O filme nos conta que Santiago está tentando se recuperar do fim de um relacionamento enquanto reconstrói a vida com a filha adolescente, Laila. Depois de decepcionar a jovem diversas vezes, ele decide que precisa fazer algo para refazer o relacionamento dos dois. Ela pede que ele a leve para reencontrar a mãe e Santiago aceita. Assim, pai e filha saem em uma jornada complicada entre Argentina e Brasil na expectativa de reconectar a jovem com a mãe.
Diria que o diretor Leonardo Brzezicki tentou algo maior do que uma essência singela e reflexiva em cima de alguém que procura amar demais, que em todo relacionamento quer explodir e ir além, porém isso é algo muito difícil de demonstrar, ainda mais no mundo rotativo que hoje as pessoas apenas se aglomeram no momento e depois já era, e assim sendo o filme em diversos atos parece até falso demais, mas que dentro das possibilidades acabamos até fluindo junto com o protagonista, mas sempre fica parecendo faltar aquele algo a mais, e talvez até uma reviravolta mais contundente para que o filme realmente saísse do básico, o que não acontece, e mesmo no momento mais explosivo de todos, aonde a garota surta na mesa, descobrem a morte de uma pessoa, e o pai ainda apanha na balada, tudo ali é tão normal que parece ser aceito fácil e sem firulas. Ou seja, é um filme até que representativo, mas que faltou muito para ser realmente um drama marcante.
Sobre as atuações, o fato é que Leonardo Sbaraglia é um tremendo ator e sabe se entregar muito bem para os personagens que faz, e aqui seu Santiago é completamente livre de tudo, menos de seus dramas pessoais, pois se entrega demais aos amores, tendo o título em si baseado no seu coração que erra demais e se joga completamente muito fácil, e assim o resultado do ator é algo realmente bem sentimental, mas que não atinge nenhum grande momento por tudo ser aberto e intenso demais, mostrando que ele é bom no que faz, mas só isso. Já Miranda de la Serna entregou a tradicional adolescente que explode facilmente com sua Laila, mas também com tudo o que ocorre até eu acho que explodiria, e a jovem teve alguns momentos fortes, mas sempre escapando de se entregar, o que é meio ruim de ver, sendo que o filme necessitava de ambos os lados, e eles ficaram abertos para algo que não entra em um bom fluxo, mas tem futuro. Eva Llorach foi muito mal usada com sua Eloisa, ao ponto que a atriz mostrou que a estrutura familiar dela é tão bagunçada quanto a do protagonista, mas apareceu e desapareceu tão rápido que é quase uma participação. Agora quem dá boas lições e marca a presença com trejeitos bem colocados foi Iván González com seu Federico, de forma que o jovem entrega verdade na atuação e seu personagem é quase uma boa base para o protagonista, e foi bem bacana ver o fechamento do filme com o protagonista em sua casa, pois ali talvez ele volte a ser ele. Sobre os demais vemos vários garotos em suas devidas nuances com o protagonista, vemos participações nacionais bem conhecidas como Tuca Andrada como Silvio e Thalita Carauta como Julia, mas usando mais as nuances em si do roteiro do que grandes expressividades.
Visualmente o longa brinca entre locações grandiosas como a casa de Federico lotada de homens nus numa grandiosa festa, um sítio aonde vive o ex do protagonista, o apartamento do protagonista numa bagunça imensa, alguns momentos envolvendo danças já que a filha faz parte de um grupo de dança, e claro os momentos no Réveillon do Rio de Janeiro, com alguns atos em casas noturnas, outras numa casa de um jovem, e algumas praias até vazias demais para a época do ano, mas tudo de forma bem simbólica e bem usada.
Enfim, não chega a ser um filme ruim, mas faltou dizer realmente aonde desejava chegar, e talvez algumas pessoas possam até se conectar mais com tudo o que é mostrado, mas ao meu ver o longa é mediano demais e não dá para recomendar. Bem é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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