Diria que os diretores Matt Angel e Suzanne Coote trabalharam muito bem na condução da trama de Richard D'Ovidio, pois facilmente o filme cairia para algo comum demais, e nesse estilo isso é muito fácil já que tem todo tipo de clichê incorporado no roteiro e se piscassem pro lado era capaz de tudo desandar, mas pelo contrário conseguiram segurar bem os atos, os protagonistas não trabalham tantos diálogos jogados, e acabam transportando o clima de hipnose com força para as cenas, ao ponto que em alguns momentos até nos convencemos que realmente a protagonista chega a entrar em transe, e claro que o desenrolar flui bem e tudo passa a impactar com a tensão criada após a protagonista ir até a delegacia, e aí tudo desandar para seu lado. Claro que tem defeitos e exageros em alguns momentos, e isso é algo fácil de acontecer por não acreditarmos tanto que alguém possa exercer tamanha força sobre alguém, mas a ideia é tão simples e bem executada que mostrou que os diretores nem se preocuparam em ocultar essas situações, e assim tudo acaba sendo agradável na mesma proporção da tensão entregue.
Sobre as atuações, que já falei que foram bem colocados, diria que Kate Siegel tem algum probleminha psicológico por aceitar tantos filmes de terror/suspense na carreira, tanto que de seus 31 trabalhos dá para contar em uma mão a quantidade de longas mais calminhos, e sendo assim sabe entregar trejeitos de pânico e tensão com um primor incrível, ao ponto que sua Jenn já parece desesperada antes mesmo de se consultar com o terapeuta, mas depois passa a ter atitudes tão densas que chega a ser preocupante, até irmos para seus atos finais bem marcantes, e assim sendo agrada demais em cena. Jason O'Mara conseguiu encontrar uma síntese bem marcante para seu Dr. Collin Meade ao ponto que além de um certo galanteio em cena trabalhando olhares e posturas marcantes, acabou desenvolvendo dinâmicas bem imponentes para criar o ambiente e fazer com que seus atos fossem amplos, convencendo tanto pela hipnose quanto pelo seus movimentos, olhares e tudo mais, sendo bem marcante e chamando muita atenção em tudo o que fez em cena, sendo uma grata surpresa, já que vimos poucos filmes com ele em cena. Dulé Hill também entregou um bom Detetive Wade Rollins, trabalhando trejeitos sérios e dinâmicas bem diretas, não dando espaço para floreios, e assim conseguindo ser bem de encontro com o que o papel pedia, e agradando com isso. Quanto aos demais, diria que foram usados dentro do que a trama precisava, com a amiga sendo daquelas que fazem recomendações demais e tenta aparecer em cena, o ex-noivo sendo colocado com floreios emotivos demais, e a anãzinha que parecia não ser importante para nada até aparecendo numa cena mais para frente de uma forma bem maluca.
Visualmente o longa tem boas locações pequenas e diretas, com um consultório minimalista cheio de luzes intensas e chamativas, a casa dos amigos bem montada para uma festa, mas sem grandes usos, uma delegacia tradicional, o apartamento da protagonista com pouquíssimos elementos cênicos e a casa do detetive também com poucos elementos, mas mais trabalhada para uma cena de busca e luta bem montada, além claro da gigantesca mansão do antagonista que acaba tendo um bom uso nas cenas finais, ou seja, a equipe de arte meio que não teve tanto trabalho, mas soube dimensionar os atos para que o filme funcionasse dentro dos devidos momentos, e assim acabou acertando a mão.
Enfim, é um filme simples, porém muito maluco de desenvolvimento que acaba empolgando até bem mais do que aparentava, conseguindo surpreender no miolo e ter um final interessante de ver (que poderia sim ser melhor, mas ainda assim foi bem feito), e assim sendo vale demais a conferida para quem gosta do gênero de suspense, e recomendo com toda certeza para todos. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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