terça-feira, 26 de outubro de 2021

HBO Max - Cry Macho: O Caminho Para Redenção (Cry Macho)

Sempre gostei dos filmes do Clint, sejam eles apenas atuando, apenas dirigindo ou até nos casos que fez as duas funções, mas temos de ser sinceros, uma hora a idade bate e mesmo você sendo bom no que faz é preciso descansar, e o sentimento que vemos ao conferir "Cry Macho: O Caminho Para Redenção" é que o ator não está fazendo algo da forma que gosta de fazer, pois talvez ele tenha lido o livro de N. Richard Nash e se imaginado no personagem, mas ao rodar as primeiras cenas poderia ter visto que não caberia ali. Ou seja, não digo que seja um filme ruim, mas faltou explosão, faltou o clima western realmente sendo empregado, e ainda no miolo o longa meio que muda completamente de eixo com situações que pareceram ser jogadas apenas como partes de um todo muito maior, e sendo assim o resultado se perde um pouco. Claro que vai ter aqueles que vão entrar completamente no clima, que vão ver uma história de vida e a passagem de lições, mas o longa falta um pouco de tudo para ser muito maior, e definitivamente Clint merecia um filme maior com o seu nome para talvez fechar a carreira, já que acho difícil encarar mais alguma produção com uma força marcante aos 91 anos.

O longa conta a história de Mike Milo, um ex-astro de rodeio e criador de cavalos fracassado, que, em 1979, aceita uma proposta de trabalho de um ex-chefe para trazer Rafo, o jovem filho desse homem, de volta do México para casa. A dupla improvável enfrenta uma jornada inesperadamente desafiadora, durante a qual o cavaleiro cansado do mundo pode encontrar seu próprio senso de redenção ensinando ao menino o que significa ser um bom homem.

Diria que talvez o excesso de coisas para Clint foi um dos problemas da trama, pois sei muito bem o quanto ele sempre foi bom em ambas as funções, tanto que sua última direção foi incrível no longa "O Caso Richard Jewell", e aqui ele acabou começando o filme com uma intensidade, mudou de rumos no miolo, focou em algo bem trabalhado ali, voltou para o rumo inicial e fechou de uma forma bonita, parecendo entregar até mais do que um filme só, e isso costuma ser um problema de direção perdida, e não tanto de roteiro, afinal como falei no começo a trama é baseada em um livro, e assim tudo tem seus vértices bem determinados. Ou seja, acabou sendo daqueles longas que vemos, curtimos alguns atos e logo depois esquecemos completamente dele, pois não entra no envolvimento que poderia ter sido trabalhado, mostrando também talvez que o filme tenha sido picado com paradas pela pandemia ou algo do tipo, o que não vem ao caso, pois o que está feito já era, e assim sendo talvez na edição pudessem ter cortado um pouco mais para dar uma dinâmica melhor.

Sobre as atuações, diria que Clint Eastwood fez mais um papel que tanto sabe entregar, pois já fez tantos longas de faroeste que já tem a face quase marcada nesse estilo mais seco, e isso é bacana de ver, pois consegue dar síntese clara para que seu Mike fosse alguém que já sofreu muito no passado e que custa a dar confiança para alguém, mas vai se entregando ao garoto e a mulher com muita simplicidade e bons atos, mostrando que o ator sabe dominar bem o estilo. O garoto Eduardo Minett pareceu um pouco desconectado em cena, mas até que fez de seu Rafo um bom garoto com vontade tanto de mostrar estilo quanto de aprender em cena com um mestre da atuação, tanto que em alguns atos é notório ver como fica olhando para o protagonista, e assim seu resultado funciona. Natalia Traven entregou uma Marta bem gostosa, disposta a se desenvolver, sempre mantendo um sorriso no rosto independente de qualquer coisa, e que acaba sendo muito agradável dentro da trama, brincando praticamente em cena com todas as ações. Quanto aos demais atores, praticamente foram todos jogados em cena, tanto que o delegado é estranho, os policiais bagunçados, a mãe do garoto maluca, os vilões forçados e sem base, ou seja, poderiam nem aparecer que funcionariam mais.

Visualmente é claro que todo bom western passa pelas cidades no meio dos desertos dos EUA e do México, e contando com casas simples, restaurantes de família, capelas para a Virgem Maria, muitos cavalos selvagens e as devidas tentativas de domá-los, fugas dos policiais federais, e tudo encaixando muito bem no ambiente completo que o filme precisava, além disso tivemos bons figurinos, armas, e até brigas de animais clássicas do estilo, porém volto a frisar que as cenas na casa da mãe ainda soaram estranhas demais, parecendo quase que um ambiente de festas com uma certa máfia no meio, mas sem ir além nisso o que foi um pouco errado, mas nada que atrapalhasse o resultado final.

Enfim, é um filme que tem estilo e até funciona no que se propõe, mas que ficou meio bagunçado no miolo ao ponto de não envolver tanto como poderia, e que quem gosta de um western vai acabar entrando bem no clima, porém não diria que recomendo tanto ele para todos. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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