É até engraçado ver atores que migram de posição para a direção fazendo longas de terror, pois a maioria recai para dramas e comédias, mas Axelle Carolyn optou por esse estilo e caiu bem na ideia, fazendo alguns episódios de séries famosas, e claro alguns filmes bem encaixados, e agora com essa produção certamente deve explodir mais por ser mais distribuída dentro da plataforma, e diria que foi um grande acerto seu estilo demonstrado aqui, pois o filme tem uma pegada tensa, afinal a única coisa que sabemos sobre o futuro é que vamos ficar velhos com problemas na cabeça e morrer, mas claro que para cada um isso vai ser de forma e em datas diferentes, e juntou a isso a dinâmica da senilidade jogada para lares/casas de repouso aonde a maioria não é bem tratada, os pesadelos passam a ser frequentes, tudo passa a ficar mais longe, não se vê mais tanto a família seja por eles não darem mais atenção ou até mesmo por compromissos, aliando tudo isso a algo diferente, que foi bem intensificado no segundo ato, e aí a sacada entrou bem colocada, pois mudando todo o vértice casual que estávamos esperando vem a ideia de um subgênero do terror que vemos mais em filmes infantis, e que aqui teve uma boa valia. Ou seja, não vou falar para não dar spoiler do final, mas a diretora e roteirista soube brincar com algo a mais, e ainda ir além, fazendo com que o filme de apenas reflexivo ficasse comercial e interessante, e assim o resultado agradou até mais do que pensado.
Sobre as atuações, não diria que tenham trabalhado bem nenhum dos personagens, pois todos pareceram estar apenas colocados ali para fazer seus atos e não expressar nada além de uma forma, e assim diria que esse é o ponto que a diretora mais precisa melhorar que é a direção de atores, mas dito isso, Barbara Hershey até trouxe uma Judith bem esperta, cheia de desesperos quando tudo começa a ficar estranho na casa, e com nuances simples e olhares bem marcados, mas certamente poderia ter ido além em alguns traquejos para ficarmos mais conectados nela. O jovem Nicholas Alexander ficou muito jogado com seu Josh, ao ponto que em um minuto é o neto mais atencioso, não quer sair de perto da avó de forma alguma, rejeita a ideia da mãe de internar a velha, mas logo em seguida faz olhares tão sem noção, e depois volta a acreditar, mas faz ainda trejeitos piores e estranhos, ou seja, faltou muita empatia e carisma para ser quase que a conexão total do filme. Bruce Davidson até entregou um Roland carismático e bem vivido dentro das possibilidades, mas seu personagem poderia ter ainda mais desenvoltura em alguns atos para chamar mais atenção e da mesma forma Jill Larson e Fran Bennett entregaram boas Trish e Ruth, mas também não indo muito além. Quanto aos demais personagens, vale uma rápida menção para a filha vivida por Katie Amanda Keane que só fez expressões de estou nem aí para nada, e para a enfermeira Liesel vivida por Ciera Payton, mas sem muito o que fluir, além claro dos demais velhinhos desesperados da casa, que até fizeram bons trejeitos de tensão, mas não foram muito usados, com destaque claro para Nancy Lineham Chaves com sua Annette e Cissy Wellman com sua Imogen.
Visualmente o longa claro tem toda a intensidade lúdica dos filmes do estilo, com uma mansão bem ampla, mas que só conhecemos o quarto da protagonista (que é dividido com o da outra senhora já no fim de seus dias), uma sala de refeições bem apertada e que quando não está recebendo a alimentação vira uma sala de convivência/carteado, e depois ainda conhecemos mais dois quartos o das duas velhinhas repleto de ambientes, todo requintado com ervas e tudo mais em algo bem trabalhado pela equipe de arte, e um mais antigão mais ainda bonito do outro senhor, além do escritório da administração casual como qualquer outro filme, e uma sala médica que nem tem nada demais, fora de lá vemos um restaurante também muito simples, e claro a floresta aonde tudo ocorre, e assim os ambientes foram trabalhados, além disso tivemos o gatinho que indica quem é o próximo que vai morrer, e um bicho-árvore estranho que viajaram um pouco na ideia, mas que depois acaba tendo todo um significado, mas tudo foi muito bem desenhado para dar as nuances que o filme precisava, principalmente no ambiente da floresta, então preste muita atenção aqui, pois a explicação mesmo sendo dita é bom conectar ao que a equipe de arte preparou.
Enfim, é um filme bem interessante que causa tensão e bons sustos gratuitos com claro todos os ruídos e sons bem posicionados para pegar o público, mas que além disso conseguiu ter um fechamento bem interessante na proposta e ir por um rumo que não era muito esperado, ou seja, quem curtir o estilo de filme de terror sem sangue e sem todo o ar de espíritos vai acabar ficando feliz com o resultado, mas claro que está bem longe de ser daqueles que fará alguém não conseguir dormir depois de ver, então fica a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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