldade, a da bondade, tivemos uma gigantesca preguiça que cuida de um vulcão, uma tartaruga que cuida dos rios, tudo passando boas mensagens e chamando a possibilidade da trama para si, ou seja, temos muitos elementos marcantes, mas precisariam de tempo para desenvolver.
Quanto das técnicas visuais, a animação é bem colorida e chamativa, tem uma profundidade de campo simples porém efetiva, e movimentos corporais meio lentos ao ponto que em alguns atos até achei que foi filmado numa velocidade errada, mas acredito que seja o estilo escolhido, e assim sendo o resultado visual até é bem bonito, principalmente nos atos noturnos dentro da floresta, e que conseguiu simbolizar bem o ato da invasão das máquinas de garimpo e serralheria para dentro da floresta, vemos todo o ar dos remédios e curas, e tudo mais em um único longa bem representativo, e assim sendo o resultado é bacana de ver.
Enfim, acredito que tenha faltado um pouco mais de canções para que o filme fluísse mais, mas se o tempo já foi curto para representar tudo o que quiseram mostrar, imagina se colocassem ainda canções. E sendo assim, pode ser que os mais pequenos até curtam tudo, mas para os adultos e os mais grandinhos o resultado pode cansar um pouco demais, mas vale a conferida pela cultura em si. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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